Nos próximos dias, Thomas tentou mais algumas vezes, percebendo que o amigo estava irredutível contou para a esposa. Aneelize escreveu para a irmã e decidiu não deixá-la sozinha ao enfrentar os pais, então resolveu visitá-los. Nos aposentos, milady Campbell se preparava para a viagem.
— Meu eu egoísta pede incansavelmente que fique! — disse Thomas segurando o rosto dela — se pudesse jamais deixaria que se afaste de mim, contudo compreendo o momento delicado, saiba que ansiarei por vosso retorno.
— Poderia eu crer em vossos dizeres? — caçoou ela. Campbell não gostou daquela insinuação. Ele de fato não desejava se apartar da esposa, tinha se acostumado à presença, o cheiro, o som da risada dela, os corpos colados durante a noite. Era como se nunca tivesse existido uma vida diferente e não cogitava tal possibilidade — mil perdões! — corrigiu ao perceber o incomodo que as palavras fizeram a ele — meu marido, sentirei em demasia vossa falta!
— E eu vossa ausência! — Thomas a abraçou como nunca fizera antes. Respirou fundo para absorver o máximo possível do cheiro dela e com certa relutância se despediu.
Aneelize levou cerca de cinco dias para chegar à casa de campo. E chegando lá, o estrago estava feito. Mary falara com os pais. Edith desmaiou ao saber. Josias entoou que não desejava vê-la nunca mais e iria deserdá-la. A irmã inconsolável murmurava pelos cantos a tolice praticada. Aneelize resolveu tentar reverter a situação junto ao pai.
— Senhor, lhe suplico, tente entender... — dizia ela a um homem que mal lhe olhava — se nada for feito isso atingirá tanto a mim quanto vosso adorado filho e neto que está para chegar ao mundo!
— Não moverei um palha a favor dessa miserável! — colérico se pronuncia — Aneelize, não insista, uma filha minha jamais desonraria a família dessa forma, me recuso a crer, certamente não saíra de minhas entranhas...
— E quando vir à tona o que será de mim e Richard? — Josias sempre fora insípido com a filha mais nova, a tratando diferente dos demais — isso arruinará nossas vidas, por favor! — Josias vacila com a insistência — lhe imploro, faça por mim e por Richard, esse acontecimento pode atingir vossos negócios também!
— Vossa mãe já deve ter solicitado à Armstrong para intervir! — disse exausto. Ele sabia que quando algo apertava a esposa corria para pedir ajuda ao irmão. Nada parecia não estar ao alcance do marquês de Armstrong. Eles escutam alguém bater à porta. Então entrou Edith, Mary e Aaron.
— Tio Aaron? — disse Aneelize surpresa.
— Filha! — contente fala e a abraça. A atmosfera do ambiente se torna densa — sei que devem estar aflitos, contudo, já tomei as providências e o rei está do nosso lado! — calmo diz.
— O rei... — sussurrou Mary preocupada.
— Mary e o visconde de Windsor precisaram ficar fora do país, se casar e ter o filho por lá! — disse Aaron. Aneelize analisou e percebeu que aquela decisão era semelhante ao que acontecera a prima, Betty, anos atrás.
— Irmão, mas... — Edith sabia que estando distante a filha sofreria e poderia ser terrível, pois talvez o visconde tornar-se violento ao ser forçado à aquela situação.
— Já está decidido Edith, não há mais nada a ser feito — autoritário falou — agora que Aneelize é uma Campbell deve fazer parte das reuniões com minha esposa! — milady O'Blac ficou confusa quanto aquilo, contudo entendeu que não se tratava de uma solicitação e sim de uma intimação.
No dia seguinte, um telegrama chegou da casa Campbell informando sobre o falecimento do conde Charles. Aneelize se desesperou, pois sabia do forte laço entre o marido e o pai. Ele devia estar arrasado e como de costume se fazia de forte na frente dos demais sem transparece as emoções, enquanto se despedaçava por dentro. A família O'Blac se dirigiu à casa do conde. Cada momento na estrada pareceu uma eternidade, quando finalmente chegaram e a carruagem mal havia parado, Aneelize saltou. As criadas informaram que desde o falecimento, ele se isolara no quarto, não falava com ninguém e sempre parecia estar dormindo. Ela correu ao encontro dele, chegando nos aposentos o viu deitado, encolhido, parecia abraçar algo, se aproximando o viu agarrado a um lenço dela.
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Nosso acordo! (Completo)
RomanceUm acordo de casamento foi assinado entre duas famílias da nobreza. Era tão comum entre as pessoas daquela época o arranjo devido a interesses políticos e econômicos, assim como o sol nasce no leste e se põe no oeste. Aneelize O'Blac contava com iss...