Acima de tudo está o amor verdadeiro. Este que vai além da razão e do senso. O que lhe faz agir muito antes de pensar e faz com que você se sinta vivo, para variar.
Eles não esperavam encontrar o amor, tampouco esperavam senti-lo dessa forma. Ele...
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Na quarta-feira, uma hora antes do horário de ir para a escola, Beatrice que já se arrumava para seu grande golpe se assustou ao ver de canto, Jasper pendurado do lado de fora da sua janela, acenando animado, ela coçou os olhos e se aproximou, abrindo a janela devagar para não fazer barulho.
— Eu já falei que gosto da Alice?— a morena comentou, retoricamente. Jasper sorriu.
— Na cabeça dela, já. Umas mil vezes.
— Ela previu que eu precisaria de você, como eu esperava— a garota comentou, admirada— Eu acho que estou apaixonada!
Jasper revirou os olhos, a olhando torto.
— Ah! Não seja ciumento— ela sorriu de lado, maliciosa. Jasper a olhou de cima a baixo, a cara do deboche e Beatrice o atacou com tapas leves, para não machucar a própria mão— É hoje, Jazz! Venha, você vai me ajudar a espalhar os panfletos pela escol— ela pegou a caixa de sapatos de cima da cômoda, já tinha mantido separado.
Ela não tinha tanta certeza se Jasper apareceria mesmo, já que eles não combinaram nenhum horário ao dizer o "até amanhã", por isso ela acordou tão mais cedo, daria uns minutos de espera para testar sua teoria – de que Alice agiria da exata mesma forma como do dia anterior, como um anjo da guarda resolvendo o que era necessário – e caso não Jasper não desse as caras, poderia enfim ir sozinha. Ela tinha razão e no fim, Alice também tinha, elas se tornariam ótimas amigas.
— Sinto muito, Cinderela— ela falou abrindo a caixa— Mas não vai dar para te poupar do pinto pequeno.
Jasper fez uma careta de nojo e seus ombros caíram de puro desanimo.
— Vamos ver muitos pintos no sábado, se serve de consolo— ela riu baixo. Eles sussurravam para não acordar a família dela antes da hora.
— Não serve— ele riu balançando a cabeça ao encarar a garota como se ela fosse um caso sem solução. Desceu o olhar para a pilha de papeis na sua frente, derrotado, tinha de encarar aquilo de frente.
— Segura o gritinho— ela brincou, Jasper fez uma careta engraçada.
— Parece que foi uma criança que desenhou nele— Jasper apontou as colagens adicionais de Beatrice, como os chifres, o bigode e os X's nos olhos, um alvo direto no coração dele— uma criança muito, muito problemática— acrescentou, olhando para ela com uma preocupação irônica— Vou pedir para meu pai encomendar uns anti psicóticos para você, garota.
— Talvez eu precise— Beatrice balançou a cabeça, concordando com a boca formando uma linha reta— Ah, fazer o quê?— ela deu de ombros pegando todos os papéis da caixa para colocá-los na sua bolsa.
— Imagino que eu não possa te internar antes de você se vingar de Deus e o mundo— Jasper brincou, Beatrice o olhou por cima do ombro, surpresa— O que?
