Josh Beauchamp
Quando Joalin já estava dentro de um avião, Taylor e Hina me abraçaram, cada uma de um lado.
— Pois é – Hina suspirou, deitando a cabeça em meu ombro.
— Sorvete? – Taylor perguntou, olhando para nós dois.
— Você acha que tudo se resolve com sorvete? – Hina perguntou, começando a andar para a casa dela.
— Claro? Sorvete é uma cura universal – Tay sorriu, animada. — E é cem por cento eficaz na cura de um coração partido – ela pousou a mão no meu peito, acariciando o lado esquerdo.
— Taylor, deixa ele sofrer o luto dele – Hina a puxou, afastando ela de mim.
As duas riram e Hina voltou a me abraçar, ambas se desculpando por terem brincado com minha situação.
Antes de deixar Lin entrar no avião, a abracei como se fosse a última vez que a veria, como se não fosse vê-la novamente em dois ou três dias. E, só para variar, mamãe nem se deu o trabalho de aparecer. Se antes elas brigavam por Joalin querer de sair de casa, as discussões quadruplicaram quando Joalin falou sobre Vegas. Lin até tentou fingir indiferença quando o último chamado para seu embarque soou nos alto falantes do aeroporto e nada de dona Ursula, mas já tinha gente emotiva demais ali. No caso, eu. Nós estávamos indo para a casa de Hina justamente por isso; não queria ver minha mãe. Ela ficar chateada com a situação, ok. Mas ficar brava com Joalin? Ela deveria estar feliz que a filha de quase trinta anos estava conquistando a independência!
— Josh, você tá ficando vermelho – a mão de Hina voou para minha orelha, a dobrando, coisa que sempre fazia para me irritar.
— Ele tá irritado – Tay interviu. — Aí, Josh. Quer quebrar alguma coisa? Janela de carro, prato, sei lá. É o que eles fazem nos filmes.
— É, Josh. Por que não quebra, sei lá, a arcada dentária da Taylor?
— Ele tenta. Eu quebro o pau dele.
— Taylor!
— Hina!
Ignoro a discussão das duas e vou abrindo a porta da casa de Hina. Logo, Sven corre para me receber. Tinha deixado ele lá, por precaução. Caso eu não quisesse voltar para casa, queria meu filho comigo.
— Ei, amigão – sorri largo, acariciando os pelos do meu vira-lata.
Sven pulou nas minhas coxas, se apoiando para lamber meu rosto. O peguei no colo, ninando-o como um bebê, e fui em direção ao quarto de Hina. Ela e Taylor ficaram na sala, me dando privacidade para ficar a sós com meu filhotinho.
— Vai ficar aqui com o papai, hm? – perguntei, sorrindo. Em resposta, Sven deitou a cabecinha em meu peito. — Pensei que, com Joalin indo embora, não iria mais ter ela pra cuidar de mim, mas que bom que tenho você, né, carinha? Hm?
O rabinho dele chacoalhou agitado enquanto as pontas dos meus dedos subiram e desceram pelas costas peludas da minha mini bolinha de pelos. Lembrei de quando Joalin me acolheu daquele mesmo jeito depois que meu pai foi embora. A emoção cobriu meu peito. Ela mal tinha ido, mas eu ainda não sabia como lidar. Odiava mudanças e, naquele momento, desejei voltar aos meus sete anos, quando minha irmã ia dormir comigo porque eu estava com medo.
Algo que também senti muito naquele dia foi a ausência de Gaby. Não esperava que ela fosse no aeroporto igual minhas amigas, mas imaginei que receberia seu apoio, nem que fosse virtualmente. Frustrado, joguei meu celular de qualquer jeito na cama. O acesso de decepção repentino assustou Sven, mas não demorou para que ele voltasse a repousar sua cabeça serenamente em meu peito. Afaguei a bola de pelos que descansava em meu aconchego, o usando como meu calmante. As orelhas relaxadas, o rabo inquieto e as patinhas que apoiavam seu rostinho peludo era mais relaxante que qualquer droga.
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The Louise Lake | BEAUANY
FanfictionJosh tem apenas uma missão: provar à Any Gabrielly, uma anti-romantismo, que o amor não é só invenção de filmes e livros; ele é totalmente real. Mas será que apenas as fotos do fotógrafo serão o suficiente para convencê-la ou ele precisará fazê-la s...