Sou praticamente obrigada a ir para casa ao invés de acabar meu horário na cafeteria. A teimosia não convence minha chefe que quase me dá um sermão para que eu descanse. Entrei no apartamento já decidida a preparar tudo para ir a galeria mais cedo. Anoto em um pedaço de papel o que ainda me lembro das palavras do médico. Talvez, seja uma boa ideia ir ao mercado para comprar coisas além de lámen e doces.
As varias sacolas na mão chega a ser mais do que ja comprei em uma vida. Admito que sou exagerada, mas se o doutor disse que devo me alimentar melhor, farei isso. Não ligo de ganhar ou perder quilos. Se é pra comer bem, vou comer bem. Ou então eu nem como.
Observo a loja um pouco simples para ser em Tokyo na esquina do mercado. Acabo sendo atraída por ela. As estantes de madeira escura na entrada possuem diversos livros. É aconchegante mesmo sem muita claridade, as poucas luminárias transmitem uma luz mediana. Noto que vendem máquinas de escrever, diários revestidos em couro, blocos de nota, canetas, tinta preta, pincel para escrita oriental e até mesmo de penas.
O senhor baixinho se acomoda em uma cadeira ao fundo do lugar. Não nota minha presença, enquanto lê um livro pequeno atrás do balcão de vidro deixando canecas, envelopes e outras coisas amostra.
- Boa tarde.- Falo em um tom forte para que consiga me escutar e despertar de sua leitura que parece bem interessante.
- Boa tarde!- Se levanta rápido me fazendo dar passos para trás pelo susto. Suas mãos pouco enrugadas alcançam o óculos e de imediato é posicionado no rosto animado.
- Satoru? Está falando sozinho de novo?- Alguém grita da porta entreaberta ao lado da cadeira marrom que aparenta ser confortável.
- Eu não falo sozinho, Masami! Temos uma cliente aqui.- Sua feição volta para mim simpática depois do grito retribuído.
- Cliente? Endoidou de vez.- A voz se aproxima e uma senhora mais baixa que ele aparece. Os cabelos grisalhos prendidos em um coque alto e bem feito. Seu quimono é rosa e um pouco florido. Lindo.- Meu Deus. É verdade.- Cobre a boca enquanto a sobrancelha desenhada é erguida.
- Claro que é, mulher.- Continuo sorrindo mesmo não entendendo tamanha surpresa.- Não recebemos visitantes com tanta frequência, desculpe esse constrangimento.
- Não. Não houve nenhum constrangimento. Mas aqui não tem movimento? Por que?- Olho confusa para os dois já que a senhora continuou ao lado do que presumo ser seu marido.- Eu mesma me encantei de primeira com a a decoração que não é exagerada como a maioria.
- Você gostou disso, querida? Essa aparência de coisa antiga?- Sra. Masami aponta para o redor me fazendo rir e assentir ao mesmo tempo.
- Pare de falar bobagens.- Se entreolham por um breve momento contendo as caretas.- Gostaria de ver mais ao redor ou já tem em mente o que quer?
- Acho que já tenho...- Fito as estantes.- Esse lugar me lembrou do tempo em que eu ainda conseguia escrever ao invés de pintar ou desenhar sempre que vejo algum papel em branco.
- Uma artista em nossa loja, que honra.- Fico nitidamente constrangida.
- Não sei se sou uma ainda. Nem mesmo estou com minha inspiração ativa.
- Terá seu reconhecimento merecido.- Abro a boca para agradecer, mas sou interrompida.- Isso acontecerá quando ele aparecer. Ele foi mandado para longe, mas logo irá voltar.- Sr. Satoru me olha como se visse através da minha alma e franzo o cenho com sua frase que faz um arrepio rápido correr por minha pele.
- Ele?- Pergunto e a mulher próxima repreende o mesmo com o olhar.
- Quis dizer ela, querida. Está falando da sua inspiração. Esse homem já não regula muito bem há anos. Não ligue para o que diz.- Continua longe mesmo estando a nossa frente e fico assustada.- O que vai querer então?
- Acho que um diário seria bom para fazer meu hobbie antigo voltar aos poucos.- Vou em direção a estante ao lado que havia me chamado a atenção de primeira, com um pouco de esforço devido as sacolas de mercado, alcanço o foco.- Mas vou dar uma olhada nos livros da entrada para ver se tenho interesse também.
- Fique à vontade.- Sorri e agradeço antes de me distanciar um pouco com a frase dita alguns instantes ainda se repetindo em minha mente.
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Sky. {Mingyu} EM MUDANÇA
FanficSe o céu não estivesse ali, Maya não estaria completa. A vida não teria sentido. Nem mesmo o amor existiria. A vaga lembrança de se deitar sobre a grama com sua mãe, depois de correrem alegremente pelo jardim, e observar o céu que a encantou mais qu...