lack of control | diogo gonçalves

presente.

PARTE II.

E aumentou a distância entre ela e o moreno ao dirigir-se e adentrar na divisão, onde se encontravam Felícia e António. Poucos minutos depois, numa ocasião em que Felícia já tinha pedido ao esposo para se preparar para ir às compras, e em que Bárbara fazia a lista de compras com os produtos que achava necessitar com a ajuda da mulher mais velha, Diogo adentrou na cozinha. Bárbara ergueu o olhar, esperando encontrar o jogador trajado com um avental sobre as peças de roupa que envergava, porém, manifestou-se desiludida - mas com um semblante de graça - quando o viu somente com o par de calças pretas e a sweatshirt de cor azul acinzentada.

- Se vais cozinhar, tens de utilizar o avental. - Perante a sentença proferida pela jovem que lhe tinha conquistado a atenção desde o primeiro momento em que Gonçalo a tinha apresentado, o alentejano revirou os olhos, erguendo o dedo do meio na direção dela no momento em que a sua avó desviou o olhar. - Diogo António. - Através de um murmúrio, Bárbara advertiu-o, utilizando os dois primeiros nomes próprios dele, total e completamente divertida.

- Estás a gostar, não é? - Com uma expressão menos contente, Diogo questionou-a.

- Muito. - A ribatejana proferiu, esboçando um sorriso de lado. - Então, não me respondeste.

- Não fizeste nenhuma pergunta à qual devesse responder. - O fervoroso adepto do Sport Lisboa e Benfica contrapôs consoante fazia desaparecer a distância entre si e a morena, deslocando-se desde a porta de acesso até à cadeira à volta da mesa de cozinha ocupada por ela.

- Vais cozinhar ou não? - Bárbara preferiu ignorar as intensas palpitações provocadas pela redução da distância segura e prosseguir com a conversa.

- Achas mesmo que no dia do meu aniversário vou pôr as minhas mãos na massa? - Erguendo as sobrancelhas, o melhor amigo de Gonçalo questionou, retoricamente.

- Não seria a primeira vez, Diogo.

Por fim, a dupla viu-se obrigada a relembrar-se da presença da figura feminina mais velha na divisão aquando da intervenção sábia feita pela mesma. A filha mais nova do casal Andrade coagiu-a a desviar a sua atenção do aniversariante para a avó do mesmo.

- Aliás, é raro o aniversário em que não prefiras confecionar a comida ou a arranjar os preparativos da festa. - Felícia ainda acrescentou para desagrado do neto.

- Espera um segundo...- Bárbara pausou, refletindo sobre o que tinha acabado de escutar. - Tu, Diogo António Cupido Gonçalves, cozinhas? - Incrédula, inquiriu, regressando com o olhar para o moreno que parecia estar à procura de um buraco para onde se enfiar.

- Obrigadinha, avó. Realmente. - Entre dentes, o alentejano resmungou.

- Muito bem, até. - Felícia respondeu pelo neto. - Pode ser um pouco desorganizado durante o processo, mas, no final, o sabor compensa a desarrumação das panelas e tachos. - Bárbara não resistiu em gargalhar pela forma como a mais velha falou.

- Avó! Já chega de revelações. - Quando a esposa de António se preparava para continuar a contar histórias sobre as experiências na cozinha, o jogador dos vermelhos e brancos intercedeu. - Este aniversário vai ser a exceção. Eu vou às compras com a Bárbara. - Determinou, tirando o papel com os produtos necessários escrito das mãos da mais nova.

- Mas, eu não vou sair da cozinha, é o teu avô que vai às compras. - A natural de Santarém informou, esforçando para segurar os risos assim que reparou na expressão facial do moreno. - Tiveste a tua oportunidade, Gonçalves. - Riu, piscando-lhe o olho.

Diogo acabou por, também ele, rir, levemente. Após contemplar, uma última vez, antes de abandonar a divisão, a morena, que já se focava nas instruções dada por Felícia, partiu para o exterior da habitação com o intuito de se encontrar com o avô e, assim, se deslocarem até ao hipermercado mais próximo para efetuarem as compras necessárias.