Capítulo 4-Doce silêncio.

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Com meu visto em mãos, eu vou triunfante até a sala do Willian. Ele não poderá recusar minha solicitação de viagem, não tem motivos para me manter aqui.
Eu assino meu pedido de visto validado, recém impresso pela Gwen, e no impulso entro na sala do Willian sem nem me anunciar. Sou imediatamente jogada contra uma parede, o rosto da Allyson a alguns centímetros do meu, seu braço esmaga minha garganta e me impede de respirar.

-Allyson, sou só eu...-Antes que meu rosto fique roxo e eu caia desmaiada, a Allyson percebe seu erro e se afasta de mim.

-Você sabe as regras, Peyton, com todas as ameaças pairando sobre o senhor Chiarelli, é essencial se anunciar.

-Sinto muito, Allyson, eu precisava falar com o Willian com urgência e não pensei no protocolo.

-Eu entendo, mas eu poderia ter machucado você sem querer, Peyton, e acredite, estou longe de querer machucá-la.-Assim como eu, ela parece envergonhada. Eu por entrar sem respeitar as regras, ela por me agredir. A Reagan e a Letícia, juntamente com o Willian, tossem ao lado para nos lembrar de suas presenças e, especialmente, a razão pela qual estou aqui.

-Peyton, você queria me ver?-O vermelho aumenta nas minhas bochechas, eu me afasto da Allyson e entrego o visto ao Willian. Ele o examina, franzindo a testa como sinal de insatisfação. Ele aperta a ponta do nariz, irritado, e procura por palavras. Ele não é assim, ele que é tão atencioso e calmo.-Bem, entendo, você é tão teimosa quanto uma mula, Peyton. Queridas, nós nos vemos mais tarde?-A Letícia e a Reagan concordam e se despedem. A Reagan lança um olhar conhecedor para o Willian: O olhar de CEO. Quando a Letícia passa por mim nossas mãos se esbarram como se ela estivesse me desejando boa sorte. Quando a porta se fecha eu dou continuidade.

-Sinto muito, Willian, se pareço insistente demais, mas trabalho nisso há dias e dias e preciso chegar ao fundo disso.

-Olha, Peyton, eu não gosto nada disso. Comecei a olhar o arquivo e sua magnitude excede seu domínio.

-Então você acha que eu não tenho as habilidades?-Eu sei que ele é meu chefe, mas eu estou mais do que cansada de todo mundo me tirar do caminho. Hoje me sinto pronta para me impor.

-Não tem nada a ver com suas habilidades, Peyton, tenho total confiança em você, mas parece perigoso para mim.-Eu sorrio para ele com carinho. Trabalho com o Willian há vários anos e agora entendo que ele me considera mais do que apenas uma funcionária e ex-nora. Eu também sou sua amiga.

-Vai dar tudo certo, não tem motivo para que as coisas fiquem feias. E se eu sentir que as coisas podem dar errado, eu volto.

-Eu te conheço, Peyton, mesmo que sua vida dependesse disso, você continuaria. Essa é uma das razões pelas quais eu aceitei a recomendação de sua promoção.

-Se você está preocupado com a segurança da Peyton, senhor Chiarelli, precisa encontrar alguém que possa acompanhá-la e cuidar dela.-Allyson está ouvindo nossa conversa? Como isso é da sua conta? Nós dois nos viramos para ela, surpresos ao ouví-la falar. Geralmente ela é quase invisível.

-Você tem algo em mente, Allyson?

-Você precisa de alguém que conheça o país, que seja discreto, confiável. Parece que não podemos confiar em ninguém com relação a isso.-O que ela está tentando sugerir? Ela está insinuando que não confia em MIM? O Willian e a Allyson se entreolham em silêncio. Mas parece que eles estão se comunicando de alguma maneira. Eu tento entender o mistério que eles estão inventando na minha frente em total silêncio. Eu os imagino apresentando um cenário que me impedirá de ir e fico irritada. O Willian acena com a cabeça para a Allyson, e a Allyson acena de volta em confirmação. O que os dois estão fazendo?-Posso recomendar uma das minhas colegas. Ela fala russo e é especialista em detalhes de segurança para empresas.

Inesperada | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora