Acima de tudo está o amor verdadeiro. Este que vai além da razão e do senso. O que lhe faz agir muito antes de pensar e faz com que você se sinta vivo, para variar.
Eles não esperavam encontrar o amor, tampouco esperavam senti-lo dessa forma. Ele...
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A gula é um pecado capital muito bem conhecido por aqueles que estão no poder e querem permanecer nele. Querem dominar. Querem mais e mais, nunca ficam satisfeitos, e é sobre isso que Aro pensa enquanto desfila, andando em círculos diante de seu trono enquanto seus soldados limpam o salão, levando os restos do almoço, para o lixo.
Edward observa a cena de pé ao lado do trono de Caius, os olhos vermelhos entediados, nada em mente, ele desistiu a muito de sequer pensar, claro, também porque April fez com que ele perdesse a vontade.
— No que está pensando, Aro?— Caius pergunta, Aro o encara com tédio parando de andar.
— Eles sabem que estamos indo.
— E? Onde está o problema?— Marcus não entende jogando seus longos cabelos por cima do ombro. Pensamento inoportuno, Emmett chamaria ele de princesa, Edward quase sorri, mas não pode fazer isso sem que April esteja presente para admirá-lo. Ele se lembra da família, vez ou outra, ainda não entendia o que estava acontecendo, como tinha ido parar ali, a "briga" que teve com Carlisle ao sair de casa tinha muitos buracos, ele odiava seu criador, mas... Por que o odiava?
Não faça perguntas, o sussurro de April vem a sua mente e ele afoga sua duvida. A voz de sereia, hm, ele quer vê-la. Ele a ama, mas as vezes o rosto que lhe vem a mente não é o dela quando pensa no amor, na saudade. Por que não é o rosto dela? Quem é essa outra garota?
Chega de perguntas.
— Não é como se eles pudessem agir contra nós— Caius sorri com arrogância.
— Jamais subestime Carlisle, até onde ele iria por seus filhos, não acha mesmo que ele vai ignorar o fato de Edward está conosco, acha? Ele se importa demais com a família— Aro gesticula como se fosse algo descartável.
Ele se importa comigo? Alguém além de April se importa?
— O que acha que ele quer fazer então?— Marcus pergunta, entediado.
— Carlisle é muito racional, vai querer dialogar— Aro diz alheio, lembra-se da imagem da mente de Alec. Aqueles olhos, aquelas marcas estranhas que o doutor recusou-se fielmente a explicar. Caius ri de deboche.
— Conversaremos então, ora! Há quanto tempo não nos falamos com o velho amigo?
— Eu não quero perder ninguém da minha guarda— Aro aponta para Edward, se aproxima do seu rapaz com a capa cinza, gosta de tocar o rapaz, sente-se melhor de saber o que os outros estão pensando o tempo todo. É adorável, adorável!
— Edward não vai nem querer voltar para eles, Aro— Caius faz pouco caso— Não é, cachorrinho? Isso, bom garoto— ele fala antes que Edward abra a boca. O Cullen entende que deve permanecer assim.
Ele não quer? É melhor que não mesmo. Talvez o dom de April não seja tão eficaz, talvez haja um jeito de salvá-lo, se tudo der certo. O que, com quase nenhuma certeza, vai acontecer. Os Volturi estão deixando Volterra em um dia.
