clichês. Ah, fala sério, eles não são estupidamente perfeitos? os finais são tão previsíveis mas todos amamos da mesma forma.
e essa história é sim um clichê, mas fiquem cientes que nem sempre eles são iguais ou tem finais felizes. "A Melhor Parte...
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Sinto minha cabeça latejar quando um grito ecoa de fora trazendo novamente problemas dos quais eu não quero e nem consigo lidar ultimamente.
Olho para Felipe vindo em minha direção e apena dou um sorriso acompanhando os passos do ruivo. Ele marcou essa reunião no bar onde o que me parece, são universitários comemorando alguma coisa.
Desde o momento que eu me sentei aqui, devo ter recusado no mínimo três convites para me sentar até lá. E claramente, eu não fui esperando pelo água de salsicha.
--- Deveria ser a gente. - o garoto diz se sentando ao meu lado, observando as mesmas pessoas que eu. - Você tá bem? - nego o encarando.
O ruivo ao contrário do que eu possa imaginar, apenas dá de ombros pedindo para que a funcionária pegue água para ele.
--- Achei que tínhamos passado dessa fase. - digo e o mesmo me lança um sorriso forçado. - Regra 3: nunca perguntar se o amigo está bem. - digo me lembrando de uma lista completamente infantil onde baseamos nossa amizade por vários anos.
Quando eu me mijei no ensino fundamental - assunto que eu odeio até hoje - Felipe foi o único que não riu de mim, pelo contrário. O garoto me ajudou e ainda por cima me emprestou sua calça, esse bastardo é claramente uma das pessoas mais importantes da minha vida, e mesmo não demonstrando eu o amo.
Já fazia tempo que não saímos para beber ou sequer sair, e estar com ele aqui me fez esquecer muitas coisas.
Assim que nossas bebidas chegam o garoto agradece à garçonete e eu apenas balanço a cabeça.
Não precisamos dizer nada, o silêncio entre nós é reconfortante. Meu amigo sabe que estou com problemas e eu sei que ele também está. Caso contrário, não estaríamos aqui.
Felipe sempre foi uma pessoa fácil de lidar e um puta de um conselheiro. Suponho que meu amigo me conheça melhor que eu mesmo.
Mas ultimamente tenho notado seu afastamento constante, até sua namorada pensa isso, e pelo o que florzinha me disse, tem balançado para caralho o namoro dos dois.
Novamente movo minhas órbitas aos universitários á nossa frente e imagino como seria se eu tivesse largado as obrigações com Luna e ido para outro estado.
Balanço a cabeça afastando esses pensamentos, que até então, não haviam passado pela minha cabeça.
--- Vai me dizer porquê me chamou? - indago.
Ele dá um gole em sua bebida e me olha.
--- Vai me dizer porquê aceitou? - revida a pergunta.
Conhecer alguém há tanto tempo tem seus privilégios, claro. Mas, a forma como o mesmo me conhece me irrita na maior parte do tempo.
--- Aceitei porque estava entediado. - minto tão descaradamente que consigo escutar o Oscar chorar por tamanha atuação.
