Sky. {Mingyu} EM MUDANÇA

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   A imagem não deixa a minha mente. Tão pouco a ideia de que fui capaz de criar aquilo com a imaginação. Chega a assustar. Mas não ligo. Não agora. Quero aproveitar pelo menos a lembrança dessa vaga miragem.

   Eu tento me apegar a esperança de que não estou ficando louca. Mas também quero me entregar se ficar louca é dessa forma. Me levanto no impulso. Quando a sensação de inspiração e criatividade me atinge ao repassar varias vezes aquele momento.

   O quadro já está pronto em minha mente enquanto a tela da frente continua vazia. O medo percorre meu corpo. A respiração se torna pesada. Eu vou deixar isso evaporar das minhas mãos? Nego com a cabeça. Suspiro. A tela é tomada pelo preto obscuro. No simples processo de cobrir tudo com a cor, outras ideias me visitam. Talvez eu não saía daqui tão cedo. E mais uma vez minha inspiração envolve ele. Minha inspiração é ele.

   A cada pincelada desesperada, me pego pensando que o sentimento que tenho é algo extraordinário. Que sou egoista em achar que é triste pelo fato de ser impossível. Sem notar o quão mágico pode ser apenas tendo essas sensações e pensamentos em minha mente.

   Parece que minha vida é colorida por um amarelo vibrante a maior parte do tempo e tudo por causa dele. Mas não sei porque eu sempre foco no azul escuro que preenche apenas um minúsculo espaço. Como se apagasse todo o lado bom de amar. Sendo que estar apaixonada é uma das melhores coisas que existem. E agora, de alguma forma, entendo que a liberdade de sentir o que estiver sentindo independente da possibilidade do amor ser recíproco ou acontecer, é a melhor maneira de se sentir, o melhor lado para se ver de todos os lados bons.

   Não sei o porque desses acontecimentos nem do sentimento, mas se foi para ser assim, eu me entrego e apago a parte triste... Posso sobreviver sem sua presença. Fiz isso minha vida inteira. Só não posso continuar lutando contra algo que não sou capaz de controlar.

   Já sujando o quadro com a tinta branca, eu me entrego completamente. Me entrego ao frio na barriga, a maneira como alguém pode mexer comigo de varias maneiras antes tão distintas e agora tão viciante e as vezes até aterrorizante. Me dou por inteira. Vibro de inspiração e vivo de coração.