‣ Reason to live

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Motivo para viver

Quando Jasper retorna para casa com seus irmãos sente uma necessidade absurda de tomar um banho para se livrar do cheiro de cachorro, apesar de ter lidado com os mesmos a uma distância bem segura

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Quando Jasper retorna para casa com seus irmãos sente uma necessidade absurda de tomar um banho para se livrar do cheiro de cachorro, apesar de ter lidado com os mesmos a uma distância bem segura.

Ele ri de algo que Emmett conversa com Peter, mas logo se distrai com o pensamento de chamar Beatrice para a banheira com ele. Os vampiros abrem passagem para eles por conta do seu cheiro. O momento que encontrarão os Volturi está chegando, Jasper luta para repelir o nervosismo e ansiedade dos outros. Amanhã, ao entardecer, é quando eles vão estar esperando pelo julgamento na clareira. As horas parecem estar voando, ele odeia a sensação como se o tempo fosse a água escorrendo por entre as frestas dos dedos. Ele olha ao redor a procura da esposa e encontra Esme debaixo da asa de Carlisle, olhando as estrelas.

Beatrice fez questão de tirar as nuvens da frente para poder admirar os astros, por toda a Forks as pessoas estranhavam o clima e suas mudanças constantes e absurdas, mas não achariam nada para justificar. Jasper corre na direção dos pais, Esme rapidamente o olha inundando-se de culpa que faz Jasper perder o sorriso rapidamente.

— Onde está Tris?— ele pergunta, mas logo declara como aquilo é perda de tempo e procura pelo rastro da garota.

— Eu... me desculpa...— Esme resmunga, Jasper para de avançar para olhar para a mulher por cima do ombro, os olhos arregalados de descrença e mágoa.

— Você...?— ele nem consegue concluir a fala, ela também se voltou contra Beatrice? Jasper olha para cada membro presente de sua família. Apenas Rosalie e Esme falaram algo para a Swan, mas é claro que todos pensavam. Não era apenas sobre Tris, mas sobre Edward também. Jasper nem sabe mais o que pensar, sua família anda o magoando tanto. Mais uma vez, ele apenas abaixa a cabeça e corre para longe deles. Segue o rastro da garota pela floresta, ansioso para encontrá-la. A ouve antes de vê-la e desacelera da corrida. Beatrice cantarola uma música normalmente animada, de forma lenta e até triste. A voz dela é calma, ecoa pela floresta como um verdadeiro canto de sereia. Está mais uma vez naquele pico de tantas noites atrás, onde aconteceu seu quase primeiro beijo com Jasper, onde ela soube que o queria tanto, onde ele a ouviu rir e também chorar de dor.

Jasper escala o pico, Beatrice o ouve sem parar de cantar e sorri. Tinha certeza que ele chegaria. Está deitada no chão, as pernas pendem sem apoio no limite do penhasco. Ela estica os braços para o céu, queria ser capaz de pescar uma estrela para si.

Jasper chega rapidamente do seu lado e se senta, hesita em encará-la, é meio cansativo ter que protegê-la da sua própria família, mas não é só porque ele a ama incondicionalmente que eles também vão amar. Jasper cruza as mãos em seu colo e respira fundo, ouvindo o cantarolar suave. Está ventando muito, ela tenta disfarçar, mas está se segurando muito.

— O que ela te disse?— ele pergunta, quebrando o gelo. Beatrice balança os pés e não responde, Jasper se deita do lado dela e a encara fixamente por um longo momento vendo como Antonella não faz nenhuma menção de abrir a boca para qualquer coisa que não seja uma música em tom deprimente— Nella— Beatrice pisca algumas vezes e olha na direção de Jasper, é a primeira vez que ele a chama assim— O que Esme te disse?

Beatrice sorri e dá de ombros.

— Nada de novo.— ela quer chorar. Beatrice sente que não para de levar uma surra de todo mundo e só quer um lugar em que se sinta acolhida.

— Então não é nada que você não possa me falar.

— Ela não quer que Edward morra, claro. Como se eu fosse a única capaz de feri-lo nessa porra toda— ela não se segura para revirar os olhos, não tenta camuflar a mágoa, também não quer falar disso, mas dúvida que Jasper vá aceitar essa migalha de explicação.

— O que mais?

— Nada.

— Por um assunto repetido você veio se isolar aqui?

— É.

Jasper fica em silêncio por um momento longo, sabe do pavio curto de Beatrice e sabe que está forçando, mas Esme não se sentiria tão culpada apenas por pedir para que Beatrice não chegasse perto de Edward... E é assim o raciocínio do loiro.

Não é para Beatrice chegar perto de Edward. Esme... teria coragem de pedir isso? Porque Beatrice longe, significa Jasper longe e...

Nossa— ele conclui, a paranóia faz sentido e de alguma forma, Beatrice sabe bem que ele chegou a conclusão certa— Uau— ele diz, abismado, mas por que se surpreende tanto? Ele se pergunta. Jasper encara o céu.

— A gente devia ir embora agora— ela fala. Ele cogita, mas isso não facilitaria as coisas com os Volturi. Jasper procura pela mão de Beatrice e eles as entrelaçam.

— Quando isso acabar, vai ser a primeira coisa que nós faremos— ele promete— Querendo ou não vamos precisar deles agora.

— Jazz, e se eu virar mesmo uma moeda de troca?

— Eu não vou permitir isso.

— Pode acontecer, Jasper.

— Eu não vou deixar— ele repete, a encara com seriedade— Confia em mim, não confia?

— Claro que confio— ela franze a testa.

— Me promete que se eu mandar você correr, você vai correr.

— Não vou a lugar algum sem você.

— Eu vou ficar bem.

— Não.

— Antonella, por favor, me dê sua palavra.

— Eu não vou mentir pra você. Isso não vai acontecer— ela balança a cabeça— Nós não vamos nos separar, eu não quero nem ouvir você cogitar isso.

— Eu estarei logo atrás de você— ele diz. Não é uma promessa, no fundo, Beatrice sabe que é uma mentira. Ela jamais vai deixar ele ficar pra trás.

— Você ainda é mais rápido que eu— ela sussurra, os dois se encaram em silêncio e desviam os rostos para o céu ao mesmo tempo, Beatrice segura a mão dele com força. Perdendo Jasper, ela não veria motivos para continuar. E ela quer muito viver, quer tanto ter um maldito motivo para viver— Você me fez uma promessa— ela o lembra. Jasper respira fundo e fecha os olhos aproveitando a brisa. Ele sabe.

BEA, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora