Capítulo 5-Se fosse só medo...

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Alguns minutos depois, chegamos ao aeroporto. Não fui capaz de conversar depois da conversa da Allyson com o Willian. Meu coração ainda está batendo forte e estou com dificuldade para respirar normalmente. Mesmo que a Allyson tenha me prometido que nada aconteceria comigo, não posso deixar de pensar que não depende dela.
A Allyson estaciona em uma das muitas garagens do aeroporto e saio para pegar minha mala. Eu tenho dificuldade para tirá-la do porta-malas e, para meu alívio, a Allyson cuida disso, mesmo que ela me coloque de lado no processo.

-O que tem aqui, senhorita Johnson? Um cadáver ou algo assim?-A Allyson acabou de fazer uma piada?

-Não, mas terá na volta.

-O quê?

-O seu, Allyson. Se você me encher muito o saco, vai acabar em pedaços na minha mala.-Ela sorri e mostra seus dentes perfeitamente retos e brancos. Ela é fofa!

-Vamos, Peyton, Moscou nos aguarda.-Com uma piscadela, ela tenta me ajudar a relaxar, mas eu não consigo. Meu estresse está no auge. Um drinque pode ajudar, no entanto!

Há tantas pessoas no terminal, correndo em todas as direções. Alguns estão subindo as escadas rolantes, enquanto correm pelos degraus. Eu sinto que todo mundo está com tanta pressa para seguir em frente e eu só quero pisar no freio. Olho para o quadro das decolagens e não vejo os voos para Moscou, mas a Allyson parece segura de si e vai até o balcão de check-in. Eu inspiro lentamente. Afinal, teremos que ficar aqui, e não vou entrar naquele avião mortal. Nós precisamos encontrar uma maneira de chegar a Moscou, e estou decepcionada que nossa viagem atrase. Mas só a idéia de entrar em um avião faz gotas de suor escorrerem na minha testa. Paro de repente enquanto penso em outra maneira de chegar a Moscou e avaliar a distância entre Nova York e a Rússia. A Allyson não percebeu e está parada no balcão, fazendo check-in das suas malas. Ela se vira e faz um gesto para mim, impaciente.

-Você vem, Peyton? Vamos nos atrasar se continuarmos assim.-Vou em frente, muito mais relaxada do que quando cheguei e olho para ela com surpresa. Não entendo como podemos nos atrasar quando nosso voo provavelmente foi cancelado.

-Allyson, é normal que o nosso voo não esteja listado?-Ela fica surpresa e segue meu dedo enquanto eu aponto para a enorme tela. Ela parece entender imediatamente, porque ela sorri.

-Você realmente achou que nosso voo seria listado?

-Quer dizer que nosso voo não foi cancelado?-A Allyson parece um pouco irritada com minhas perguntas. Eu me sinto como uma criança pegando o avião pela primeira vez, e fazendo birra. Ela está realmente irritada comigo?

-Não vamos pegar um voo comercial, Peyton.

-Nesse caso, como vamos chegar a Moscou? Não estou acompanhando, Allyson.

-A Fitscher Corp tem sua própria companhia aérea e os jatos da empresa podem ser usados para viagens de negócios.

-Um jato particular? Mas isso significa que o avião será ainda menor.-Eu quase engasgo. Eu evito olhar para ela. Meu Deus! Um avião pequeno, tempestades, nós definitivamente vamos morrer. Como que para confirmar meus medos, um raio ilumina o céu ao longe e ouço o trovão rugir. Eu estremeço. A Allyson segura meus ombros e me olha nos olhos. Tudo o que está ao meu redor derrete. Ela é a única coisa que vejo. Meu coração batendo é a única coisa que posso ouvir, ecoando em meus ouvidos. É como se eu estivesse hipnotizada, o suficiente para esquecer o avião que tenho que entrar e tudo em que me concentro é no toque das mãos dela.

-Vai ficar tudo bem, Peyton. Nada vai acontecer com você, eu já lhe disse.-Sua voz é suave e calma. Ela sussurra as palavras como uma oração. Ela é tranquilizadora e consegue me acalmar.-Você está bem?-Eu respiro fundo e levanto minha cabeça. Seja forte, Peyton! Você pode fazer isso! Olho para frente e me liberto das mãos da Allyson, rapidamente fazendo check-in da minha mala. A moça toca no teclado, verifica meu passaporte e visto e depois devolve tudo para mim.

Inesperada | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora