16. Cadendo dal paradiso

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Olá gente, eu espero que vocês estejam bem. Então, esse capítulo traz um assunto bastante sensível e que a gente acompanhou bem de perto, foi uma fase bastante triste e eu sei que não é fácil ler e ter esses sentimentos revividos, também não foi fácil para mim quando eu estava escrevendo, mas foi uma parte extremamente importante na história das duas e, principalmente, na história da Dayane, então eu não poderia ignorar isso, seria até mesmo desrespeitoso com a trajetória dela. Bem, depois dessa introdução enorme, eu vou deixar vocês lerem pq eu sei que vocês estão ansiosas e eu já dei muito spoiler.

Aproveitem a leitura!

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Dayane Mello

Todos os momentos são efêmeros, apenas são eternizados em algum lugar das nossas memórias. Os sentimentos se desmancham rapidamente como ondas no mar, o que fica no final das contas é apenas o rastro do que eles deixaram na nossa vida, cicatrizes que por vezes nunca vão passar. Eu sabia que aquela cicatriz seria eternizada em mim. Eu, que sempre estive preparada para passar por todos os obstáculos que surgiriam durante a minha trafegaria, me permiti abaixar minha guarda para poder desfrutar do momento mais belo da minha vida, mas o destino é um ótimo estrategista e sabe que a melhor hora de atacar é quando você se desprende de todas as suas defesas.

E ele foi impiedoso.

Eu não estava preparada quando me chamaram para o confessionário logo nos primeiros momentos depois que eu despertei, e estava muito menos preparada para ouvir a notícia que me atingiria de uma vez, sem tempo para que eu pudesse voltar a proteção de meus muros. Lucas já não estava mais aqui, fazia anos que eu não o via e agora isso nunca mais aconteceria. Agora só me restava o vazio que a notícia me deixou, que era apenas preenchido pelo som das lágrimas de Juliano, meu irmão que sempre foi minha proteção e que não era capaz de exercer seu papel agora. Eu procurei me manter firme ao escutar a notícia e talvez transmitir um pouco de conforto para o meu irmão que estava tão quebrado quanto eu, foi um maldito acidente de carro, apenas alguns segundos de um descuido foram necessários para tirar a vida de uma das pessoas que eu mais amo, em apenas alguns segundos e a minha felicidade foi substituída por uma enorme tristeza. Assim que a ligação com Juliano foi encerrada, eu senti o peso do mundo desabar em minhas costas, o choro que estava engasgado na minha garganta saiu com facilidade e eu me permiti desabar completamente.

Meus sentidos estavam sem direção, eu apenas focava em tentar controlar o meu choro incessante e nem percebi em qual momento pedi para que chamassem ela pra cá. Talvez eu estivesse sendo um totalmente egoísta ao pedir que ela ficasse aqui presenciando meu sofrimento e pegando tudo para ela, mas eu sabia que não conseguiria passar por isso sozinha e a única coisa que eu pensava no momento é que eu preciso do seu abraço.

Quando Rosalinda entrou no confessionário ela apenas se deparou com o meu estado deplorável, eu mal conseguia enxerga-la com a minha visão embaçada devido às lágrimas, mas quando os seus braços me envolveram, mesmo que ela não estivesse entendendo nada do que estava acontecendo, eu senti um pouco de segurança naquele momento. Sua voz delicada pedindo para que eu respirasse foi o que me ajudou a recobrar um pouco dos meus sentidos e a minha respiração foi sendo controlada aos poucos, eu precisava explicar a ela tudo que estava acontecendo.

– Meu irmão... ele... – Os soluços me impediam de continuar falando, por mais que eu tentasse era praticamente uma missão impossível. – O Lucas... ele morreu. – Eu não consegui explicar mais nada, quando eu falei foi o bastante para desabar novamente.

– Não... Isso não pode estar acontecendo. – Ela me apertou mais em seus braços e eu ouvia a sua voz embargada. – Amore, eu estou aqui... Eu estou aqui com você.

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