CLASSE NOTURNA [taekook]

4. Exclamação

O professor voltou a tombar a cabeça para o lado, perdendo grogue para o sono novamente.

Jungkook deu um suspiro pesado e um leve peteleco na testa do loiro desacordado e molengo, que nem mesmo esboçou reação.

— Sério que isso foi só bebida...? — resmungou baixo.

O moreno queria abrir um pouco os vidros do carro pra acender o cigarro sem matar o mais velho sufocado pela fumaça, afinal já parecia estar morrendo pelo álcool, mas ao mesmo tempo não achou boa ideia fumar agora. O vento estava frio e o loiro com apenas uma camisa.

Dirigiu pela estrada com neblina do seu jeitinho próprio, avançando todos os sinais, derrapando um pouco nas curvas, acelerando em trechos retos e passando do limite de velocidade. Conhecia os radares da área e ficava bem despreocupado quanto a isso.

Conquistara muitas multas até chegar nesse patamar.

Cantou pneu virando a esquina e só reduziu velocidade a quando entrou no condomínio burguês pela madrugada, avistando seu vizinho, Hoseok, com um baseado entre os lábios na frente do seu prédio. Estacionou numa vaga próxima, buzinando uma sequência e abaixando o vidro, chamando a atenção do outro, sem acordar Taehyung.

— Achei que você voltaria mais cedo, toquei a campainha várias vezes antes de desistir — se abaixou na altura vidro entreaberto. — Quem é esse? — apontou para Taehyung.

O Kim continuava dormindo como um anjo quando o Jeon olhou em sua direção. O moreno suspirou fundo e jogou o cabelo para trás.

— Longa história, mas não é o que você tá pensando. É um quase conhecido, digamos assim — Jungkook abriu a porta, saiu do automóvel e esticou as pernas, se alongando de pé. — Ele estava jogado pelo chão da boate, no banheiro. Tinham uns caras cuidando dele, mas todo mundo alterado, sabe? Achei melhor trazer ele, mas meio que me arrependi...

— Lembra quando fizeram parecido com o Yoongi e a gente foi atrás do cara? Que situação, ainda pediram um preço alto pelo safado — riu de canto e soltou a fumaça, erguendo a seda preenchida, oferecendo a erva ao Jeon. — Mas isso parece um sequestro também, confesse.

— Babou isso? — Hoseok fez que não e Jeon aceitou o baseado, dando um trago forte, com os olhos semicerrados — Eu não seria tão sem criatividade assim para um sequestro, você sabe. Aliás, preciso de um favor seu... — segredou calmo passando de volta a erva na seda, soltando a fumaça densa.

Lado a lado, se apoiavam no capô do automóvel preto, pelo silêncio da madrugada neblinosa, enquanto o Kim seguia de boca entreaberta no banco do carro em altos sonhos. Parecia tudo tão pacífico... Sentiu uma certa estranheza, mas apesar disso estava relaxado.

— Diga.

— Fica de olho nele? Sei que você não vai dormir, provavelmente nem eu irei também... Mas-