aniversário.

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O sol penetrava as janelas e começava a incomodar a morena adormecida no banco do automóvel. Bárbara obrigou-se a resistir à tentação de continuar adormecida e a abrir os olhos. Pela quantidade de luz solar a embater na sua face, esfregou os olhos e estendeu os braços no pouco espaço que tinha, espreguiçando-se. A última coisa que se lembrava era sair do seu apartamento quando ainda havia a lua a habitar no céu. Conduziu os seus olhos castanhos para o sujeito que estava no lugar do condutor, não resistindo deixar surgir um pequeno sorriso ao contemplá-lo. Ao contrário dela, Diogo parecia resistente ao cansaço e estava com melhor ar que ela, mesmo que a mesma tivesse tido a oportunidade de dormir e ele não.

- Bom dia, Bela Adormecida. – O extremo-direito cumprimentou, divertido, assim que viu que a estudante universitária já tinha acordado. – Acordaste mesmo a tempo. Já chegámos. – Revelou, ao desligar o motor do automóvel.

Bárbara pressionou o botão vermelho para retirar o cinto e saiu do carro, depois de agarrar no seu telemóvel que estava repousado sobre as suas pernas. De imediato, aproximou-se do jogador que ainda estava a sair do veículo.

- Então, recapitulando, esta viagem serve para eu conhecer a tua família? – A morena perguntou, mantendo-se próxima do moreno, enquanto admirava a entrada da habitação que tinha à frente dos seus olhos.

- Não. Isso é só um bónus. – Diogo negou.

- Vais apresentar-me como tua amiga? – A melhor amiga de Teresa questionou-o.

- Isso interessa para quê?

- Sei lá. Só acho esquisito conhecer a tua família quando nos conhecemos há tão pouco tempo.

- Se seguirmos a história, tu beijaste-me, por isso, diria que isso já nos aproximou o suficiente para conheceres, pelo menos, os meus avós. – Ao recordar-se do momento referido pelo benfiquista, a jovem adulta natural da região ribatejana revirou os olhos para esconder o embaraço sentido por essa recordação.

- Já te disse que isso foi um erro. – De imediato, contrapôs.

- Claro, Bárbara. – O colega do capitão benfiquista André Almeida assentiu, mostrando um sorriso divertido.

Só depois de acionar o sistema de segurança do veículo é que Diogo se deslocou para a entrada da habitação dos avós paternos, seguido dos passos da morena ribatejana. Abriu o pequeno portão de ferro, fechando-o atrás dela, e caminhou para a entrada traseira da casa que dava acesso imediato à cozinha, onde ele esperava encontrar a avó. Porém, para surpresa do alentejano, foi surpreendido pelo silêncio total no interior da casa.

- A sério que não te deste ao trabalho de avisar os teus avós que vinhas a caminho? És uma piada, Gonçalves. – Bárbara encontrou a oportunidade perfeita para fazer troça do futebolista profissional e não a perdeu, provocando o profundo revirar dos olhos do mesmo.

- Era para mandar uma mensagem à minha avó quando paramos na área de serviço, mas esqueci-me por completo. – O dezassete da equipa de Jorge Jesus protestou consigo mesmo.

- O mais provável é que tenham ido às compras. Duvido que deixassem a porta traseira aberta se pretendessem demorar mais do que cinco minutos. – A de cabelos castanhos-escuros deduziu, sentando-se numa das quatro cadeiras à volta da pequena mesa da cozinha, contudo, rapidamente, voltou a levantar-se ao ver o jogador do clube fundado por Cosme Damião a abandonar a divisão.

- Vê-se mesmo que não conheces os meus avós. – Diogo riu. – A minha avó nem tanto, mas o meu avô é a pessoa mais distraída que eu já conheci. É absurda a quantidade de vezes que ele se esquece de trancar as portas e acionar o sistema de segurança quando sai de casa. – Contou enquanto subia os lanços de escadas até ao primeiro piso da casa, seguido pela universitária movida pela curiosidade.

lack of control | diogo gonçalvesOnde histórias criam vida. Descubra agora