09.

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Josh Beauchamp

Cheguei em casa não muito tarde aquele dia. Depois que saí da casa de Any, voltei para onde meu carro e estava e aproveitei a oportunidade para comprar outro doce.

Minha mãe já estava dormindo quando cheguei, mas Joalin estava acordada. Acordada até demais, me fazendo perguntas e mais perguntas que eu não estava nem um pouco afim de responder.

Ignorei todas e fui para o meu quarto, recapitulando a noite. Eu achava que a noite seria estranha e desconfortável, já que estávamos entrando em um jogo onde tínhamos que fingir que éramos um casal em transição de conhecidos para apaixonados.

A noite foi tão natural e tão divertida. Mas, voltando a analisar através do nosso acordo, a noite foi útil. Nos conhecemos, nos divertimos e conseguimos agir como se eu não pudesse começar a agir como um conquistador a qualquer momento. Fizemos do nosso encontro extremamente calculado e não-natural, algo espontâneo e leve.

No dia seguinte, segui minha rotina. De manhã, fotografar. À tarde, ir para a arena de hockey. À noite, ir para o parque me encontrar com Any.

Antes de ir para o parque, peguei um envelope de papel e joguei algumas fotos que eu escolhi a dedo dentro dele. Acomodei aquele envelope sob meus braços e segui o caminho de costume.

Cheguei lá e lá estava ela, sentada com as pernas cruzadas e costas debruçadas no tronco da árvore. A bolsa onde ela guardava seu notebook também estava lá, como sempre. Aquele era o pacote completo. A bolsa com o notebook já era quase um uniforme em Any, visto que eu só tinha a visto sem a mesma uma única vez, no dia anterior, no nosso encontro.

— Boa noite. – cumprimentei, deixando meu corpo despencar ao lado do seu.

— Boa noite. – ela sorriu, colocando sua bolsa do outro lado do seu corpo para me deixar mais confortável.

— Any? – chamei.

— Oi.

— Posso te perguntar uma coisa? – ela acenou, concordando. — Por que você sempre traz esse notebook se você nem encosta nele?

Any suspirou, voltando a pender o corpo para trás e praticamente deitando sobre a grama.

— No primeiro dia que eu vim aqui, no dia que eu te peguei no flagra sendo um stalker... – a interrompi.

— Ei, eu já expliquei! Eu não tava te stalkeando, eu tava trabalhando. – cruzei os braços, fingindo uma falsa irritação.

— Tá, tanto faz. De qualquer jeito, foi estranho. Mas, enfim. Eu tava aqui porque minha mãe implorou pra que eu saísse de casa e tentasse achar inspiração do lado de fora.

— Mas você não...

— É, eu sei. Não achei droga nenhuma, me lembro bem disso. Mas não quis deixar ela mal e disse que tinha funcionado. Então, nesse exato momento, ela acha que eu tenho uma ótima ideia para o rascunho do meu livro e que estou planejando uma surpresa. – ela terminou de falar, parecendo nervosa enquanto alisava o jeans da sua calça. — Tandam! – Any fingiu entusiasmo, deixando o corpo murchar e seus braços caírem ao lado do seu corpo.

— Ah... Agora faz um pouco mais de sentido. Mas você vai conseguir e vai fazer uma surpresa enorme pra ela quando terminar esse livro de romance e ele se tornar o seu best seller. – sorri, mas ela não sorriu de volta.

— Isso é praticamente impossível. – Any murmurou.

— Mas não é. Qual é, você é uma ótima escritora e eu sou um ótimo romântico, somos uma bela dupla. – bati meu ombro contra o seu, tentando recuperar o ânimo da mulher.

The Louise Lake | BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora