POV. Meredith
Pensei em ligar a Lexie para ela ir comigo, mas ela estava a trabalhar e eu não sabia o que iria encontrar, não queria que ela passasse por coisas desnecessárias, já estava frágil de mais.
Coloquei a morada do papel no GPS e segui caminho. Pelo que ele dizia, eram quase 3 horas de caminho e eu pus-me a pensar no que iria encontrar.
Ela nunca tinha falado nada sobre esta morada, mas também, raramente falava algo, sendo que eu nunca a via.
Talvez fosse dinheiro. Talvez fosse uma jóia de família. Não, nenhuma dessa opções. Eles já teriam gastado isso em bebida e droga. Talvez fosse droga, mas eles já a teriam usado. Talvez fosse roupa.
Não tinha certezas de nada, só tinha talvez...
Continuei o meu caminho em silêncio. Quando cheguei ao destino do GPS, não existia nada, apenas um caminho de terra batida. O meu instinto dizia para voltar para trás, mas a minha curiosidade falou mais alto, por isso segui pelo único caminho possível. Demorou pelo menos 5 minutos de nada e ninguém, até avistar uma cabana de madeira. Aquilo não podia ser chamado de casa, estava a cair aos bocados.
Antes de sair do carro, peguei no meu telemóvel e deixei-o desbloqueado. Não sabia o que iria encontrar lá dentro, por isso mais valia estar prevenida e preparada para chamar ajuda, se necessário.
Abri a porta e fiz o meu caminho até à porta. Não se ouvia ninguém ali dentro, nenhum barulho a não ser os pássaros que cantavam ao longe. Dei três batidas na porta, que parecia que iria cair se o vento soprasse mais fortemente. Esperei que alguém viesse à porta mas ninguém apareceu.
Eu sabia que devia ir embora. Era a coisa consciente de se fazer, certo? Vim até aqui, bati, esperei, tentei saber do que se tratava, mas ninguém apareceu. Podia ir embora e deixar aquilo para trás. Seguir a minha vida. Era o que devia fazer, mas a minha curiosidade gritava dentro de mim para procurar algo que me desse alguma pista.
Analisei tudo à volta. Nada fora do normal. Era uma cabana pequena, com montes de coisas amontoadas atrás da casa. Havia um pequeno parquinho com uma caixa de areia no lado direito. Tudo parecia muito velho e nada apropriado para crianças. Voltei a bater, mas mais uma vez ninguém apareceu. Não me dando por vencida, procurei uma janela, uma abertura que conseguisse mostrar o que estava dentro da casa.
Vi uma janela que dava para a cozinha. Aquilo estava uma confusão, era horrível. Montes de pratos cheios de coisas no lava louça, o chão estava cheio de lixo e, seringas?
Tinha de haver droga envolvida... Estava prestes a ir embora, quando vi algo mexer-se na sala. Era uma coisa pequena e estava à frente da televisão. Aquilo era o que eu estava a pensar? Aquilo era uma criança?
Procurei por mais alguma janela à volta da casa, que me desse um melhor campo de visão e encontrei outra, mas mostrava uma espécie de quarto. Tinha uma pessoa lá dentro, um senhor. Olhei para o seu braço, tinha uma seringa enfiada na veia. Corri para a porta e desta vez lembrei-me de verificar se estava fechada. Claro que não estava, se deixavam uma criança sem supervisão, iriam trancar a porta?
Abri-a devagar, sem me preocupar de estaria a cometer um crime, como por exemplo, invasão de propriedade, mas estava uma criança em risco e isso era a única coisa que me estava a preocupar.
A casa estava um caos, cheia de roupa e comida pelo chão. Ratos e baratas passeavam livremente, sem que alguém se preocupasse que existia uma criança ali. Fiz o meu caminho até à sala e encontrei a criança, que não devia ter mais de 3-4 anos, sentada no chão. Ela parecia assustada ao ver-me, por isso, tentei fazer o mínimo de movimentos bruscos e agachei-me ao seu lado.
-Olá, o meu nome é Meredith, consegues dizer-me qual é o teu?- ela permaneceu calada.- Eu vou tocar-te está bem? Não quero magoar-te, só quero ver se estás bem.- verifiquei se ela tinha algum ferimento aparente, mas parecia que não.- Eu volto já.- levantei-me e fiz o meu caminho até ao quarto, que tinha visto pelo lado de fora. Eu não pensei realmente no que estava a fazer. Ele estava sobre o efeito de drogas, só Deus sabia o que ele poderia fazer, mas o meu sangue fervia pelo facto de deixarem uma criança pequena sozinha. Eu sabia o medo que ela estava a sentir, porque eu também já o senti. Ele estava deitado no chão e mais uma vez, sem pensar, chutei as suas pernas para chamar a sua atenção.
-Hey! Levanta-te! Deram-me este endereço...
-Eu sei quem és... És a filha da Ellis Grey.- observei o homem na minha frente.
-Sim, ela disse que esta casa tinha algo que me pertencia.- ele demorou a responder, provavelmente por causa da droga no seu sistema.
-Está na sala...
-Estão imensas coisas na sala, pode ser mais específico?
-A miúda. A minha filha com Ellis.- quase me engasguei. Então era isto que ela andava a fazer quando desaparecia por meses? Fazia crianças e deixava-as à mercê do mundo?-Ela costumava vir aqui, mas parou de vir à cerca de 2 anos.- batia certo. Foi quando a coloquei no lar.- Meredith...- ele sabe o meu nome?- Eu sei que não tenho o direito de pedir nada, mas toma conta dela, não deixes que Thatcher fique com ela.- ele parecia sincero nas suas palavras. Tinha um certo brilho no olhar quando falou na menina, mas perdeu-o imediatamente.
-Ei... Ei...- não acreditava naquilo... Com algum receio coloquei dois dedos no seu pescoço, mas não senti qualquer pulsação, ele estava morto. Voltei para a sala e a menina continuava ali.- Já me podes dizer o teu nome?- ela olhava para as suas mãozinhas.
-Zola...Olá olá!
Grey's não seria o mesmo sem a nossa Zozo e eu tinha de a colocar na fic.
O que acham que vai acontecer?
Um beijo!
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A cuidadora
FanficO poderoso Derek Shepherd, presidente das empresas Shepherd, vê-se com um bebé, depois de um caso de uma noite. Meredith, criada à volta de álcool e drogas, precisa urgentemente de emprego para ajudar os seus pais. Poderão ajudar-se um ao outro, ou...