5 - Lembranças

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Pode conter erros ortográficos.
Boa Leitura!

...

Tem 2 dias que eu estou fugindo do Tom, o que não foi nada agradável, ele sempre vinha me procurar e eu sempre pedia a minha mãe pra inventar alguma desculpa. Mas acho que dessa vez a minha mãe simplesmente cansou de mentir e mandou Tom ir entrando no meu quarto, justo na hora que eu estava com a camisa que ele havia me dado antes de eu voltar para o Brasil. Sim, a camisa ainda cabe em mim.

- Você ainda tem essa camisa? - Pergunta se sentando ao meu lado na cama, já que eu estava sentada ali com uns livros na perna.

- Sim, uso sempre - Dou um sorrisinho de canto deixando os livros de lado - Cadê a Nádia?

- Está dormindo - Depois disso, um silêncio tomou conta do quarto, estávamos parecendo dois estranhos e isso era horrível - Por que passou a fugir de mim? Nem adianta mentir, sua mãe contou tudo - Soltou uma risadinha me encarando.

- Como sempre a Senhora Lopes estragando meus planos - Ri sem jeito me deitando na perna dele. Sua mão começou a fazer carinho na minha cabeça e isso fez com que eu fechasse os olhos totalmente relaxada - Eu só estava muito ocupada, coisas da faculdade, mesmo que ainda não tenha voltado, tenho muitas coisas pra resolver.

- Que mentira! - Ele disse rindo - Ela me contou tudo mesmo Rachel.

- Tá okay - Me rendi - Eu só percebi que a Nádia não gostava muito quando estávamos juntos e eu não quis atrapalhar isso, afinal você está de férias, ela quer curtir o namorado dela e do nada a amiga dele que passou 9 anos fora, volta, é estranho.

- Você literalmente ficou 2 dias fugindo de mim por conta disso? - Abri meus olhos vendo que ele estava me olhando.

- Sim...

- Rachel, nossa amizade sempre foi e sempre vai ser super importante pra mim, deixa que com a Nádia eu me entendo - Eu não disse mais nada, apenas fiquei o olhando, analisando seu rosto e uma lembrança surgiu na minha mente.

Rachel e Tom 5 anos atrás

- Você tem que ir mesmo? - A voz do Tom se misturava com choro enquanto as suas mãos estavam em volta do meu rosto.

- Sim, mas eu volto - Eu também não contive as lágrimas, apenas conseguia chorar sabendo que teria que deixar meu melhor amigo pra trás.

- Volta por favor - Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, mas estavam fixos nos meus, me encarando e aquilo era de partir o coração de qualquer um.

Em um ato rápido, Tom juntou nossos lábios em um beijo, o meu primeiro beijo da vida foi com o meu melhor amigo e em um momento de despedida. Foi o melhor beijo que eu poderia ter dado na vida. Depois que o beijo foi encerrado, Tom me abraçou apertado e eu finalmente entrei no carro, vendo que eu não era a única a chorar ali, minha mãe e meu pai também choravam por ver aquela cena toda.

...

- Rachel? - Escutei a voz do Tom e então senti algumas lágrimas escorrer em molhando o meu rosto - Ei o que foi?

- Só lembrei de uma coisa - Me sentei e então Tom limpou as minhas lágrimas sem desviar o olhar de mim.

- Quer falar sobre?

- Foi no dia em que eu estava indo embora, em frente a sua casa e você...

- Eu te beijei - Ele disse e um sorrisinho surgiu no canto dos lábios dele.

- Sim, foi o meu primeiro beijo..

- Seu primeiro beijo? - Ele arregalou os olhos me olhando - Mas você não ficava com aquele garoto do colégio que estudávamos?

- Aquilo era mentira - Soltei uma risadinha baixa.

- Então eu fui a primeira pessoa que você beijou? - Assenti com a cabeça o olhando - Que honra - Aquelas palavras me fizeram rir do jeito engraçado que ele disse - É assim que eu gosto de ver você, rindo, para com essa bobeira de querer me ignorar ou vai perder a chance de ficar grudada no seu melhor amigo de infância?

- Óbvio que eu não vou perder a chance - Pulei nele o abraçando forte fazendo com ele agora ficasse deitado na cama e eu ficasse por cima dele.

- A mãe dela me deixou subir então... - Escutei a voz da Nádia e assim que olhamos em direção a porta ela estava em pé ali de braços cruzados - Se quiserem eu volto depois.

- Pode ficar Nádia - Saí de cima do Tom completamente envergonhada - Vou lá embaixo pegar alguma coisa pra gente comer, fica à vontade - Ela sorriu pra mim? Ela realmente sorriu pra mim afirmando com a cabeça. Que estranho.

Por incrível que pareça, eu, Tom e Nádia nos divertimos vendo filmes no meu quarto, até que foi bom conhecer a Nádia um pouquinho melhor e ela não é tão estranha quanto eu achava. Mas eu ainda sim me sentia desconfortável em alguns momentos de agarração dos dois. O que está acontecendo comigo?

Depois que os dois foram pra casa, fiquei arrumando o meu quarto pela bagunça que fizemos. Quando por fim terminei, tomei um banho e decidi sentar a minha casa para ler um livro, tinha esse hábito na varanda do apartamento que eu morava no Brasil.

- Não acredito que vai ficar aí lendo livrinho - Escutei a voz do Harry e então levantei o olhar vendo-o parado ali na minha frente.

- Eu sempre gostei de ler - Sorri de canto fechando o livro.

- Minha mãe me mandou aqui pra te chamar pra dormir lá em casa, e ela disse que não adianta você negar - O olhei por um tempinho e afirmei com a cabeça, seria inútil negar ou a tia Nikki viria pessoalmente me buscar.

Peguei uma peça de roupa, avisei aos meus pais, até porque, mesmo que eu tenha 20 anos, eu ainda moro com ele, então ainda me vejo na obrigação de dizer aos mesmo se vou ou não dormir fora de casa, mesmo que seja bem do ladinho.

- Ainda bem que veio - Tia Nikki diz assim que abre a porta - Vamos pedir pizza - Disse empolgada e então vi que no chão da sala tinham diversos colchonetes espalhados - Vamos relembrar quando vocês eram menores.

- Que ótimo - Sorri animada. Era algo que eu e Tom sempre gostávamos de fazer. Colocar os colchões na sala e passar a noite vendo filmes enquanto comíamos besteiras. Vi Tom descer a escada e dessa vez estava sozinho, o que me causou um certo estranhamento - Cadê a Nádia?

- Teve que voltar para os Estados Unidos para um trabalho - Sorriu de canto e então se deitou em um dos colchões estendendo a mão para que eu deitasse ao seu lado. Assim eu fiz, me deitei ao seu lado cobrindo as minhas pernas com o edredom, afinal, eu estava morrendo de frio.

A noite foi de uma tremenda bagunça, Harry e Sam como sempre não me deixavam em paz um minuto sequer e Tom sempre entrava na brincadeira pra me perturbar. Como já estava bem tarde, Paddy subiu para o seu quarto, assim como tio Dominic e tia Nikki, Sam e Harry dormiram nos colchões da sala mesma, apenas eu e Tom estávamos acordados vendo filme.

- Eu sou apaixonada nesse filme - Me ajeitei no colchão deitando a cabeça em seu peito. Um de seus braços rodeou a minha cintura me fazendo ficar ainda mais perto dele.

- E tem que ser, sou eu quem participo - Diz se gabando.

- Sai pra lá Tom - Soltei uma risada baixa para não acordar os garotos que estavam dormindo bem do nosso lado. Levantei o olhar e não pude deixar de reparar que ele estava olhando fixamente pra mim. Um sorrisinho se formou em meus lábios e então eu senti a mão do Tom colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

- Você não mudou quase nada, só ficou ainda mais linda - Sua voz estava quase em um sussurro.

- Desse jeito você me deixa com vergonha - Sorri de canto de fato envergonhada com aquela situação. Acabamos por ficar em silêncio nos encarando, era inevitável não perceber que Tom intercalava o olhar entre meus olhos e meus lábios e aquilo estava fazendo meu coração ficar acelerado. Estávamos cada vez mais próximos um do outro, a mão dele agora estava na minha nuca me puxando pra mais perto - Melhor não Tom.. - Me afastei do mesmo virando de costas para ele.

O que aconteceu aqui? Senti a mão dele no meu cabelo e um carinho logo em seguida, foi inevitável não sorrir. A cena dele se aproximando de mim se repetia diversas vezes na minha cabeça e falando desse jeito parece até que eu voltei a ter 15 anos novamente, quando o beijei pela primeira e última vez.


Amor de infância - Tom Holland Onde histórias criam vida. Descubra agora