Capítulo VI

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  A cada parente ou amigo dos O'Blac, no qual Thomas ia sendo apresentado, um ou outro fora simpático. No geral eles faziam comentários maldosos a respeito de Aneelize ter levado tantos anos para afinal estar rumo ao altar. O comum, o que deveria estar acontecendo não era a oficialização de um noivado. Para eles ela deveria estar com um filho no colo, carregando outro no ventre. Todo o peso recaia sobre os ombros dela. Alguns ousaram insinuar atitudes grosseiras na qual tivera mantido o noivo longe por tanto tempo. O Campbell decidiu se recolher até a hora do jantar antes que esfolasse alguém, já havia sido tolerante por muito.

  Deitado na cama, virou-se de um lado para outro até conseguir uma posição agradável que fosse convidativo para o sono, no entanto, ele não vinha. Sua mente estava muito acelerada, ocupada pelas palavras proferidas mais cedo. Virado para cima, com um dos braços sobre os olhos sorriu, um sorriso amargo.  

— Como ela os tolera? — a lembrança do sorriso constrangido, do olhar triste que permeavam a noiva se seguiu desde o desjejum até o almoço — não houve um que me questionasse do porquê! — Thomas não conseguia deixar de se sentir culpado — será que estou dando mais atenção do que deveria a isto! — ele sorri — um tanto inusitado.

  Jogando conversa fora, Matthew e Ewan fumavam e bebiam em um dos quartos. O visconde percebeu certa curiosidade no olhar do Campbell.

— Se continuares a olhar-me assim concluirei que estás enamorado de mim! — caçoa enquanto o amigo o olha horrorizado — não entendo vosso assombro milorde — implica — existem homens que... — talvez aquilo fosse demais para o inocente Matthew.

— Sei que sim! — afirma um tanto irritado — não sou mais um moleque que idolatra e corre atrás do irmão e do amigo querendo ser como eles.

— Então estais dizendo que deseja! — diz malicioso.

— Mary Tereza O'Blac! — pronuncia vendo a leve alteração sofrida pelo visconde. Matthew aprendera a ser um observador, para sobreviver a aristocracia sempre era necessário ter um Ás na manga — agora sou eu que vejo...

— Vou lhe dar um conselho! — o interrompe com certa fúria — cuide de vossos assuntos e eu cuidarei dos meus! — ríspido diz.

— Visconde fora rejeitado! — sério afirma.

— Rejeitado? — caçoa — já lhe disse para cuidar de vossa vida.

— Ainda fico com meu questionamento, foi ou não?

— O filhinho da mamãe certamente tem coisa mais importantes para dar atenção do que casos amorosos!

— Já virou um caso?

— Sendo o próximo, deveria estar mais preocupado com vosso casamento! — só de ouvir Matthew sente um arrepio subir pela espinha — a condessa tratará de lhe arranjar um em breve — Campbell ficou em silêncio, parecia refletir amargamente sobre o assunto. Ewan ficou inquieto, pois Matthew não parecia mais disposto a dialogar — ela é mais difícil do que aparenta!

 — Toda uma discussão para no fim chegar a isso! — diz mal-humorado.

— Faz parte do meu charme!

— Ao que parece, ele não tem tido tanto efeito! — grosseiro caçoa.

— Falando assim parece que mal me conhece, quando perdi?  

  Em outro lugar, Josias e Edith tinha uma difícil discussão. Para ela não era coerente ter tantos membros do conselho reunidos em um mesmo ambiente, isso levantaria suspeitas de politicagem em meio ao casamento da filha, algo que certamente não queria. Ainda que ambos soubessem que aquele era o proposito inicial de tudo. Enquanto isso, Mary, a baronesa de Pompadour  e as primas andavam pelo jardim fofocando sobre a corte.

Nosso acordo! (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora