perdido por ti.

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PARTE I.

Na manhã seguinte, Diogo esperava captar, através do olhar, a figura da morena que ocupava os seus pensamentos, mas, ao invés disso, deparou-se com o espaço vazio. Vagarosamente, ergueu o corpo à medida que os seus olhos castanhos procuravam por algum indício da presença da universitária no quarto, contudo, não encontrou, confirmando que ela já se tinha levantado e abandonado o quarto. 

Conformado com essa ideia, o jogador da formação do Sport Lisboa e Benfica saiu da cama para iniciar a rotina matinal. O primeiro destino foi a casa de banho onde usufruiu de um duche quente e demorado. Antes de se deslocar para a casa de banho, logo que pisou o exterior do quarto, reparou na porta fechada do quarto, inicialmente, concedido à natural de Santarém, que acabou por passar a noite no seu quarto, e ponderou se havia de bater à porta e verificar se ela estava no interior, porém, recusou esse pensamento, prosseguindo com a sua rotina. De volta ao quarto, escolheu e envergou as calças em sarja de algodão pretas e a sweatshirt de um tom azul acinzentado, calçando, por último, um par de ténis Nike. Daquela vez, antes de descer até ao piso inferior, deslocou-se até à porta do segundo quarto e bateu, mas, inesperadamente, ninguém abriu, pelo que ele próprio decidiu abrir, deparando-se, novamente, com vazio. 

Perante aquele cenário, ergueu as sobrancelhas, imaginando onde poderia estar a morena tão cedo, visto que o alentejano se recordou dela reforçar a ideia de que odeia acordar cedo e raramente acordar antes das nove da manhã, sem ser nos dias que tem aulas cedo. Consoante descia os degraus das escadas, começava a ouvir barulhos e vozes murmuradas e abafadas, o que despertou curiosidade nele. O seu segundo destino daquela manhã foi a cozinha, que tinha a porta fechada, por isso, ao abri-la esperava encontrar alguém lá dentro. Porém, mais uma vez – a terceira vez só naquele período de tempo de dez minutos, para se ser mais preciso -, encontrou o vazio. Posteriormente, seguiu para o terraço, atravessando a porta situada na cozinha, e, aí, finalmente, deparou-se com atividade humana e um cor de vozes.

- Parabéns! – Em uníssono, Bárbara, Felícia e António gritaram, congratulando o aniversariante.

Os olhos do jogador formado nas escolas de futebol do Sport Lisboa e Benfica abriram-se em maravilha ao contemplar as decorações feitas ao longo do terraço, em específico, na zona onde os três indivíduos permaneciam parados e com sorrisos gigantes na cara. A mesa de jardim atrás deles estava decorada com dois balões, um de número dois e o outro de número quatro, que se destacavam de trás deles enquanto o resto da decoração estava oculta pelos seus corpos. O moreno riu-se, ainda abismado pela surpresa, ao mesmo tempo que a avó caminhava na sua direção. Felícia envolveu o corpo alto do neto num apertado abraço, enquanto murmurava palavras carinhosas que só Felícia era capaz de pensar, seguida de António que, também ele, apertou o corpo do neto contra o seu, calorosamente. Por entre os abraços com os entes queridos, Diogo redirecionar o olhar para a fisionomia da ribatejana. Contemplou-a de cima a baixo. Começou nos cabelos castanhos a ganhar caracóis, por ainda estarem húmidos, passando pela camisa bege, que lhe ficava larga, mas caía no corpo dela perfeitamente, e o par de calças de ganga, e acabou nas sapatilhas Stan Smith. Sorriu de lado por notar no esforço que ela fazia para conter o entusiasmo pelo momento.

- Feliz aniversário, Gonçalves.

Bárbara pronunciou-se no momento em que nem Felícia, nem António estavam próximos do melhor amigo de Gonçalo, dando-lhe espaço para avançar em direção do mesmo. A praticante de atletismo, naquele momento, em recuperação, era incapaz de conter a euforia que se irradiava pelo seu interior e, consciente de que é uma pessoa muito expressiva, sabia que a sua expressão facial expressava aquilo que acontecia dentro dela. Diante disso, abriu os braços e envolveu o pescoço do aniversariante num apertado e gentil abraço. Um amplo sorriso cresceu nos seus lábios assim que sentiu os braços do jogador a circundar a sua cintura e, lentamente, os seus olhos fecharam.

lack of control | diogo gonçalvesOnde histórias criam vida. Descubra agora