CLASSE NOTURNA [taekook]

7. Matriarca

Aquela aula de artes havia sido interessante apesar de tudo. Taehyung trouxe na mochila alguns catálogos de exposições que havia ido há um tempo e mostrou para turma como eram nomeadas as obras, propondo que fizessem o mesmo rapidamente em um determinado momento da aula.

Foram autores de suas próprias narrativas. Algumas interessantes e reflexivas, outras pouco desenvolvidas e algumas nem começadas, como a do Jeon, que se recusou a fazer a atividade, por pura preguiça, mas estava prestando atenção mesmo por trás de toda aquela indiferença.

Havia sentado num lugar qualquer, do fim da sala. Os alunos já possuíam uma imagem tirana de si, o que piorou mais ainda quando o viram expulsar Jessica de sala, estavam com um pouco de receio com o tatuado. Taehyung notou aquele clima estranho no ar algumas vezes durante os minutos de aula. Mas, não havia nada para mediar, o temperamental Jungkook estava no seu canto e a turma receosa também.

Quando a sirene do intervalo rufou, Taehyung liberou a turma e passou a socar todo o seu material apressado na mochila, estava com muita vontade de mijar. Jungkook, que se aproximava com as mãos separando um cigarro no maço, iria o perguntar se já desceria também.

Esqueceu sua pergunta ao franzir o cenho lhe vendo de postura agitada empilhando algumas coisas e desistindo de outras.

— O que foi? — perguntou ao loiro.

— Quero fazer um pipis.

O tatuado sorriu fraco.

— Vai lá... Eu arrumo isso pra você, vou esperar lá no pátio com a sua mochila.

Taehyung saiu correndo pela sala sem nem agradecer, enquanto Jungkook pôs o maço no bolso e o cigarro sob a mesa, vendo que o outro nunca conseguiria colocar aquele material ali pela desorganização terrível que estava fazendo empilhando itens.

— Tão bonitinho, mas sem nenhuma organização... — resmungou sozinho.

Tirou coisa por coisa de sua mochila e reorganizou de novo, de um jeito decente e nada igual a como Taehyung estava fazendo antes. Havia feito do jeito no qual a antiga empregada de sua mãe o ensinou quando era apenas uma criança remelenta e até hoje não tinha esquecido.

Passou o zíper de ponta à ponta fechando a mochila do loiro e colocou uma alça em seu ombro, com a sua própria mochila no outro lado do ombro e pegou de volta o cigarro deixado na mesa, descendo o terceiro andar com as duas mochilas nos ombros e esperando o loiro lá embaixo.

Não demorou muito até que o Kim lhe achasse no pátio. Tinha sido muito mais demorado enfrentar a fila do banheiro dos professores na verdade. Sorriu espontaneamente quando Jungkook acenou para o loiro o ver de longe, chegando de vez na mesinha em que o tatuado estava com sua mochila repousada e se apossando uma das cadeiras dela.

— Jungkook... Obrigado.

Havia um certo tom aveludado em sua voz, Jungkook não entendeu se aquilo era por apenas cuidar da mochila do outro.