Capítulo 11 - Um dragão grande e feroz

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Faz bastante tempo que eu não atualizo aqui né? Nem vi o tempo passa, foquei tanto em Submerso 😅

Eu tive um block de escrita do nada, então ainda estou voltando aos poucos a escrever

eu ando bem ocupado com o trabalho e com a escola tbm, então provavelmente eu só vou att nos finais de semana

Mas não se preocupem! Logo logo eu trago mais capitulos :D

Espero que gostem ~✿

Encarei a colina ao longe, depois dela, deve haver outra floresta, indo além do que o rio, que atravessa esse reino destruído, mostra

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Encarei a colina ao longe, depois dela, deve haver outra floresta, indo além do que o rio, que atravessa esse reino destruído, mostra. Não quero me lembrar, mas sei que negar isso só vai me machucar ainda mais, eu deveria aceitar isso.

É um pouco complicado, eu não os culpo, mas sei que o que fizeram foi errado, me pergunto se eu não fui uma criança boa o suficiente, o que eu deveria ter feito naquela época? Quando tudo desmorona, o fogo corrói a pele e não o aquece como fazia em uma lareira.

Já fazem anos, mas consigo me lembrar dos detalhes tão claramente que me assusta, o gritos das pessoas ainda ecoa na minha mente e tinha tanta fumaça que eu mal conseguia respirar. Se eu soubesse o que estava acontecendo, eu teria corrido o mais rápido que minhas pernas aguentavam.

Eu teria corrido, tenho certeza disso, eu teria seguido a correnteza de pessoas que gritavam, mas mamãe me pediu para ficar no lugar e eu fiquei. Enquanto tudo queimava, desmoronava e eu via meus semelhantes morrerem, eu ainda ficava sentado na frente da minha casa em ruinas, porque mamãe me prometeu que voltaria e eu era uma boa criança.

Uma parte minha, bem amargurada e cruel, queria que meus pais tivessem morrido, queria que tivessem tido uma morte horrível ao invés de terem me abandonado. Mas foi o que aconteceu, eles fugiram e me deixaram para trás, sem se importarem se eu morreria ou perderia doze anos da minha vida sendo escravizado e maltratado.

Suspirei, olhar aquele campo vazio me entristecia profundamente, tinha apenas a grama, um ou outro resquício de pedra sendo engolido pelo musgo, o que outrora fora uma casa. Casa com uma família, uma família de draconianos feliz ou até mesmo de humanos, embora fosse muito raro.

Agora, depois de algumas semanas encarando os retratos na minha forma humanoide, posso ter certeza de que Katsuki é o herdeiro legitimo do reino. Os quadros por quem ele tanto chora, são seus pais, me pergunto como as pinturas não sumiram com o tempo ou foram estragadas pelo fogo.

Não sei ao certo que memórias ele guarda em sua mente, qual foi a ultima felicidade que passou com seus progenitores, nem sei ao certo sua idade, mas sei que ele é mais novo do que eu. Da última vez que eu estive aqui, eu tinha oito, posso afirmar isso com certeza, porque fui embora alguns dias depois do meu aniversário.

Analisando agora, tenho certeza de que meus pais me odiavam, uma gravidez indesejada, provavelmente. As memórias estão vindo aos poucos, e cada nova lembrança é dolorosa, certas coisas, eu preferia que ficassem enterradas num baú.

– Kirishima – A garota praticamente cantou no meu ouvido, abro um sorriso ao vê-la.

– Mina – Ela se senta ao meu lado, olhando para onde eu encarava anteriormente.

– Aqui é bem grande não é? Já se acostumou?

– Acho que eu nunca me acostumaria com essa visão – Não queria soar tão melancólico, sei que ela está animada sobre a paisagem.

– É verdade, não é? As vezes eu me esqueço disso.

– Do que?

– Que muitas pessoas moravam aqui felizes antes de um monstro destruir esse lugar – Ashido não me encara, apenas dobra seus joelhos e apoia a cabeça ali.

– Eu morava aqui.

– Sério? – A rosada me encara, está muito surpresa e parece um pouco culpada com a conversa de alguns segundos atrás.

– Sim, tenho certeza disso agora, mas minha cabeça ainda está muito confusa, acho que a culpa é da transformação.

– Acho que o fato de você ser híbrido não tem nada a ver com isso.

– Porque?

– Você tem uma grande parte humana Eijirou, seu cérebro comprimiu memórias para você não sofrer.

Estou rindo alto, o céu está quase completamente escuro e grossas lágrimas descem pelo meu rosto. É verdade, eu preciso me lembrar, mas não quero, não quero ter que lidar com isso, porque dói demais.

Mina afaga minhas costas pacientemente enquanto eu me encolho, não consigo parar de chorar e não consigo respirar também. Uma raiva cresce dentro de mim, não era para eu ter sofrido tudo aquilo, por muito tempo eu me culpei, mas não tem nada de errado comigo.

Os guardas mentiram, papai e mamãe também, Tetsutetsu estava certo, eu era um bom garoto, não fiz nada de errado e a culpa não é minha. Agora, depois de anos, consigo perceber que não preciso carregar esse fardo, ele não é meu.

* * *

O som de algo na floresta me alertou, eu e Mina já tínhamos voltado para o castelo fazia um tempo, tínhamos acabado de jantar e eu iria tomar um banho antes de deitar na cama, mesmo que eu não conseguisse dormir.

Procurei Katsuki, sinto que é meu dever protegê-lo, uma forma de agradecer tudo o que ele fez por mim. Quando eu o encontro, ele está apenas com uma calça fina, diferente da grossa de couro que sempre usa, secando os cabelos loiro sentado na cama.

– O que está fazendo aqui? Não consegue dormir de novo?

– Tem alguma coisa na floresta, mas não parece ser um exército.

– Deve ser só um animal grande – Ele me tranquiliza, mas não parece acreditar nas próprias palavras.

O ruído aparece novamente, ecoando na minha cabeça assombrosamente, está chegando mais perto e eu me sento ao lado do príncipe na cama.

– Vamos conferir, por favor, está chegando mais perto.

– Está com medo? – Tem um sorriso zombeteiro no seu rosto – Um dragão grande e feroz com medo.

– Não tenho medo por mim – O rebato, quase que ofendido pela sua fala – Estou com medo por você.

– Você me acha fraco? – Balanço a cabeça em negação, as vezes suas ideias me fazem querer rir.

– Eu só não quero perder mais ninguém importante para mim.

– Ah é? – Seu rosto está corado, só agora notei o que eu acabei de dizer – Eu sou importante para você?

– Claro que é! Você é meu rei.

Katsuki iria falar alguma coisa, mas Denki entrou no quarto correndo, estava afobado e parecia preocupado demais, uma coisa não rotineira de sua personalidade.

– Acho que tem alguém vindo da floresta, eu ouvi uma voz.

– Certo – Suspirou cansado, me encarando uma última vez antes de ir para o corredor – Vamos conferir.

🦎🦎🦎

Eu tinha descrito o kirishima com quatro quando foi pego pelos soldados, se eu não me engano, mas eu vi que não tinha muito sentido??

Enfim, o kiri é uns três anos mais velho que o baku eu vou corrigir esse erro nos outros caps

Me deem a opnião de vcs sobre o rumo da historia pfvr :D

O garoto da capa vermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora