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1 semana antes

Me endireitei na cadeira e segui o olhar dos outros. E para minha surpresa, lá estava ela. Com uma beleza capaz de curvar um rei. Seus olhos voltados para mim. Sabia que não era a primeira vez que a via. Que ela tinha me feito viajar por dias desde a estação, mas olhando diretamente, tive uma sensação ainda mais distinta... Como se já estivéssemos ali antes. Como um deja vu repetitivo sem fim. E isso me deu a impressão de que em volta não houvesse mais nada. E por alguns segundos, quando comecei a perder a sensação em minhas bochechas, realmente não havia. Eu só soube me levantar no impulso de ir em sua direção. Foi mais forte que tudo. Só queria estar mais perto. Minha mão estendida sentindo o toque macio da sua que era duas vezes menor que a minha. Ela, naquele simples ato, conseguiu me abraçar com um toque e me derreteu, como um mar brinca com o iceberg sem a intenção de acabar com ele. Ao se distanciar, me atrevi a olhar com mais atenção. Pequei ao te ver. A cada rubor no rosto e olhar desviado, me sentia a flutuar mais. Olhares esses que falavam. Coisas em outra língua. Como se estivesse escrito nela e eu soubesse ler seu idioma mesmo sendo a primeira vez que o via. Já os meus olhares, eles só sabiam a refletir e assim viravam quadros, viravam arte. Em um piscar de olhos, ela já estava se despedindo e mesmo parecendo exausta, seu sorriso me deixou alarmado. Tanto que foi como se a curvatura de seus lábios precisassem de censura.

Sky. {Mingyu} EM MUDANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora