30.

478 57 40
                                    

Any Gabrielly

Não conseguia me lembrar exatamente em que parte da noite eu fui parar no colo dele, mas, com suas mãos firmes em minha cintura, não conseguia pensar em nada, no geral. As informações que meu cérebro foi capaz de processar eram: 1) Eu estava sentada no colo de Joshua; 2) Suas mãos estavam deslizando perigosamente para perto da minha bunda; 3) Meu pescoço doía enquanto minha cabeça estava jogada para trás, recebendo os lábios de Josh em minha pele.

Um gemido reprimido vibrou em minha garganta quando minhas mãos agarraram os cabelos da nuca dele, o fazendo murmurar algo ininteligível contra meu pescoço. Aproveitando o momento em que a cabeça dele – que estava encaixada em meu pescoço – tombou para trás, seu queixo tocando o meu, rumei minha boca para sua mandíbula, distribuindo beijos lentos e molhados pela extensão. Parei no canto de sua boca, onde deixei um beijo leve, quase sem tocar sua pele. Ele resmungou, insatisfeito, mas não tentou me beijar; me deixou no comando. Com suas mãos pousadas em minha bunda, cobri a boca dele com a minha. Ainda mantive distância de seus lábios, deixei minha boca pairando sobre a sua. Seus lábios entreabertos eram um convite tentador, mas suas mãos apertando sofregamente minhas nádegas eram um incentivo para que eu me mantivesse lenta e no controle. Mexi lentamente meu quadril, o esfregando em seu colo. Com o dedo indicador, desenhei a curva de sua orelha. Lentamente, deslizei minha língua por seu lábio inferior.

Exerci mais pressão na cintura ao tornar meus movimentos contínuos e precisos em cima dele. Se antes eu estava entregue, os papéis tinham se invertido. Seus olhos estavam fechados, sua boca aberta, seu pescoço totalmente livre para minha diversão. Mas eu não estava satisfeita. Queria ver seus olhos. Eu precisava olhar para as íris azuis, precisava urgentemente ver com que cor ficavam quando ele estava sofrendo de tesão.

— Abra os olhos – sussurrei, me inclinando, fazendo questão de roçar meus lábios em seu ouvido.

Lentamente, como se doesse atender meu pedido, seus olhos se abriram para encontrarem os meus. Ofeguei diante daquele azul escuro, quase todo tomado pela pupila dilatada.

— Isso. Assim.

Me inclinei mais para frente, colando minha testa na dele. Nossos narizes se tocaram e nossas bocas se relavam dolorosamente afastadas. Meus quadris continuavam se movimentando e minha espinha estava completamente arrepiada, seus dedos brincando com a barra do meu short moletom.

Cansada de joguinhos, decidi exterminar aquele espaço entre nossas bocas, mas não antes de dar uma última olhada em seus olhos. Eram hipnotizantes.

— Seus olhos – murmurei, meu cérebro incapaz de formular uma frase completa.

— Gaby... – sua voz soou rouca, fazendo algo se revirar prazerosamente em minha barriga.

Me esfreguei com mais força em seu colo, o desespero e desejo crescendo em mim. Eu precisava desesperada e dolorosamente dele.

— Gaby... – mais uma vez, sua voz acalentou meus ouvidos, seu hálito aquecendo-os.

Abri meus olhos lentamente, sentindo meu corpo cansado. Me deparei com o azul vivo de seus olhos, nada dilatados. O contraste de cenários me fez piscar confusa. Foi tudo um sonho?

— Bom dia – ele sorriu brevemente, os olhos apertados, quase se fechando. Ao menos seu tom rouco não tinha mudado.

— Bom dia? – Josh riu de mim, acompanhando com o olhar enquanto eu me sentava na cama, cada vez mais confusa.

The Louise Lake | BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora