28.

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Any Gabrielly

— Ela vai embora – disse Josh, momentos antes de cair na gargalhada. Gargalhei junto.

— Minha mãe tentou se matar – contei, em meio a gargalhadas.

— Ei, Any. Essa foi pesada – Josh falou, ficando sério repentinamente.

— Tem razão – fiquei séria também. — Minha mãe desistiu – reajustei a frase, testando como ela soava.

Comecei a rir, junto de Josh. Ele estava deitado no chão, em cima de um travesseiro. As costas dele estavam apoiadas no travesseiro e sua cabeça estava deitada no meu par de tênis.

— Tá. Você sabia – Josh se levantou, se sentando em cima do travesseiro – que girafas morrem quando um raio acerta a cabeça delas? – ele abriu a boca, surpreso com a própria informação.

— Não! – tampei minha boca com a mão, meus olhos, arregalados. — Coitadas – lamentei, me deitando em minha cama.

Joguei minhas pernas do outro lado da cama e minha cabeça ficou pendurada no colchão.

— Joshhhhh – prolonguei a pronúncia de seu nome, começando a rir com o som. — Você tá igual um morcego – comentei, vendo meu amigo de ponta-cabeça.

— Sério? – perguntou, intrigado. Em seguida, jogou seu celular em mim, acertando em cheio minha barriga. — Tira uma foto pra eu ver!

Tirei a foto e joguei o celular de volta para que ele pudesse vê-la.

— Caramba. Tô mesmo parecendo um camelo – constatou, analisando a foto.

— Não é camelo, seu tonto! Eu disse “camarão” – sibilei a palavra.

— É – concordou.

— É – concordei.

Meus olhos pesaram e me senti tonta. Já estava quase dormindo.

— Hm, Gabyyy – Josh chamou, quase caindo para frente, o rosto a centímetros do chão.

— Hm?

— Acabou a cerveja?

— Não sei, deixa eu ver.

Coloquei minhas mãos no chão e joguei minhas pernas para frente, caindo para fora da cama.

— Acabou – falei, com a cara grudada ao chão.

— Que pena – ele lamentou. — A gente nem conseguiu ficar bêbado.

— Acho que somos muito resistentes pra bebida.

— É, nós somos – afirmou. — É.

— É.

O silêncio caiu novamente e, mais uma vez, eu quase dormi.

— Any, tá acordada? – Josh perguntou, com dificuldade. Sua bochecha estava colada no chão e os olhos, fechados.

— Acho que sim.

The Louise Lake | BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora