35.

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Josh Beauchamp

— Você não parece muito animado – Tay comentou enquanto alisava minha camiseta. Ela tinha tentado controlar até minha escolha de roupa que quase pensei que eu estivesse prestes a casar.

— Você, por outro lado, tá quase jogando soltando fogos.

Ela deu de ombros, sorriu e voltou a ajeitar minha blusa. Hina estava jogada no chão, vestindo um conjunto de top e legging de academia. Ela estava suada, o rosto todo vermelho e ofegante.

— Hina, tá bom? – Tay questionou, me analisando como se eu fosse um manequim e ela estivesse me preparando para me expor numa vitrine.

Encarei Taylor, desacreditado. Será que ela estava sentindo saudade de brincar de boneca?

Hina se ergueu, apoiada sobre os dois cotovelos para me olhar.

— Hm, dá uma voltinha pra mim, vai – ela levantou o dedo indicador e o girou, indicando que eu fizesse o mesmo.

Revirei os olhos e relaxei os ombros, me arrependendo de ter aberto a porta de casa para elas. Fiz o que ela pediu e rodei sem sair do lugar sob o olhar analítico delas.

— Sua bunda tá perfeita nessa calça – disse por fim, voltando a se jogar no chão do quarto.

Sorri e me olhei no espelho, contente com o reflexo. Eu não estava exatamente arrumado. Vestia apenas uma camisa social azul clara, uma calça jeans escura e um par de All Star azul. Mas eu estava bonito. Taylor estava certa, aquela camisa combinava com meus olhos.

— Pronto? Não vai se atrasar no primeiro encontro.

— É.

Saí de casa me questionando se estava fazendo certo. Taylor também estava certa sobre outra coisa; eu não parecia animado. Não parecia porque não estava. Digo, esperei muito tempo até finalmente ter um encontro, mas também esperei muito para me apaixonar. E o encontro não era com quem eu estava apaixonado. Hina e Taylor concordaram que seria bom para mim conhecer outras pessoas e dar novas chances ao destino, mas, com base nos livros que li, não era assim que funcionava. Esse método nunca dava certo comigo, mas elas disseram que eu poderia ser a exceção.

Virei para a casa ao lado e encontrei Claire me esperando na calçada. Ela sorriu e acenou, e eu fiz o mesmo, me aproximando para cumprimentá-la com um abraço.

— Oi – cumprimentou sorrindo.

— Oi – retribuí ao sorriso.

Nós começamos a andar lado a lado, um silêncio desconfortável pairando no ar. Minha cabeça borbulhava em agonia querendo pensar em algum assunto, mas acabei apelando para o mais óbvio.

— Onde a gente vai? – perguntei, quebrando aquele silêncio ensurdecedor.

— Tava pensando que a gente podia ir naquele barzinho que abriu na rua do armazém.

— Ótima ideia! – me animei. Estava querendo ir lá desde que soube da inauguração.

Nós seguimos caminhando pela calçada, sempre trazendo um novo assunto aleatório para preencher o silêncio. A poucos metros de distância já conseguíamos ver um pequeno lugar com luzinhas brilhantes piscando. O bar era todo amadeirado com mesinhas redondas e pequenas espalhadas pelo estabelecimento. Não tinha muita gente, mas era o suficiente para preencher o local com burburinhos alheios. No canto do lugar tinha um pequeno palco e uma dupla sobre ele. Um homem estava sentado num banquinho baixo enquanto sua colega estava de pé cantando uma música desconhecida por mim.

The Louise Lake | BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora