10. Queda

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"Regra da quantidade mínima: Um crime é cometido porque traz vantagens

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"Regra da quantidade mínima: Um crime é cometido porque traz vantagens. Se a ideia do crime fosse ligada a ideia de uma desvantagem um pouco maior, ele deixaria de ser desejável." (Vigiar e Punir)

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— Eu estou me divorciando...

— Hm... Sabia que sua aula tava péssima por algum motivo — Jungkook deu um bocejo e espreguiçou os braços, fazendo as mangas do casaco se recolherem e mostrar um pouco de suas tatuagens. — Não que seja boa nos outros dias.

Namjoon havia entrado na sala trocando o número da classe, sem nenhum material consigo e repassando o mesmo exercício de outra semana, quando desceu para buscá-los. Estava aéreo pelo fim do casamento.

O Jeon saiu nos primeiros 10 minutos iniciais e não voltou mais, mas não que aquilo havia sido uma reação provocada pelo biólogo no mundo da lua e sim pela própria força do hábito e indisciplina.

Ambos se encontraram não muito tempo depois, por acaso, na mesa do stand de comida.

E ali estavam até então.

— Estou estampando fracasso, né? Hoje você tem carta branca pra acabar com a minha imagem, mas só hoje — esticou as olheiras, puxando a pele com o dedo indicador. — Tive uma noite em claro. No sofá.

— Não vou detonar quem já tá detonado. E acredite, de noites em claro eu entendo. Bate uma punhetinha e espera o sono — sugeriu sabendo que nem sempre funcionava.

— Separações doem, Jungkook, não vai ser uma mão no pau que vai melhorar. Mesmo que eu odiasse a toalha molhada jogada na cama, o café ralo igual água e a tampa do vaso sempre aberta...

O biólogo de cabelos azuis deitou a cabeça na mesa que dividiam, desistindo de vez de sua postura naquela noite congelante. A postura de derrotado não combinava muito com Namjoon, o seu otimismo era gigantesco, mas agora ele estava totalmente reduzido à figura de um desistente numa mesa.

— Qual é, cara, você vai superar — o chacoalhou. — Você encheu a porra do meu saco no meu término, cadê aquele otimismo agora? — estalou a língua no céu da boca. — Levanta, Namjoon, eu não sou bom em consolar, que droga!

— Naaaaaaaaão — abriu o berreiro, chorando.

O Kim de cabelos azuis pouco se importava com quem ouvisse suas lamentações. Estava sendo alvo de chacotas por um grupo de alunos bem próximos dali. Mas o que faria? Lhes acertar com um copo cheio de lágrimas? Precisava de um tempo até engolir de vez a ideia de que havia acabado de vez.

Aquela noite estava sendo um tanto quanto atípica para todos.

— Advinha quem é — Jungkook ouviu a voz melodiosa atrás de si, com os dedos finos tateando perto de seus olhos e fazendo um pouco de cócegas ao tapar os seus olhos com as mãos.

CLASSE NOTURNA [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora