The Louise Lake | BEAUANY

34.

Any Gabrielly

O vapor do chuveiro trazia uma névoa que rondava dentro do box e escapava para o resto do banheiro. A água quente escorria por meu cabelo, e eu nem me importei com a saúde dele. Não naquele momento. Apenas inspirei o cheiro suave do sabonete que Joshua segurava em uma das mãos. A espuma se destacava em meu corpo, resultado da luz apagada. O clima estava perfeito.

Me assustando, Joshua segurou firme em meu pulso e me empurrou cuidadosamente para trás. Um arrepio subiu por minha espinha de acordo com que minhas costas nuas tocaram o box gelado, contrastando com a água que caía quente. Sem conseguir manter meus olhos abertos, tombei a cabeça para trás quando senti a proximidade do corpo dele a menos de um passo de distância do meu. Os dedos úmidos tocaram meu queixo para voltar meu rosto a direção do dele. Seu toque era firme e preciso, mas delicado de um jeito que dizia com todas as letras: era Josh.

— Olha pra mim – ele disse. A voz rouca e suave, baixa e imponente. Exatamente o jeitinho Josh, e aquele jeito me enlouquecia.

Atendi seu pedido, levantando meu olhar para alcançar o dele. O azul brilhava escondido, mas eu sempre dava um jeito de encontrá-lo. Não importava se estava escuro, se a pupila estava tampando o colorido que enfeitava os olhos dele. Eu sempre encontraria aquele brilho, sempre faria questão de procurá-lo. Porque eu sabia que eu era o motivo daquele brilho. O olhar dele brilhava de luxúria e desejo por mim.

Ele sustentou o olhar no meu, e mal pude piscar para reparar em como ele também não piscava. Memorizei cada pedaço de seu rosto porque, àquela altura, eu já sabia que não era real. Mas mal tive tempo de gravar cada marca de expressão, já que ele se moveu. Seu rosto se abaixou para alcançar o meu. Ele não era alto, mas conseguia ser mais que eu. Joshua trouxe o rosto para o vão do meu pescoço e deslizou o nariz por minha pele. Seu toque e respiração desceram do meu maxilar até minha clavícula, e quase caí com a sensação que viajou dos meus fios de cabelo até as pontas dos pés. Precisei me segurar no ombro dele, que estava colado ao meu, e pude sentir o sorriso que isso trouxe ao seu rosto. Subindo de volta, com seu nariz trilhando meu pescoço, ele disse:

— Sua vez.

Dito isso, Joshua pegou minha mão e a moldou em forma de concha, colocando a barra do sabonete na minha palma. Ele fechou minha mão entorno da barra e sorriu, me encarando com expectativa. Antes de qualquer coisa, precisei respirar fundo para continuar. Alonguei meus ombros e sorri. Então tá. Era minha vez.

Com uma perna, a enganchei por entre as dele, quase tocando sua bunda, e o puxei para perto. Estremeci quando senti cada parte de seu corpo pressionando cada parte do meu. Pele com pele, calor com calor.

Estiquei a mão para molhar o sabonete sob o jato d'água e voltei para perto dele. Joshua suspirou forte e pareceu se desmanchar sobre mim. Antes que eu sequer me movesse, ele tombou a cabeça para frente e a encaixou certeira no vão entre meu ombro e pescoço. Senti minha pele arrepiar em resposta a respiração quente e calma dele contra minha pele e o toque suave da bochecha pressionada contra meu ombro. Ele estava muito próximo de mim, o que certamente me atrapalharia a ensaboá-lo, mas não disse nada porque aquela posição me agradava. Então, enquanto tentava passar minha mão segurando o sabonete por entre nossos corpos, desisti quando percebi que aquilo implicaria em nosso afastamento. Determinado isso, resmunguei antes de apenas puxá-lo para mais perto e colar totalmente nossos corpos, praticamente o abraçando. Como ele era mais alto, Joshua desencaixou a cabeça do meu pescoço e se ergueu, colando seu queixo na parte superior da minha cabeça. Aproveitei a oportunidade e inverti as posições, encaixando meu rosto no pescoço dele. Ele passou o braço ao redor de minha cintura e eu inalei o perfume gostoso de sua pele. Fechei meus olhos e comecei a passar o sabão pela extensão de suas costas, aproveitando a sensação das curvas de seu tronco e da dor prazerosa em meu peito pressionado contra o dele.