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Any Gabrielly

Sorri vendo ele deitado. Seu rosto de perfil era tão lindo quanto vendo-o frente a frente. Seus olhos fechados negavam a beleza do céu, mas só porque ele não era capaz de ver a cena que eu via. Nenhum nascer do Sol jamais seria capaz de superar a beleza dele.

Balancei a cabeça, sentindo a grande atração que sempre sentia quando estava perto dele. Meu corpo queimava por dentro e derretia por fora, a adrenalina corria solta em minhas veias ao mesmo tempo em que me sentia tão relaxada que parecia que estava no paraíso. Ele virou o rosto em minha direção lentamente, como se estivesse em uma cena de filme em câmera lenta. Gradativamente, seus olhos abriram, revelando o azul-claro por trás das pálpebras carregadas de compridos e curvilíneos cílios. Seu rosto atraiu minha mão tal qual como ímã atrai metal. Delicadamente, como se ele fosse quebrável, acariciei sua bochecha com a superfície do meu dedão e a ponta da minha unha.

Num movimento de puro desespero e necessidade, rolei pelo carro até parar em cima dele. Os olhos azuis arregalados relaxaram conforme fui me abaixando sobre ele e meu cabelo foi sendo soprado pelo vento, acariciando seu rosto. Meu pulso já estava acelerado, mas disparou ainda mais forte quando vi suas íris desaparecendo de acordo com que as pupilas se engrandeciam em seus olhos. Tateei seu corpo com as mãos até encontrar as dele, que descansavam rente a sua cintura. Coloquei minhas mãos sobre as suas e segurei seus pulsos, agarrando-os entre punhos. Fiz pressão para erguer seus braços ao compasso em que minha cintura também subia lentamente em seu colo. Seus olhos voltaram a se fechar, contrária a sua boca que se abriu em completo transe. Abaixei meu rosto para encontrá-lo com a pele de seu pescoço, e forcei minha cintura em movimentos leves e lentos para baixo, escorregando por seu colo. Ele arqueou o quadril contra o meu, mas o forcei para baixo novamente, mantendo o controle.

Meu vestido já estava na metade da coxa graças a posição que eu me encontrava, e as correntes da calça dele estavam me incomodando. Então, indo soltar as correntes dos passadores da calça, precisei soltar as mãos dele. No mesmo segundo em que as soltei, suas mãos voaram para minha cintura, as agarrando e apertando com sôfrego. Seu gemido saiu abafado e mais pareceu um suspiro, como se estivesse sufocando. Quando fui erguer o quadril para conseguir puxar as correntes, ele murmurou inconformado e me puxou de volta, juntando nossos corpos novamente. Ri de sua feição desesperada, mas acabei engasgando no meio da risada quando ele apertou minha cintura e me guiou a rebolar devagar sobre si. Precisei abrir as mãos em seu peito para me apoiar, senão, derreteria sobre ele. Ficamos um tempo parados, ambos de olhos fechados, apenas curtindo o momento. As mãos dele firmes em minha cintura e eu, firme em cima dele.

Joguei a cabeça para frente, fazendo meu cabelo formar uma cortina capilar ao redor de seu rosto. O cabelo voou e ele riu, coçando a bochecha graças às cócegas. Enquanto ele lutava contra meu cabelo invadindo sua boca, voltei a me erguer e dessa vez consegui soltar as malditas correntes. As joguei no chão da caminhonete, sem me importar com onde iriam parar. Coloquei minhas mãos em seus ombros e as delizei por seus braços cobertos pelo moletom até alcançar as mãos novamente. Voltei a prendê-las sobre sua cabeça e me abaixei, acolhendo meu rosto em seu pescoço. Arrastei meu nariz pela superfície, sentindo o cheiro doce-amadeirado de seu perfume. Ele virou o pescoço, me fornecendo o espaço que eu queria. Fui de um lado ao outro arrastando meu nariz, expirando levemente apenas para me divertir ao sentir os pelos de seus braços se arrepiando. Arrepiando por causa de mim.

Gaby... – ele sussurrou com a voz praticamente inexistente. Na mesma hora, me afastei, impondo silêncio. Acatando, ele se calou.

Precisei lutar para recobrar meu foco, já que a voz rouca me chamando por meu apelido tinha me desestabilizado totalmente. Mas, olhando os olhos luxuosos, meu corpo engatou em seu próprio ritmo e se moveu lentamente em seu colo. Um som grutural escapou por sua garganta e tive que soltar suas mãos apenas para senti-las apertando minha cintura com necessidade igual antes. Mas não foi nada parecido como antes. Foi indubitavelmente melhor. Ele a agarrou com tanta força que era como se temesse que eu escapasse de repente. Mas eu não tinha planos de ir a lugar nenhum.

The Louise Lake | BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora