3 - Relembrar É Viver

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Pode conter erros ortográficos
Boa Leitura!

...

Vozes e mais vozes no andar de baixo, 3 delas eu reconheci, a do meu pai, a da minha mãe e a do Tom. Tom? Me levantei da cama um pouco rápido demais, o que me causou uma certa tontura. Me apoiei na cabeceira da cama esperando um pouco aquilo passar. Quando por fim passou, me direcionei diretamente para o banheiro, um banho matinal é a única forma prática de tirar a preguiça de mim e de preferência gelado, mas com o frio que está fazendo aqui eu prefiro não arriscar.

Como entrei no banheiro sem pegar roupa alguma, enrolei uma toalha em meu corpo e saí dali indo até o meu guarda roupas. Enquanto procurava uma roupa descente, ouvi 3 batidas seguidas na porta e deduzi ser a minha mãe me chamando pra comer.

- Pode entrar mãe - A porta foi aberta, mas eu não tive o esforço de me virar e ver se realmente era ela.

- Mãe? - Escutei a voz do Tom e meu corpo gelou por inteiro. Eu estava de toalha em pé enquanto ele estava ali - Foi ela quem me mandou aqui pra te chamar pra comer.

- Ah okay, eu já estou indo - Me virei para ele morrendo de vergonha e provavelmente ele percebeu isso, já que o mesmo deu um sorrisinho negando com a cabeça e saiu dali fechando a porta. Caramba.

Assim que finalmente escolhi uma roupa e terminei de me vestir, saí do quarto com meu celular em mãos seguindo para a cozinha. Ao entrar ali, meus olhos foram de encontro aos da loira, Nádia estava séria como sempre, mas pelo o que eu pude ouvir antes de chegar aqui, na verdade é a minha presença que incomoda.

- Bom dia mãe e pai, boa tarde Tom e Nádia - Disse em um tom engraçado fazendo o Tom rir. Me sentei ao lado do mesmo olhando a mesa repleta de coisas. Melhor aproveitar, daqui uns dias a faculdade começa por aqui e não terei toda essa mordomia.

- Muito estranho essa mudança de horários para os países - Tom diz pegando um bacon e o levando até a boca - Não sei se me acostumaria com o fuso horário do Brasil.

- Claro que iria acostumar, depois de um tempo fica tudo normal - Sorri de canto e eu não conseguia parar de observar em como a garota ao lado dele ficava me encarando de forma estranha. Ainda irei saber o motivo dela ficar assim quando está perto de mim.

Depois do café, Tom foi pra casa junto com a Nádia e eu precisei resolver mais algumas coisas referente a faculdade, difícil essa vida de transferência. Tom me chamou para darmos uma volta por wimbledon e eu obviamente aceitei, ele quer curtir as férias dele e me disse que sempre irá me chamar, já que também quer matar a saudade.

O frio em Wimbledon estava quase normal pra quem já estava acostumado, pra mim, que passei os últimos 5 anos morando no Rio de Janeiro, aquele frio estava congelando até as pontinhas dos meus dedos. No Rio o máximo de frio foi 18 graus e eu quase morri congelado, quem dirá aqui no Reino Unido com 5 graus.

Como eu estava repleta de frio, optei por uma roupa mais quente e a única que veio na mente foi uma calça, uma blusa de manga cumprida e um casaco todos em preto. Para não parecer uma viúva de luto, optei por um tênis branco e já estava satisfeita. Avisei aos meus pais onde estava indo e então saí de casa vendo o carro do Tom estacionado ali apenas me esperando.

- Olha só, parece que tem alguém por aqui que ainda terá que se acostumar com o frio - Ele diz apontando a câmera do seu celular pra mim, provavelmente gravando algo para o seu Instagram. Eu estava tremendo um pouco por conta do frio, então entrei rapidamente no banco de trás do carro dele.

- Pega leve Tom, o máximo de frio que eu enfrentei nos últimos anos foram 18 graus - Coloquei as mãos nos bolsos do casaco e suspirei aliviada por ele ligar o aquecedor do carro.

- Já já você acostuma - Ele disse rindo e então deu partida com o carro.

