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   Em frente à porta do meu apartamento, o observo, me perguntando por que ele tem que persistir em me olhar dessa forma. Por acaso tem ideia do que isso faz comigo? A bagunça que me causa não tem nem ao menos uma descrição aos pés.

- Já está ficando tarde. É melhor eu ir.- Me despertando de devaneios, ele se aproxima inesperadamente e antes que eu possa pensar, deposita um beijo molhado no rosto que já está com a temperatura alta. Fecho os olhos por um instante e volto para aquelas nuvens, o som do mar no fundo quando ele quase tirou minha vida com um simples ato feito esse.- Boa noite, Maya.

- Boa noite.- Repito quando grito internamente para ele ir antes que eu o puxe para dentro sem ouvir o mesmo concordando com a ideia ou não.- Obrigada pela ajuda.

Solto o ar pela boca depois de fechar a porta. Posso ficar menos nervosa com a ideia dele escutando as batidas aceleradas de um coração nada descente. Corro para o banho assim como corro da única vontade que tenho tido ultimamente.

   Continuo tentando e treinando para saber lidar. Saber conviver com sua presença. E quando tudo parece estar indo com o fluxo, descubro que ele é o atrito dessa história.

Cada minuto perto do Mingyu está se tornando mais imperdível. E eu me vejo viciada e negando a reabilitação a todo contato que tenho com essa droga.

Sorrindo abobada, aproveito a sensação de alívio e limpeza percorrendo meu corpo quando deixo o banheiro. Coloco o pijama branco de cetim que minha amiga (a que no momento ocupa a minha cama inteira) me deu.

Quando chego na sala com tudo certo para deitar no sofá, a campainha toca. O relógio marca 00:30. Vou em direção ao olho mágico. Mas algo mais inesperável ainda está do outro lado, ou melhor, alguém.

- Mingyu? O que aconteceu?- Ele segura uma sacola da loja de conveniência que parece ser da esquina. Seu olhar é demorado em mim e sinto o estômago cheio de sylphina angel.

- Perdi o último trem...- A feição mais adorável que só ele pode conter me faz ficar admirada.- O próximo só passa 5 horas.- As bochechas rosadas aparecem e noto o jeito único que o faz parecer uma criança inocente.- Eu ia pegar um táxi, mas estou certo que o valor vai ser alto demais até lá. Pensei em ligar para um dos meninos, mas como sou azarado...- Levantou o smartphone.- descarregou. Sei que é um abuso, e invasão de privacidade, mas...- O interrompo abrindo espaço e escuto o som da mim voz pedindo para ele ficar.

Sky. {Mingyu} EM MUDANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora