Sofia
Enfim o dia chegara. Não era o dia mais feliz da minha vida, aguardado com ansiedade... Era o dia em que o destino decidiria sobre mim, sobre minha vida. Viver ou morrer? Sei lá. Não era algo que eu estivesse pensando sempre. A questão que perturbava minha mente era: ter ou não ter Taylor para sempre em minha vida? Meus desejos e minhas vontades seriam as mesmas de um ser supremo que olha por nós? Nunca antes tinha me dirigido a deus com tanto fervor. A verdade é que eu não sabia rezar muito bem, mas nessa hora a gente aprende com uma facilidade...
Pedi para Taylor me deixar sozinha por um momento e sentei na beira da cama. Fechei os olhos e ergui a cabeça em uma prece aos céus. Que fosse feita a vontade de Deus. A única coisa que eu pedia era que ninguém sofresse, principalmente a mulher que eu amava. Não sei quanto tempo fiquei assim, com a cabeça tombada para trás com a s lagrimas marcando um caminho em meu rosto. Eu estava protelando minha sorte, adiando um momento inevitável.
- Sofia ... – chamou Taylor baixinho na porta do quarto – temos que ir...
- Eu estou com medo Taylor... – falei com lagrimas brotando nos olhos – eu tenho medo do que pode acontecer...
- Não tenha... Vai dar tudo certo.
- Não sei... Não é simples Taylor.. Eu posso até continuar viva, mas e se uma parte do meu cérebro que sair, for uma parte importante? E se eu me tornar um vegetal?
- Não vai acontecer nada disso. Para de pensar dessa forma. – me respondeu Taylor se ajoelhando na minha frente me abraçando forte – Nada de mal vai acontecer... eu vou estar lá do seu lado. ti esperando...
- Minha mãe vai estar lá também. – falei secando as lágrimas com o dorso da mão – ela pode ser um pouco rígida com você.
- Eu vou saber dobrar a velhinha – me respondeu rindo – eu sempre soube fazer a s mães gostarem de mim.
- Eu to falando serio Taylor. Não deixe que ela te diga abusos. Ela pode ser uma grossa de mão cheia quando ela quer.
- Não se preocupe. Eu sei me defender. Vou levar um escudo...
- Obrigada por me fazer rir... Por ser essa mulher guerreira e determinada... – falei com novas lagrimas inundando meus olhos - Obrigada por ficar do meu lado em um momento como esse...
- Me agradeça voltando para meus braços... – falou Taylor deixando uma lagrima escapar também junto com um sorriso – eu te amo Any...
- Eu te amo...
Abracei Taylor forte e busquei seus lábios para um beijo apaixonado. Esse seria um dos nossos últimos beijos antes do veredicto.
Saímos de casa em silencio e assim fomos até o hospital perto da Avenida Paulista. O silencio que reinava imergia cada uma em seus próprios pensamentos. Daria tudo para saber o que estava se passando na cabeça de Taylor , o que aquele momento estava representando pra ela. Se ele era tão pesado e angustiante como era para mim.
Me apresentei na recepção do hospital e logo vi minha mãe se materializar do meu lado. O olhar que ela lançou para Dul não foi de muitos amigos.
- Sofia ! Como você age com tanta irresponsabilidade em um momento como esse? – perguntou com a voz alterada – fica ai atrás de sem vergonhise com essa ai bem no dia da sua cirurgia...
- Mãe não começa. – cortei alterando a voz – essa é a Taylor do Rio, minha namorada.
- Não quero saber dessa mulher perto de você...
- Taylor essa é a minha mãe, Marilia.
- Eu vou ficar junto da Sofia , Dona Marilia. A senhora goste ou não – falou Taylor com certo ar de desafio.
- Eu não vou...
- Mãe, para de loucura! Se a senhora não percebeu, eu não estou bem, vão abrir minha cabeça daqui a duas horas e a senhora fica com frescura... Que saco!
- Por que você está com esse lenço na cabeça? – perguntou minha mãe mudando de assunto contrariada.
- Eu raspei a cabeça. O medico me disse que teria que tirar ele todo.
- Porque?
- Um lado para abrir e o outro que vão fixar uns aparelhos. Não sei direito.
- Minha menina... Por que isso foi acontecer com você?
- Nem penso mais nisso mãe... A Taylor tem ficado do meu lado me apoiando...
- Nos vamos conversar sobre isso quando você ficar boa...
- Sofia ! – Exclamou meu medico vindo em nossa direção – ola Taylor, dona Marilia.
- Oi...
- Preparada?
- Não – respondi sincera apertando a mão de Taylor.
- Fica tranqüila. Não perco meus pacientes na mesa de cirurgia.
- Não alivia muito não é? – respondi com ironia.
- Vamos tratar da sua internação e te preparar para a cirurgia.
- A cirurgia demora quanto tempo? – perguntou Taylor acariciando meu braço. Percebi que ela também estava tensa.
- Umas quatro horas se tudo correr bem.
- Não deixe que nada aconteça com ela...
- Nada vai acontecer a não ser a sua cura. – Respondeu animado – Com licença. Te vejo daqui a pouco Sofia .
O medico se afastou deixando nos três a sós novamente. Minha mãe olhava Taylor com um tom que eu não sabia definir. Sei que ela teria certa dor de cabeça ao ficar sozinha com ela. Não queria que elas se conhecesse dessa maneira, mas nada na minha vida ultimamente tinha sido convencional. Minha mãe cuidou do registro enquanto Taylor me acompanhava a uma sala de espera. Ficamos em silencio, abraçadas, com o coração apertado, sangrando lentamente. A enfermeira veio me buscar e a partir daí tudo começou a rodar em câmera lenta. Fui encaminhada ao quarto onde ficaria por um tempo e recebi uma daquelas roupas horrendas do hospital. Taylor me ajudou ame trocar sob a supervisão da minha mãe e sentada do meu lado ela esperou pacientemente o horário marcado para eu entrar no centro cirúrgico. Meia hora depois uma enfermeira apareceu, para me buscar.
- Chegou a hora... – falei olhando para seus olhos tão expressivos – tenho que ir...
- Eu vou ficar aqui até você sair – me respondeu Taylor me abraçando sem se importar com a presença da minha mãe e da enfermeira. – eu estou aqui.
- Mãe da licença um minuto? – pedi me virando para as duas mulheres.
- To aqui na porta.
- Tá.
Assim que a porta se fechou beijei Taylor demoradamente. Não era apenas mais um beijo. Era o ultimo beijo do antes. Não sei o que viria depois. O depois não me importava. O toque das suas mãos em meu corpo, sua língua explorando minha boca delicadamente, tirando meu senso de realidade, isso era mais importante que tudo na minha vida.
Nos afastamos relutantes quando a enfermeira abriu a porta dizendo que já era hora. Deitei na maca e ela pois o soro na minha veia. Enquanto ia saindo lentamente pela porta Taylor ia segurando minha mão. Na porta do centro cirúrgico nos despedimos com uma troca de olhar cúmplice. Dali em diante não importava o que acontecesse, sempre seriamos uma da outra.
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Prévia do próximo capítuloMeus dedos deslizaram das mãos de Sofia , eu tentei acompanhar o seu olhar parado, aflito, até a porta verde do centro cirúrgico se fechar. “Ela partiu”, essa foi a minha sensação quando a vi desaparecer. Olhei ao meu redor, era tudo tão esquisito naquele corredor pálido, vazi ...
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ՏOTᗩY ✓ Kɴᴏᴡɴ Sᴛʀᴀɴɢᴇʀs
Fanfiction01 ¥ 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗹𝗲𝘁𝗼 ✓ ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴘɪsᴛᴀ ➪ edits_Fortamous_ ՏIᑎOᑭՏᗴ Nem todos os romances são contos de fadas, há alguns que podem matar. Esse é o caso de Taylor & Sofia. O que vocês sabe sobre o amor? - Esse negócio de exclusividade, as...