Capítulo XXII

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AVISO: por mais que seja leve, esse capítulo tem gatilho para estupro marital. Se cuidem! 

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Thomas e Aneelize caminharam para os aposentos em silêncio. Ela não sabia o que pensar ou esperar. Campbell, por outro, lado estava aflito. Aquela decisão não seria fácil e poderia arruinar a boa relação que estavam construindo até aquele momento. Eles entraram no quarto. Thomas não disse uma palavra, ficou somente andando de um lado para o outro. A esposa considerou que talvez os últimos acontecimentos o tivessem levado ao esgotamento mental. 

— Estais me deixando angustiada! — ele a olhou, suspirou, sentou-se e colocou os cotovelos nas pernas, apoiou a cabeça nas mãos e a escondeu. Aneelize se aproximou e perto dele sentou — há algo lhe perturbando?

— Meu pai sabe de tudo, desde o começo soube que não finalizamos o acordo! — falou ainda com o rosto entre as mãos. Ela tocou no joelho de Campbell, então ele descobriu o olho para vê-la.

— Então, o que há de vir agora? — Thomas fica em silêncio — porque nós apenas não o concluímos!

— Não posso fazer isso com a lady! — sem intenção a ofende, fazendo a levantar bruscamente.

— Não pode ou não quer? — séria questiona — sei que não sou deveras atraente, contudo sou eu tão repugnante a vossos olhos para tal?

— Sabes bem que não se trata disso! — ele se ergue e fixa os olhos sobre a esposa — e... a lady certamente... milady és uma das mais belas criaturas vivendo sobe a terra, sem dúvida... na qual meus olhos podem se deleitar à contemplar! — Aneelize abaixou a cabeça envergonha.

— Então façamos o necessário! — afirma acanhada ainda olhando para o chão. Ela sentia uma onde de calor a envolvendo. Thomas se levantou e se aproximou dela.

— Para isso a lady me permitiria beijá-la?

— Agora... aqui? — as mãos dela começaram a suar e o coração bater tão rápido, que sabia que Thomas podia ouvi-lo. Ele se aproximou ainda mais pegando delicadamente o rosto dela com as mãos.

— Sim... enquanto me houver coragem para tal... mais tarde talvez não possa fazê-lo! — ela cedeu espaço permitindo ser beijada. Campbell encurtou a distância entre seus corpos a tornando inexistente. Aneelize deixou-se ser guiada para aquela nova experiência.

Thomas parecia estar dormindo quando a lady O'Blac o espiou rapidamente. Ela mal conseguia olhar-lhe por estar envergonhada. Aneelize, agora possuía um laço de sangue com aquele homem e isso a assustava. Ainda que tivesse concordado, não pode ignorar um leve incomodo no qual despertou das partes mais profundas de sua alma. A cada segundo passado, essa pontada de dor parecia crescer e sem perceber lágrimas começaram a escorrer. A lady estava nua, apenas com um lençol a cobrindo até o seios. Ela virou de lado, se encolheu abraçando as pernas tentando conter o choro que cerrava lhe a garganta, pois se sentia invadida e humilhada. Ao contrário do que parecia, Campbell não estava dormindo. Ele fechara os olhos para tentar entrar no mundo dos sonhos, contudo a mente ignorava seus esforços. A culpa o corroía. Ouvindo o fungar da esposa, abriu os olhos e a vendo encolhida ergueu uma das mãos para tentar consolar-lhe, mas antes que pudesse encostar nas costas dela descoberta sua mão travou. Ele não conseguiu avançar, não podia. Campbell havia lhe causado aquela dor e como poderia agora tentar consolá-la. Sentiu-se impotente, o mais miserável dos homens. Depois de alguns minutos, Aneelize acabou caindo em um sono profundo. Thomas percebendo se levantou com muita cautela, precisava sair dali antes que enlouquecesse.    

À noite durante o jantar, Aneelize decidiu não participar, estava completamente indisposta a sorrir e ser gentil. Mais cedo quando acordou e não o viu se sentiu ainda pior, abandonada. As servas a olharam e trataram diferente enquanto a ajudavam a se vestir. Ela, de fato havia se tornado uma Campbell. Provavelmente o conde saberia assim que elas saíssem dali que o contrato estava concluído. Thomas ao saber da indisposição dela deixou a mesa e se dirigiu rapidamente até os aposentos deles. Entrou afobado no quarto a assustando. Aneelize estava sentada tentado fazer um bordado para se distrair. O vendo, fixou os olhos no chão, pois ainda estava constrangida.

Nosso acordo! (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora