Amor além das circunstâncias

cap. 4 Henrique

Mais um dia se inicia e eu tenho que começar a trabalhar. Tocar minha empresa daqui de casa mesmo já que não tenho vontade nenhuma de voltar ao meu antigo trabalho e receber o olhar de pena das pessoas, dos meu funcionários a quem eu devia receber um olhar de respeito ou admiração.

Enfim, é vida que segue. Minha irmã Sheila e meu cunhado Eduardo estão fazendo por mim o que eu não posso daqui de casa. Meus pais George e minha mãe Anisia não ficam nada satisfeitos, mas a escolha é minha.
Hoje é o dia que Olga irá entrevistar uma moça pra vaga de doméstica pra ajudar Luiza. Confio nela e quem ela contratar pra mim está ótimo.

Enfio minha cabeça no trabalho uma infinidade de contratos e documentos, até que Olga bate na porta.

— Patrãozinho, encontrei a moça pra nos ajudar.

— Pode mandar ela entrar.

— Com licença, bom dia senhor Medeiros.

Meu Deus do céu! Que mulher mais encantadora. Ela é linda seus olhos são os olhos mais lindos que já vi ela tem um jeito inocente e ao mesmo tempo parece uma mulher que sabe o que quer, Percebi que ela também me olhou com certa intensidade. Mas eu jamais lhe faltarei com o respeito. Por ela ser de agora em diante minha funcionária e olha pra mim! Acha que me atreveria a tentar algo com uma jovem tão cheia de vida?

Acabei sendo babaca quando lhe procurei o porquê de estar ali querendo a vaga quando ela poderia estar no shopping com as amigas. Ela disse que nunca foi de sair muito com amigas e que precisava do trabalho pra ajudar em casa depois que a empresa do pai faliu devido a pandemia. Uma moça educada e esforçada que não está reclamando por ter que largar a faculdade, só está focando em ajudar seus pais. Outra coisa que me agradou, foi que ela não me olhou com pena. Ela conversou comigo normal, ainda disse que não achava que eu precisasse de alguém na casa durante a noite porque sou cadeirante, mas que qualquer pessoa poderia precisar devido a uma emergência. Ninguém nunca me tratou de igual pra igual, como se eu fosse uma pessoa normal depois que fiquei sem andar e isso me agradou muito nela.

Mas eu não vou me aproximar dela, lembro do que aconteceu com Priscila. Não quero que nada de ruim aconteça com ela também.

Segui meu dia normalmente, com a particularidade que ela não saía da minha cabeça. Quando a mão dela tocou a minha senti uma eletricidade desconhecida por mim, seu olhar me transmitia sinceridade, seu jeito de falar e o meio sorriso que deu quando eu a cumprimentei com um aperto de mão me desmontou. Seu perfume ficou impregnado no meu escritório.

Preenchi toda a papelada a assinei sua carteira de trabalho, agora ela é oficialmente minha funcionária e que bela funcionária Olga foi me arrumar.

Tento me concentrar até que chega o final do meu expediente e eu vou para meu quarto tomar um banho e me preparar para o jantar. Fiquei tão inerte que nem almocei e agora meu estômago já reclama.

Tomei meu banho e me vesti, mesmo sendo um inválido, eu tento cuidar do meu corpo. Estou sempre de cabelo e barba sempre aparados, tem uma academia adaptada aqui e meu personal me ajuda muito, portanto  apesar das condições estou em forma.

Fui para Sala de jantar, e só Olga estava, Luiza já tinha ido embora.
Ela me serviu e eu não segurei a curiosidade e procurei:

— Onde está Jordana ela não devia estar aqui te ajudando?

Ela respondeu:

— Eu passei o dia explicando o que ela tinha que fazer, ela ajudou Luiza a arrumar os quartos de cima os banheiros e agora a noite ela foi na casa dela buscar roupas e seus pertences.

Aí que eu me lembrei que ela tinha que ir na sua casa conversar com os pais. Teminei meu jantar e fui dormir, já que não a veria mais hoje.