A cuidadora

Adeus Derek

POV. Meredith
-O que se passou, Mer?- Lexie apareceu com uma expressão preocupada.- Zola?- já tinha falado com Lexie sobre ela e em como estava a lutar pela guarda de Zola.- Meredith diz-me que não roubaste uma criança, por favor...
-Não, Lex, claro que não. O Derek despediu-me...- Mark e Lexie arregalaram os olhos em surpresa.
-O que?
-Ele tinha bebido, disse que casou com Renee e que não me queria mais lá em casa. Ah e o Finn, o veterinário viúvo? Aparentemente não é viúvo, a sua esposa está bem viva...- eles deviam pensar que quem tinha bebido era eu, porque eu não fazia sentido, em nada do que estava a dizer.
Pedi se podia passar ali a noite e decidiria o que fazer de manhã, e eles obviamente aceitaram-me. Preparei Zola e coloquei-a a dormir comigo na cama. Quem diria que o dia iria acabar assim...
Depois de muito rebolar na cama, acabei por adormecer.
Quando acordei de manhã, Zola ainda estava a dormir. Levantei-me devagar para não a acordar e fui fazer o pequeno almoço. Tinha imensas chamadas e mensagem de Finn, a pedir para passar lá por casa, ele queria falar comigo.
Pensei muito antes de responder, mas acabei por aceitar. Ele tinha o direito de se explicar, certo?
-Bom dia maninha, dormiste bem?
-Sim, mas preciso que fiques com Zola, só por uma hora. Preciso de resolver uma coisa, urgente.- ela concordou e eu fui para o meu carro, até casa de Finn. Ele estava sentado na entrada da casa, como se estivesse à minha espera.
-Mer...- sentei-me ao seu lado, pronta para ouvir a sua explicação.- Eu não sabia que ela estava viva, não até ao momento em que ela bateu à minha porta. Eu ainda não entendo como tudo aconteceu, mas aparentemente, quando o acidente aconteceu, o outro carro tinha duas pessoas. O condutor e uma rapariga. Ela foi projetada para fora do carro e ficou irreconhecível, por isso é que achavam que era a minha esposa, mas na verdade, ela tinha conseguido sair do carro e pedir ajuda. Ela acabou por desmaiar em frente a uma casa, as pessoas dessa casa levaram-na para o hospital. Quando ela acordou não se lembrava de nada. Ao longo destes 2 anos, ela foi tendo pequenas lembranças e acabou por chegar aqui...- eu não sabia o que dizer... Era tudo muito estranho.- Mer... Eu achei que tinha perdido isto... Perdido o meu casamento e a minha esposa, mas ela aparecer aqui... Isto é uma nova chance de recomeçar...
-Não te preocupes Finn. Eu não vou pedir para escolheres entre mim e ela, porque sei que a escolha vai ser sempre ela e está tudo bem.
-Desculpa Mer... Tu és uma mulher maravilhosa, mereces tudo de bom... mereces alguém que não te magoe. Se precisares de mim, eu vou estar aqui...- e naquele momento, eu tomei uma decisão.
-Eu vou sair de Seattle, Finn. Preciso de mudar, preciso de uma mudança...- falámos mais um pouco, e depois fui embora. Não fazia ideia para onde ia, mas sabia que ficar em Seattle não seria uma opção.
Voltei para casa de Mark e encontrei-o a tomar o pequeno almoço.
-Já decidiste o que queres fazer?
-Sim. Vou sair de Seattle.
-O que? Como assim Mer?- Lexie apareceu na cozinha.
-Eu preciso de ir embora Lex... Eu não tenho mais nada que me prenda aqui. Tu estás a seguir com a tua vida, o Thatcher tem a Molly, a Ellis morreu, a Zola está comigo e o Derek...- tentei ao máximo segurar as minhas lágrimas, mas estava a ser difícil.- Eu não tenho mais nada que me prenda aqui Lex. Eu preciso disto, eu preciso... Eu preciso de uma mudança.
-E já sabes para onde vais?
-Não faço ideia...- Mark pensou por algum tempo.
-Eu tenho uma amiga em LA, a Addison. Ela pode ajudar-te a encontrar uma casa e um emprego.- concordei. Iria para LA. Qualquer sítio servia, desde que fosse bem longe daqui.
Amy já tinha arrumado parte das minhas coisas, não queria passar tempo desnecessário naquela casa.
Fui até casa de Derek e rezava pelo caminho, que não o encontrasse lá.
Entrei e olhei cada canto daquela casa. Tantas lembranças... Todos os momentos que estivemos juntos, todas as vezes que nos beijámos, que fizemos amor. Todas as discussões que tivemos, todos os momentos felizes... Vou sentir falta daquela casa. Da Maria que fazia a melhor comida e dava os melhores concelhos, de Amy que se tornou uma pessoa muito importante para mim, de massacrar a bruxa da Renee... Peguei nas minhas malas que estavam em cima da cama e levei-as para o corredor. Olhei para a porta ao lado da minha...
A minha bonequinha.
Abri a porta e ela estava deitada no berço, a brincar com os seus pés. Como eu iria sentir saudades daquela menina. Do seu cheiro, do seu choro, do seu sorrido sem dentes... Peguei nela ao colo e abracei-a o mais forte que consegui, até que ouvi alguém atrás de mim. Escusado dizer quem era...
Coloquei Leah no berço e virei-me em direção à porta, encarando-o. Ele tinha um olhar triste, como se tivesse chorado toda a noite. Eu não conseguia ficar ali, tinha de ir embora. Assim que passei por ele, para sair do quarto, ele pegou na minha mão.
-Mer...- ele mal conseguia falar, tinha a voz embriagada pelo choro.
-Não corras mais atrás de mim Derek, a não ser que esteja pronto para me apanhar... Estás pronto?- por mais que quisesse negar, ainda existia uma pequena gota de esperança no meu peito.
Há uma vantagem quando fazemos queda livre... É que damos a change, à pessoa que mais amamos, de nos apanhar.
Ele não disse nada, mas o seu olhar disse tudo...
Mas e quando a pessoa não nos apanha e nós caímos de cara no chão?
-Bem me parecia... Adeus Derek...- ele largou a minha mão e eu fui embora, deixando para trás a casa que um dia me fez muito feliz...
Será que conseguimos superar essa dor?

Olá olá!
Um capítulo triste para vocês.
A Mer vai embora, mas será que isto é o fim do romance MerDer?
Um beijo!