cap.2 Henrique

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Meu dia começa como todos os outros. Cinza, nublado, independente do sol que brilhe lá fora. Foi uma noite difícil. Tive pesadelo mais uma vez o  mesmo de sempre. O dia em que aconteceu o acidente comigo e minha noiva, Priscila.

Naquela noite chuvosa nós vínhamos da cidade vizinha, uma festa de formatura do irmão de Priscila. Naquela noite eu bebi de mais, acabei beijando outra mulher, sei que ninguém vai acreditar, mas eu estava muito bêbado e vi ela na minha frente. Eu via minha noiva.

— O que está acontecendo aqui??!! ‐ Ela gritou.
Eu soltei a mulher que estava comigo, confuso passei a mão no rosto e vi que era uma mulher totalmente desconhecida. Parecia que eu tinha consumido algum tipo de droga.

— Vamos Henrique, fala!

— Pri, eu pensei que era você. Me desculpa.

— hãn? tá me achando com cara de que? Você estava beijando outra na frente de todo mundo.

— Exatamente, eu não seria louco de te trair e na festa do seu irmão, na frente de todos. Eu via você quando olhava pra ela.

— Pelo amor de Deus. Pelo menos assuma o que você faz. Todos estão vendo. Não Tem como mentir não seja covarde!

Ela saiu chorando e eu fui atrás dela.

— Priscila por favor espera, deixa eu te provar que alguém colocou alguma coisa na minha bebida. Um exame pode muito bem provar. Eu estou me sentindo estranho, minhas mãos e língua estão formigando, minha garganta está seca. Alguém batizou minha bebida. - falei desesperado.

ela parou, me olhou com um olhar triste, mas também aflita e falou.

— Realmente você está estranho, seus lábios estão roxos e os olhos vermelhos. Você está até com a voz diferente. Mas quem faria isso? A troco de quê?

— Não sei meu amor, mas eu posso te provar com um exame amanhã cedo.

— Ok, faça o exame e se me provar que te drogaram eu te perdoo. Agora vou dormir na casa do meu irmão. Não quero mais brigar.

— Vamos pra casa, eu durmo no sofá. - pedi.

— Certo vamos embora.

Entramos no Carro e seguimos viajem, eu estava tonto e com a cabeça doendo, por isso estava bem abaixo da velocidade permitida. A chuva ficou mais forte assim como a confusão na minha cabeça. Quando já estávamos perto da nossa cidade em uma curva, um caminhão entrou na contra mão. Tentei frear, desviar, mas meus sentidos e reflexos estavam lentos só vi o clarão. E depois a escuridão.

Só acordei três dias depois. Tive as piores notícias possíveis. Minha noiva morreu na hora e eu tive uma lesão na coluna, que me deixou paraplégico.
O médio tentava me explicar o que aconteceu na minha coluna, mas eu só sabia chorar e gritar que matei a priscila. Ela ia dormir com o irmão e eu com minha possessividade a chamei pra morte.
Eu ficar preso em uma cadeira de rodas é o meu castigo por ter tirado vida de uma jovem tão linda quanto ela.

Amor além das circunstâncias Onde histórias criam vida. Descubra agora