O aroma a comida caseira acabada de fazer envolveu Bárbara mal esta entrou na casa dos pais. Percorreu o largo corredor até à cozinha, onde encontrou a mãe ainda concentrada nas tarefas da cozinha pelo que não deu pela chegada da filha mais nova. Sobre a bancada da cozinha, viu o tabuleiro de arroz de frango acabado de sair do forno. Logo, um sorriso gigante ocupou a sua face, manifestando as saudades que tinha de saborear as refeições preparadas pela mãe, especialmente, o famoso arroz de frango no forno da mesma.
- Estou a ver que me estás a obrigar a vir cá mais vezes. – Pelo salto que a mãe deu quando falou, a morena percebeu que a mais velha desconhecia da sua presença na mesma divisão e, de imediato, pediu desculpas através de um murmúrio e um longo beijo na bochecha da auxiliar de lar. – O pai? – Perguntou, ajudando-a a levar o tabuleiro e o que faltava para a mesa.
- Foi comprar sumos ao supermercado ali à frente com a Laura. – Maria respondeu. – O Afonso não vinha contigo? – Bárbara pousou o tabuleiro no centro da mesa e um suspiro escapou por entre os seus lábios antes de se voltar para a mãe.
- Quanto a isso, eu e o Afonso já não estamos juntos, separamo-nos há algum tempo, há cerca de um mês para ser mais precisa. – A trabalhadora do lar do concelho fitou a filha por minutos há procura de algum indício que lhe dissesse que a mais nova só se estava a meter com ela, no entanto, a expressão séria da universitária fez com que a esperança de ser apenas uma brincadeira morresse. – Já não resultávamos enquanto casal, então optamos por terminar para ainda salvar a amizade que partilhávamos. Não te contei antes porque não sabia como contar, já que vocês gostavam tanto dele. – Bárbara concluiu.
Maria não conseguia esconder a surpresa pela revelação da filha. Afinal, tinham acompanhado o crescimento do estudante de turismo e da relação que este tinha com a sua filha, pelo que Afonso foi o filho que nunca teve, uma vez que fazia a sua filha mais nova a mulher mais feliz. Portanto, não podia deixar de estar em choque com a separação, especialmente, porque não tinha reparado que a filha se encontrava infeliz ao lado do estudante de turismo.
- Se estás feliz com essa decisão, só me resta apoiar-te, Bárbara. Por mais que eu gostasse do Afonso, és a minha filha, e o amor que sinto pelas minhas filhas ninguém vai conseguir ultrapassar. – A mais velha abriu os braços, assinalando para a mais nova abraçá-la, e a morena assim o fez.
O abraço entre mãe e filha foi interrompido pela chegada de Fernando e Laura. A família Andrade juntou-se à volta da mesa para partilharem uma refeição juntos como já não partilhavam há alguns meses devido aos estudos e trabalho das duas filhas, ainda que faltasse Catarina que, por motivos profissionais, se encontrasse no estrangeiro. Os quatros iniciaram uma conversa sobre uma notícia que estava a dar no jornal da tarde transmitido pelo canal televisivo público português, RTP, e, logo, essa conversa continuou para outro assunto que envolvia as aulas da mais nova do grupo e, também, o trabalho da segunda filha do casal. Bárbara não escondeu as inseguranças que sentia devido ao stress causado pelos trabalhos de final de semestre que lhe estavam a provocar imensas dores de cabeça, ao que a irmã mais velha procurou, de imediato, aconselhar, tranquilizando o coração da melhor amiga de Teresa. Eram aqueles momentos que mostravam onde, verdadeiramente, Bárbara se sentia feliz e seria sempre no abrigo da família.
De volta a casa, mais ao final do dia, a jovem de cabelos castanhos curtos decidiu satisfazer a sua vontade de fazer exercício físico enquanto ela existia, visto que, nos últimos tempos, tinha-se desleixado quanto à prática de exercício físico. Trocou de roupa pelo fato de treino da marca de desporto internacional, Nike, e voltou a abandonar o apartamento. Colocou os fones nos ouvidos, retirou o telemóvel do bolso do casaco e clicou no play e a música começou a dar. Deu início à corrida num ritmo mais lento daquele a que estava habituada para não provocar nenhuma lesão mais tarde ao som de Imagine Dragons. Os seus passos iam aumentando de velocidade ao mesmo tempo que trauteava as músicas que iam soando nos ouvidos. Estava mais concentrada em não se enganar a dizer a letra do que o caminho que estava a tomar pelo que, quando parou e tomou atenção ao espaço que a rodeava, encontrou as letras que davam nome ao complexo desportivo, onde treinava a sua modalidade. Por momentos ficou parada na mesma posição com a música a dar. Por fim, decidiu regressar a casa, voltando as suas costas para aquele espaço por mais que quisesse entrar naquele local e percorrer as pistas de atletismo.
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lack of control | diogo gonçalves
Teen Fiction"𝘛𝘩𝘦𝘴𝘦 𝘮𝘪𝘯𝘦𝘧𝘪𝘦𝘭𝘥𝘴 𝘵𝘩𝘢𝘵 𝘐 𝘸𝘢𝘭𝘬 𝘵𝘩𝘳𝘰𝘶𝘨𝘩 𝘸𝘩𝘢𝘵 𝘐 𝘳𝘪𝘴𝘬 𝘵𝘰 𝘣𝘦 𝘤𝘭𝘰𝘴𝘦 𝘵𝘰 𝘺𝘰𝘶" diogo gonçalves fanfiction 2021 -ɪᴀᴍᴍᴀʀɪ-