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Vamos brincar

Aro aponta um rapaz assustado para que ele se aproxime

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Aro aponta um rapaz assustado para que ele se aproxime. Pode ser besteira, mas quanto mais medo, melhor. A garota não deve ser tão fria assim, Edward achava que as irmãs Swan tinham seus pontos em comum, e se Edward via bondade em Beatrice, Aro caçoava que a garota não conseguiria ir até o fim, ferindo um soldado magricela, recém criado e com olhar assustado, vulnerável. Ele não a conhece.

Beatrice se afasta de Jasper para poder se concentrar, dá um puxão no braço de Jasper para que ele volte para o lado de Carlisle. O loiro respira fundo, não é um bom momento para discutir "eu vou" ou "não, você fica".

Beatrice se concentra olhando o rapaz, um rosto comum, os olhos vermelhos se destacando em contraste com a pele pálida que lhe dava uma aparência de fantasma, ele congela no lugar, poucos passou a frente da guarda, com medo, Beatrice não quer alongar aquilo e então avançou na direção do rapaz, concentrando-se em manter o escudo nos outros. Nota que é a primeira vez que vai experimentar dois dons de uma vez, espera que dê certo.

Ela estende a mão na direção do rapaz, com o olhar determinado.

— E-eu sou Eric— ele fala, indeciso, está apavorado.

— Legal— Beatrice levanta as sobrancelhas— me dê sua mão— ela pede, o garoto ainda tem que avançar na sua direção para que ela não fique completamente encurralada, ele parece tremer em cada passo— Respira, Eric, eu não vou matar você— Beatrice diz. Mas vai chegar perto, ela pensa.

— Tudo bem, tudo bem— ele assente estendendo a mão na direção dela. Beatrice o puxa para perto.

— Seja forte, eles vão te respeitar se você mostrar coragem— ela fala baixinho, não quer que todo mundo ouça, não quer bancar a boazinha incentivando o inimigo a ter bravura. Eric não parece muito mais velho que Bella e isso mexe um pouco com ela, querendo ou não.

Beatrice permite que seu dom suba pelo seu peito, está escurecendo cada vez mais, tanto pelas nuvens que ela provoca quanto pelo inevitável anoitecer. Beatrice junta sua palma com a dele e deixa a eletricidade correr. Beatrice o eletrocuta deixando Aro com uma pulga atrás da orelha enquanto Eric grita e se ajoelha diante da vampira, ele quer ver ela arregar, quer encontrar uma covarde ou uma misericordiosa. Mas tudo o que encontra é uma mascara de autocontrole que Antonella aprendeu com seu marido. A Swan solta o recém criado e recua conforme ele enfia a mão no chão querendo apagar a chama que existia apenas em sua cabeça. Eric se encolhe no chão gemendo de dor, fica em posição fetal.

Jasper recebe Antonella de braços abertos, de volta a segurança enquanto o soldado é cercado pelos seus. Eric é posto de pé e segurado por Demetri e mais outro.

— Não está passando, não está passando!— Eric se desespera, Aro e seu irmão se aproximam rasgando a manga do manto do rapaz para observar o rastro negro e marcado, muito mais severo do que o da imagem da mente de Alec, Aro sorri vendo a lerdeza com que as linhas disformes diminuíam.

— Isso era mesmo necessário?— Carlisle não se aguenta, indignado com a cena, mais ainda que Beatrice não tenha contestado fazer aquilo a alguém completamente inocente. Menos um, é o que Jasper pensa, dane-se se está sendo frio, com esse não teriam que se preocupar.

Aro olha para o doutor por cima do ombro com um sorriso cínico.

— Todos sabem como eu sou curioso, preciso ver todos os lados— Aro confirma— Todos precisamos saber com o que estamos lidando— ele agarra o pulso do rapaz e o ergue para exibi-lo a todos, indiferente aos gemidos de dor do rapaz— Todos precisamos saber com o que estamos lidando— repete em voz alta— Uma recém criada é capaz de manipular não só um dom de escudo, mas este indistinguível e perigoso dom que nos queima e desacelera a velocidade da cura!— ele exibe a mão marcada de Eric e o solta de uma vez no chão como se não fosse nada, anda aos poucos de volta para o seu lado da clareira, com seu irmão e seus soldados o seguindo como se fossem uma grande sombra, o espaço entre eles volta a ser bem amplo— Mais de um dom! Seria ela o começo de uma nova espécie? — Aro aponta para Beatrice de maneira teatral— Sua fúria controla os céus, saem raios de suas mãos! O que você é? Uma bruxa? Feiticeira? A facilidade, a desenvoltura... essa vida não é tão nova para você, Beatrice— ele cerra os olhos com divertimento— Tem mais segredos a esconder? Por isso é tão articulada e determinada em esconder seus pensamentos de mim?— Beatrice se segura para não revirar os olhos de tédio por ele fazer toda essa jogada só porque ela não permitiu que ele a tocasse. Ela ergue o queixo em teimosia, o gesto traz mais uma vez a mente de Edward aquela garota.

Uivos rompem pela floresta durante o silêncio dramático que Aro arquitetara. Alice não enxerga mais o futuro. Os lobos se cansaram de esperar na surdina. Jasper logo se irrita, tinha sido claro que daria um jeito de chamar por eles caso precisassem, mas Embry estava se torturando e, por consequência, acabava perturbando toda a matilha. O grito de Eric foi entendido como o chamado. Os Volturi ficam em completo alerta, barulho indesejado traz visitas indesejadas, é como Caius interpreta, sabe que os lobos virão, sabe da aliança de Carlisle com os quileutes que Edward acreditava estarem mortos, mas age como se não e usa o medo como uma desculpa para eliminar o garoto chorão. Beatrice se enfurece quando a cabeça do rapaz rola pelo chão, mas não há nada que ela possa fazer. O corpo de Eric pega fogo enquanto os enormes lobos vêm pelos flancos, ficando do lado de Beatrice. A noite chegou, e com ela, cada um de seus monstros.

Isso daria um belo de um filme de terror.

— Ora, mas o que temos aqui?— Aro se anima ao ver que os lobos estão vivos afinal— Bem vindos à festa!

Mais um uivo solitário chega aos ouvidos dos seres reunidos na clareira, Beatrice fica cega de raiva mais uma vez, Jacob está vindo e não vai demorar a chegar.

BEA, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora