Capítulo XXI

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A agitação da cidade de Londres influenciara no temperamento de Aneelize que a todo momento ficava esperando alguma coisa acontecer. Bastava uma das criadas se aproximar para o coração bater descompassado. Ela ansiava por algo que quebrasse os dias monótonos que estava tendo. Na cidade tudo parecia tão vivo e dentro de casa os segundos aparentavam se prolongar abraçando o silêncio. Eles estavam ali fazia duas semanas e em todos os dias Campbell trabalhou, se trocaram dois ou três diálogos fora muito. Os negócios sempre o chamavam. Dormindo em quartos separados, Aneelize não o via quando saia ou chegava. 

Desde o baile na casa de Armstrong, ela não enviou cartas a baronesa de Saymour. Estava envergonha e não sabia como se comunicar com ela. Jane soube que a amiga estava a uma caminhada de sua casa. Esperou o convite para uma visita, mas ele não chegou. Então depois de alguns dias decidiu comparecer sem ter sido convidada. Aneelize ao vê-la chorou e abraçou.

— Eu não devia ter dito aquilo! — chorosa fala — Cecilia deve me odiar.

— Ela sabe que disseste a verdade! — Jane tentara abrir os olhos da irmã sobre o cortejo com Campbell antes do ocorrido em Armstrong, contundo Cecilia deu somente ouvidos a Willian — me perdoe, era uma situação delicada para me posicionar.

— Estás certa de ter ficado ao lado de vossa irmã!

As damas conversaram por horas. Os dias que se seguiram uma visitava a outra. Aneelize passava bastante tempo ajudando a cuidar de Arthur. Vendo o filho da amiga começou a brotar no coração da lady o desejo de ser mãe, "ter uma miniatura minha no mundo!", pensava ela. A ausência dela fora nota por Thomas que nada dizia, até que um dia tarde da noite, perto da hora do jantar milady O'Blac ainda não tinha voltado, ele então resolveu ir à casa de Saymour. A esposa ficou surpresa ao vê-lo. Campbell conversou normalmente, com a seriedade que como de costume carregava no rosto. Ao término da refeição, Aneelize tocou algumas canções. Eles se despediram e partiram. Chegando em casa, foram para os seus respectivos quartos. Um em frente ao do outro.

— Boa noite! — disse ela com a mão na maçaneta da porta.

— Hoje quando cheguei esperava ter uma refeição a sós... — o comentário saiu num tom entristecido. Aneelize virou-se para ele.

— Perdão, eu deveria ter avisado que jantaria com os Saymour! — dito isso eles ficaram em silêncio se olhando. O ar ficou pesado, existiam muitas coisas para serem faladas, mas talvez o orgulho e a insegurança os impedia — na verdade, tenho me sentindo muito só, não o estou acusando, compreendo e respeito vossa dedicação ao trabalho, mas por conta disso que tenho ido tantas vezes à casa de Jane.

— Dada as circunstâncias não posso julgá-la, apenas pedir que me perdoe! — e foi nesse momento, naquele corredor com pouca luz que Aneelize entendeu o porquê de ter se recusado a fugir com Willian — eu apenas não podia dormir sem antes vê-la para solicitar que me acompanhe amanhã à noite para assistirmos a uma peça teatral!

— E qual seria o tema? — empolgada questiona.

— Um amor trágico! — ela ri da afirmação.

— Minha primeira vez vendo uma peça sobre amor certamente precisaria ser trágica — zomba.

— Não podemos fugir dos padrões da senhora O'Blac! — caçoou ele.

— Não, não podemos! — o semblante dela ficou iluminado com a proposta — então, boa noite! — Aneelize abriu a porta e entrou no quarto a certo custo, ao vira-se para fecha-la Campbell permanecia parado a observando. Ela encostou devagarinho a porta apenas para vê-lo por mais alguns segundo. Tendo fechado se recostou sobre ela, fitou o teto — o que está acontecendo?

Nosso acordo! (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora