Finalmente entrei na sala do Dr Fonseca, ele estava sentado com todos os meus exames em cima da mesa. como um bom profissional que é, ele não esboçava nenhuma reação nem boa nem ruim, simplesmente pediu pra que eu me aproximasse da mesa, que ele já tinha os resultados da minha situação.
— Então, senhor Henrique Medeiros. O senhor como eu já suspeitava não tem nenhuma lesão na medula espinhal da coluna cervical. O senhor tem uma doença chamada (PPHT) que significa paralisia periódica hipocalêmica tireotóxica.
Quando ele falou isso me deu um alívio por saber que não tenho nada na coluna e ao mesmo tempo muito medo, nunca ouvi falar nessa doença e fiquei apreensivo de ser algo grave. Mas mantive a calma, e resolvi ouvir antes de tirar conclusões precipitadas.
— Ok Doutor, e isso seria mais grave do que eu ter uma lesão na coluna?
— Com certeza não. Essa paralisia é uma paralisia súbita associada a hormônios em excesso ou em falta lançados no sangue pela glândula tireoide, ou seja ela é causada pelo hipertireoidismo. Acontece com pessoas que têm alterações no canal de potássio da célula, com a falta de potássio os estímulos cerebrais que fazem os músculos se contraírem não consegue chegar até os braços e pernas, ou só as pernas como é o seu caso. É uma doença rara e acontece em algumas pessoas depois de grande ingestão de carboidratos e álcool. O tratamento é simples, você vai fazer acompanhamento com o endocrinologista e fazer o tratamento de hipertireoidismo, regulando a produção de hormônios.
— Mas doutor, eu não entendo. Eu fiquei sem movimentar minhas pernas depois do acidente. Eu nunca tive nenhum tipo de alteração de hormônios nunca tive nenhum sintoma de nada e aconteceu de eu ficar sem andar depois do acidente.
— Alteração do hormônio você já tinha sim eu tenho certeza, pelos resultados dos seu exames e o tamanho dessa desregularidade hormonal isso vem acontecendo a bastante tempo. Acontece que o potássio baixou drasticamente, porque você ficou como você mesmo me disse, três dias em coma, sem se alimentar direito, talvez você possa ter tomado algum remédio durante esses dias que agravou a baixa do potássio, o estresse do acidente os traumas, a dor física a dor emocional, tudo isso contribuiu para essa desregularidade dos hormônios aumentar.
— Entendi Doutor. E qual seria então o meu tratamento?
— Entendo que você já queira começar imediatamente. Vou te encaminhar para o endocrinologista daqui mesmo da clínica, você pode marcar a consulta agora e já começar a fazer o tratamento que é a regularização dos hormônios, eu não posso fazer porque não é minha especialização, mas de imediato eu já vou te dar uma injeção de potássio e você já vai sentir uma diferença e talvez dependendo da situação que o senhor se encontre, já vai começar a mexer até os dedos.
Quando o médico falou isso eu comecei sentir um misto de sensações, alegria, dúvida e esperança. Eu passei um ano em uma cadeira de rodas e o tratamento era simplesmente tomar remédio para regularizar os hormônios, mas eu só sentia culpa, e eu achava que eu estar na cadeira de rodas era o castigo que Deus me deu por ter feito a minha noiva morrer no acidente. Eu não acredito que eu vou poder abraçar a minha pequena e pegar ela no colo, andar de bicicleta, realizar todos os desejos dela. Eu tô em êxtase e espero muito que dê certo que vou ser eternamente grato a Deus. O Deus que ela tanto confia e que tá trazendo para minha vida novamente alegria.
Tomei a Bendita injeção de potássio e p*** que pariu pense num negócio que dói, mas é uma dor de alegria, de felicidade e esperança.
Já estava quase na hora do almoço e eu não podia perder tempo já deixei a consulta marcada com o endocrinologista para 1:30 da tarde, já vou começar a fazer meu tratamento imediatamente, enquanto isso fui almoçar no restaurante próximo com meu motorista.
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Amor além das circunstâncias
RomanceJordâna Andrade uma jovem que precisa de um emprego. Henrique Medeiros, um empresário que sofreu um acidente de carro fazendo com que perdesse o movimento das pernas e juntamente com esse fato, a alegria e vontade de viver. Pode haver um envolvim...