11. Faça Amor Comigo

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Taehyung permaneceu com seus ouvidos bem tampados e olhos apertados fortemente por um tempo, abrindo só depois uma frestinha em um dos olhos, bisbilhotando se o Jeon havia magicamente desaparecido da sua frente.

E ele não havia, estava lá, o encarando.

"Céus, não tem jeito" pensou fechando o olho novamente, em milésimos.

Não haveria mesmo jeito, achou melhor pôr um ponto final de uma vez por todas e não sair de qualquer maneira daquele corredor cujo um dos apartamentos já abrira um pouco da porta de entrada, afim de fuxicando a movimentação estranha relacionada ao vizinho estranho — no caso, o Jeon.

Então, resolveu encarar o problema de frente, levantando a cabeça, abrindo os olhos e tirando as mãos dos ouvidos, repousando as duas em sua cintura quase num afronte ao outro, mesmo com receio.

— Taehyung, fica um pouco... Eu sinto a sua falta — repetiu ao vê-lo disposto a escutar. — Já veio até aqui, o que custa?

Com o peito estufado feito um pombinho, Taehyung mal o olhou nos olhos.

— Não acho legal ficar no mesmo lugar que um... Você sabe o quê!

— Sei, Taehyung, mas preciso conversar com você, de novo — jogou o cabelo pra trás e bufou. — E caramba! Direito, sabe?

— Eu não preciso te escutar. Você que lute.

Observando tudo aquilo, Niki se deu conta de que os dois estavam se estranhando naquele corredor, assim como alguma pessoa do apartamento de porta entreaberta também percebia ao bisbilhotando. As expressões corporais do dois estavam exaltadas, qualquer um poderia notar de longe a faísca das palavras ditas.

Niki juntou as sobrancelhas e andou até o elevador, indo contestar os mesmos.

— Vocês brigaram?

— É coisa de adulto — Jungkook prontamente descartou Niki da conversa.

— Brigaram, Taehyung? — ignorou Jungkook e perguntou para o loiro, especificamente.

— Sim, Niki — confirmou.

O garoto bufou.

— O Jungkook consegue estragar tudo. Mas conversa com ele, faz ele se rebaixar e soca todos os problemas no cu dele, Taehyung — sem filtro algum, foi interrompido pelo próprio ronco da barriga, colocando a mão mesma e sentindo um vazio. — Aish, vou assaltar sua geladeira, tá?

— Vai logo, mete o pé — o liberou vendo-o sair apressado entrando pra dentro de seu apartamento.

— Corrompeu ele de novo? — Taehyung soltou um arzinho pelo nariz.

— Não. Tô até surpreso pelo "apoio" do moleque... Mas e aí, vai ficar? — voltou a implorar.

Taehyung ponderou bastante, a figura agitada do loiro estava também magoada e receosa. Mas Taehyung era justo, precisava o ouvir agora com mais calma, pensar e o contestar se preciso, assim como pontuar tudo o que pensa.

— Escute aqui, Jungkook — apontou um dedo indicador bem no meio de seu rosto —, eu tô com uma faca bem aqui na minha bolsa. Não interessa se é de cortar pão ou não, se você tentar me matar nessa conversa, eu te mato também!

Por que o moreno faria algo contra Taehyung?

Jungkook nunca foi sem escrúpulos, se virava como podia, mas nunca havia feito algo contra um inocente sequer, fazendo-o questionar rapidamente que tipo de imagem Taehyung havia entendido sobre si.

Ao invés disso, apenas agradeceu por ser escutado.

— Obrigado por isso.

Taehyung manteve a postura de nariz em pé e agarrou com os braços a sua bolsa, colocando-a junto ao peito, entrando no apartamento ainda pensando se estava fazendo o certo.

CLASSE NOTURNA [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora