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Josh Beauchamp

— Joalin? – gritei, pegando minhas chaves e minha câmera jogadas em cima da mesa da sala de estar.

— O que foi? – Joalin gritou de volta, colocando a cabeça na porta da sala. — Ah, tá. Vai sair. – Joalin revirou os olhos depois de me encarar de cima a baixo.

— Vou no parque, sabe que hoje é o melhor dia do ano pra fotografar lá. – caminhei até minha irmã mais velha que me encarava entediada.

Joalin entrou na sala, dessa vez com o corpo todo, e se escorou no batente da porta. Quando ela cruzou os braços e tossiu, soube que ela faria o mesmo discurso que fazia todos os anos que eu saía para fotografar no dia dos namorados.

— Josh...

— A gente não pode pular essa conversa, pelo menos nesse ano? – a interrompi, antes que ela começasse com o papo furado de que ela se preocupa comigo e não me queria perdendo tempo procurando alguém que irá aparecer na hora certa.

— Certo. Mas ainda é deprimente você ir tirar foto de casais desconhecidos no dia dos namorados. Você devia se divertir mais, por que não tenta ir em alguma festa com a Hina?

— Agradeço a preocupação, mas não precisa bancar minha mãe, ok? – cruzei meus braços, a encarando em desafio.

— Não tô bancando sua mãe, tô bancando sua irmã mais velha! – reclamou, me olhando com cara feia.

— Sim, você tá. – Joalin bufou, revirando os olhos de forma exagerada. — Vou indo, daqui a pouco eu volto. – beijei a testa de minha irmã antes de me afastar, finalmente saindo de casa.

Como Frankenmuth é uma cidade pequena aqui do Canadá, fui andando para o parque. Estava na hora do almoço, escolhi esse horário estrategicamente, já que, para comemorar a data, alguns casais costumam se reunir à beira do lago Louise para fazerem piqueniques juntos.

Geralmente, quando ficava no parque, eu sempre ia direto para debaixo da minha árvore especial. Lá era o meu lugar preferido para ficar porque me dava uma visão privilegiada da beira do lago, era o melhor ângulo para capturar as pessoas distraídas.

O lado bom de viver em cidade pequena é que praticamente todos eram conhecidos. Todos sabiam sobre mim e minhas fotos e não se incomodavam quando eu os fotografava distraídos.

Por algum motivo, naquele dia eu não segui caminho direto até a minha árvore. Resolvi caminhar pelo parque e tirar fotos, depois iria me acomodar na sombra da minha árvore.

Ver tantos casais envolvidos em diferentes assuntos e comemorando uma mesma data me distraiu. Até comprei um sorvete para assistir a variedade de casais e pessoas no parque.

Me senti ansioso tendo várias perspectivas de relacionamentos diferentes. Assim como nos outros anos, senti aquele desejo de passar essa data ao lado da minha pessoa.

Em 23 anos de vida, metade eu passei procurando por minha pessoa. Em todos esses anos, namorei uma única vez. Taylor foi meu maior e único relacionamento. Namoramos por quatro anos, mas já nos conhecíamos desde sempre. Eu amava ela e sabia que era recíproco, mas não era aquele amor que eu procurava. Com ela eu não sentia tudo o que eu sempre quis sentir. Ela não era a minha pessoa.

Nós resolvemos ficar apenas como amigos. Tay era a minha melhor amiga, meu porto-seguro. Ela podia não ser a minha alma gêmea romântica, mas ela era minha alma gêmea platônica. De acordo com Joalin, éramos como unha e carne.

Não sei quando me tornei tão interessado em achar a minha cara-metade. Sempre assisti muitos filmes de romance e li livros do mesmo gênero. Quando eu era mais novo, gostava de substituir os nomes do casal pricipal dos livros pelo meu nome e o nome da pessoa que eu gostava na época. Acho que isso foi o mais perto que cheguei de viver o meu sonho.

The Louise Lake | BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora