Urgências

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POV. Meredith
Quando soube que Lexie estava no hospital perdi a cabeça. Eu dava a vida por aquela menina, eu criei-a e saber que ela podia estar magoada...
Cheguei rapidamente e percebi que não era Lexie que estava no hospital e sim Ellis.
-O que estás aqui a fazer? Não te disse já para não me visitares na porcaria do lar? Não quero ver-te. SOLTEM-ME!- vi todos os meus colegas ali. Alex, George, Izzie, Cristina... Todos olhavam para mim com pena, sabiam quem ela era e o que eu passava pela sua doença. A Dra Bailey veio ter comigo imediatamente.
-Meredith, ela está consciente do ano em que estamos. Nem é algo comum de acontecer, mas o importante agora é fazê-la acalmar-se.- segui-a para a sala das urgências. Bailey deu-lhe algo para ela se acalmar e saiu.
Eu estava no canto da sala enquanto ela se acalmava.
-Onde está o teu pai, eu quero vê-lo. Ele vai trazer-me algo para me acalmar, ele sabe o que eu gosto...- ela estava a falar de drogas...
-Não sei onde ele está. Podes por favor não falar de drogas e álcool? Estás num hospital e se não estás doente, vou levar-te de novo para o lar.- virei costas para que ela não me visse a chorar. Estava exausta de tudo isto, ela punha-me exausta...
Ouvi algo a partir-se e quando olho para ela, vejo-a com um pedaço de vidro, a cortar um dos pulsos. Ela gritava pela dor, e Bailey entrou imediatamente na sala.
Eu permaneci quieta no meu lugar, era como se as minhas pernas não se mexessem... Eu não ouvia nada do que se passava na sala, era como se tudo acontecesse em câmera lenta. Derek entrou na sala e agarrou-me levando-me para a sala de espera, sentando-me num banco. Eu não conseguia dizer absolutamente nada.
Após alguns segundos, ele colocou a mão na minha perna e então eu consegui falar.
-Não precisas de ficar comigo. Eu sei desenrascar-me sozinha. Sempre o fiz e sempre vou continuar a fazê-lo. Não és o meu príncipe encantado, não precise que me salves...- não olhei para ele e retirei a sua mão da minha perna.
Lexie apareceu e correu na minha direção. Ela sentou-se ao meu lado e eu abracei-a. Ellis nunca fez questão de ser mãe de Lexie, mas apesar disso, Lexie preocupava-se imenso com ela, e vê-la naquela situação doía muito. Abracei-a com mais força quando a ouvi soluçar.
Derek saiu, com Mark logo atrás dele. Fiz carinho cabelo de Lexie, que se acalmava no meu abraço.
Passado alguns minutos ela já não chorava mais.
-Eu liguei ao pai...- encarei-a com a sobrancelha levantada.
-Tu fizeste o que?
-Mer, sabes que ele adora a mãe e ele pergunta-me por ela imensas vezes. Não sabemos se ela vai ficar bem, quero que ele possa estar com ela, nem que seja um pouco, antes que algo aconteça.- Thatcher não sabia que Ellis estava no lar, porque achei mais seguro, para não se encontrarem. Aqueles dois juntos na mesma sala era igual a destruição total.
-Lexie, sabes que não é bom eles estarem juntos... Eles são horríveis juntos Lex.
-Mas ele parecia melhor...- levantei-me e andei de um lado para o outro.- Porque és tão dura com ele Mer? Ele está a mudar.
-Porque já passei por isso antes Lex.- suspirei e voltei a sentar-me.- Eu sei que eles se amam. Mas eles amam-se na mesma intensidade que se destoem. Eles são tóxicos um para o outro e eu sei que eles não percebem isso, e é por isso que temos de os manter separados.
Bailey veio ao nosso encontro atualizar-nos.
-Conseguimos parar o sangramento. Ela não pretendia suicidar-se Meredith, o corte não era profundo. Ela continua a chamar pelo teu pai e eu acho que ela não vai parar. Volto daqui a pouco para a ver novamente.- ela foi embora, deixando-me com Lexie. Entrei no quarto e olha sorriu.
-Já posso ver o Thatcher?- continuava manipulativa, fazia qualquer coisa para ter o que queria, mesmo que isso implicasse magoar-se.
-Queres matar-te? Queres destruir-te com ele? Tudo bem, faz o que queres, eu não me importo mais.
-O que?
-Eu estou farta. Eu não mereço isto Ellis, eu estou farta. Faz o que quiseres, estou fora...
Corta os pulsos, droga-te, bebe até perderes os sentidos... Eu estou fora.- saí do quarto e encontrei as duas pessoas que não queria ver naquele momento.
A raiva cresceu dentro de mim quando vi aquela sonsa com Thatcher.
-Como ela está?
-Podes ir ver por ti próprio, eu vou embora. Matem-se um ao outro, eu não quero saber mais.- a salvadora da pátria veio logo defender o papa.
-Podias pelo menos ter mais calma com ele. A mulher que ele ama está numa cama do hospital...- senti o meu sangue ferver naquele momento. Tudo nela me irritava e foi então que fiz algo que já devia ter feito quando a conheci.
Puxei o meu braço atrás e mandei a minha mão na cara dela, com tudo o que tinha. O barulho do impacto da minha mão na sua bochecha ecoou pelas urgências e eu sorri, estava muito mais leve.

Olá olá!
Está aqui mais um capítulo. Será errado dizer que sorri ao escrever que a Mer bateu na Molly? 🤭
O que acham que vai acontecer?
Um beijo!

A cuidadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora