Night Angels

13=Eve

       A última coisa que me lembro é de estar na entrada da floresta e de tomar a decisão de entrar para procurar o David quando fui atacada pelas costas, depois tudo ficou escuro.

     Acordei com uma dor de cabeça dos infernos, eu nem sequer conseguia olhar em volta para ver aonde eu estava, mas precisava olhar, precisava entender o que estava acontecendo.

     Eu estava em uma cela até onde podia perceber e ela ficava no subsolo, pois aquele lugar era gelado e úmido.

   --Que bom que dispertou querida. -quando me sentei pude perceber que o Marius estava do outro lado das grades, me observando.

    --Mas é claro que é você. -eu disse com um nojo na minha voz.- Quem mais atacaria um inimigo pelas costas.

    --Esta se referindo a você ou a seu pai? -ele perguntou chegando perto da grade.

     --Aos dois. -eu respondi, finalmente me levantando.- Só um verdadeiro covarde faz isso.

    --EU NÃO SOU UM COVARDE. -ele gritou socando a grade e me fazendo pular de susto.

     --Não, é muito pior. Você mata pessoas da própria espécie.

      --Se ele ou ela se juntou ao inimigo sim, eu mato mesmo e sem nem pensar duas vezes.

      --Então você vai me matar também, reconfortante.

     --Não minha querida, para você eu tenho outros planos.

     --E o que você deseja de mim? -eu perguntei, tentando demonstrar que estava interessada em seu monólogo.

    --Veja bem, eu quero apenas acabar esse guerra e você é a única que pode fazer isso.

     --E por que eu?

     --Alem de ser uma híbrida das duas espécies você é a última da família Corvinus.

     --Entendo. -falei andando pela minha cela.- Mas por que mudou de ideia agora, antes você dizia que vampiros e lobisomens jamais poderiam trabalhar juntos muito menos viver juntos.

    --Sim eu ainda penso assim. -ele me deu um sorriso meio assustador.

    Foi então que tudo fez sentido para mim e eu tive que sorrir ao perceber qual era o verdadeiro plano dele ou pelo menos parte dele.

     --Você não quer unir as duas espécies. -eu falei para ele.- Você quer que os vampiros se curvem a você e te sigam.

     --Esperta, muito mais que seu pai. -ele disse para me provocar, mas não ia conseguir.

     --E como pretende fazer os vampiros seguirem você?

     --Com você. -ele disse na maior paz.- Tendo a princesa do meu lado. Como minha esposa.

     --Você está brincando. -falei rindo da cara dele, mas eu sabia que não era verdade.- E como pretende fazer com que eu me case com você?

     --Eu ainda não sei, mas em breve irei descobrir um jeito.

      --Me escuta Marius, não importa o que você faça ou diga para mim, eu jamais irei me casar com você, muito menos obrigar meu povo a te seguir.

     --E quem disse que vou fazer algo com você?

     Ele se virou e saiu, me deixando ali sozinha. Mas eu entendi o que ele iria fazer, ia usar meus amigos e minha família contra mim e eu não teria outra escolha se não aceitar.

    Mas eu precisava acreditar que meu povo entenderia meu sacrifício e o sacrifício de meus amigos e familiares.

     Não importa o que aconteça não vou ceder as chantagens desse maldito assassino, mas ele vai pagar pela morte do meu pai.