Durante o caminho, meus olhos ficaram apenas na mão do Tom que estava apoiada na coxa da Nádia que estava sentada ao seu lado no banco do carona. As carícias e risadinhas que ambos trocavam, fazia com que eu ficasse um pouco desconfortável ali, mas obviamente eu não disse nada, a estranha ali era eu.

A mão da Nádia foi de encontro ao cabelo do Tom e seus dedos começaram a fazer um cafune ali, esse ato dela me fez sorrir de canto lembrando das diversas vezes que ele me implorava pra fazer carinho nele. Quando olhei para o retrovisor, vi Tom me olhando e sorrindo logo em seguida, retribui o seu sorriso e continuei quieta na minha esperando que chegássemos logo.

Quando por fim chegamos, saí do carro admirando o lugar, Nádia e Tom tiravam diversas fotos juntos, alguns fãs vinham e pediam fotos ao Tom e eu me mantive mais reservada na minha, gravando apenas alguns vídeos das paisagens.

- Eu preciso entrar nessa loja - Nádia disse e então puxou o Tom que parou na metade do caminho.

- Vai lá, eu vou ficar te esperando aqui - Ele disse e então a garota entrou na loja que desejava. Já que tinha alguns branquinhos ali na parte de fora, me sentei e então vi Tom se sentar ao meu lado - Você está tão quieta.

- Eu? Não, é só estranho estar de volta - Sorri de canto olhando ele que encarou diretamente os meus olhos.

- É um estranho bom, é bom ter você por perto novamente Rachel - Não pude deixar de sorrir ouvindo suas palavras, realmente era muito bom estar próxima do Tom novamente e perceber que esses anos que se passaram não interferiram em nada. Na verdade interferiram sim, foram 5vanos e não 5 dias, mas fico feliz de ainda ter o meu melhor amigo de infância.

- Eu senti a sua falta - Mordisquei meu lábio inferior lembrando das noites que acabei chorando por lembrar da nossa amizade. Ou de quando eu o via nos filmes e pensava que poderia estar o apoiando de pertinho.

- Eu também senti - Sua mão foi de encontro à minha cabeça, onde ele puxou de leve dando um beijo na minha testa.

- Tom, vamos - Escutei a voz da Nádia e o tom apenas sorriu pra mim se levantando, onde foi até a Nádia segurando na mão dela. A cara que ela fez pra mim não foi uma das melhores, mas eu apenas ignorei e segui caminhando junto com eles.

O dia com eles foi bom, tirando as partes de que a Nádia sempre interferia quando eu e Tom queríamos fazer algo juntos, mas eu simplesmente ficava quieta e continuava fazendo as coisas, mesmo que fosse sozinha. Meu celular está simplesmente lotado de fotos, dentre elas minhas e do Tom fazendo bagunça pelas ruas de Wimbledon, uma delas acabou virando meu papel de parede da tela de bloqueio, justamente a que ele está com o rosto todo sujo de katchup e eu com o rosto sujo de mostarda.

É bom relembrar os velhos tempos, como a minha mãe sempre diz relembrar é viver e ela está totalmente certa. Fazia tempo que eu não me divertia assim e foi bom ter essa sensação novamente.

...

Já estava com o meu pijama prestes a dormir, o aquecedor ligado, a cama arrumada e meu cabelo na touca que eu sempre uso quando lembro. Quando ia me deitar, meu celular apitou e eu como uma curiosa nata, não deixaria pra ver no dia seguinte.

"Espero que tenha se divertido hoje"

Era uma mensagem do Tom e aquilo me fez sorrir de canto com o celular na mão.

"óbvio que eu me diverti, obrigada de verdade"

"não precisa agradecer, vamos fazer isso direto, ainda tenho muitos dias de férias pela frente"

"Pede desculpas a Nádia pra mim, senti que em alguns momentos ela ficou meio emburrada"

"Não liga pra isso, tenha uma boa noite"

"boa noite Tom"

"até amanhã"

"até amanhã"

A última mensagem dele que eu recebi foi um coração e aquilo me fez sorrir feito uma boba. Tenho que tomar cuidado com as emoções que eu deixo transparecer, ou até mesmo com as emoções que eu deixo entrar em meu coração. Melhores amigos! Melhores amigos! Melhores amigos! Foi o que eu repeti na mente diversas vezes, antes de finalmente pegar no sono.

Amor de infância - Tom Holland Onde histórias criam vida. Descubra agora