10- Dojo

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Noite passada:

Me apaixonei? Agora? Me apaixonei por uma pessoa que tem o mesmo nome da pessoa que gostava de mim que isso? Karma?— Vi o Miguel abrindo a porta da casa dele e paro ali mesmo, será que isso é estranho? Fica olhando pra uma pessoa sem falar absolutamente nada?

Respirei fundo e ainda até ele, toquei em seu ombro fazendo ele virar pra mim.

—Sol? —ele se vira, por que a cada dia que passa ele vai ficando mais bonito?

—Oi, você...

—Eu acabei de chegar do dojo —ele sorri

—Ah, legal. Você viu minhas mensagens? —perguntei mordendo a unha

—Não, eu tava treinando bastante e silenciei o celular pra não perder minha concentração—ele pegou o celular me mostrando

—Ah, tudo bem eu só queria perguntar se deu certo na sua casa sabe... Sobre hoje na escola?

—Minha mãe ainda não sabe, só minha yaya e olha ela tá bem orgulhosa de mim —sorri ao ouvir aquilo

—Acho que não é só ela que tá orgulhosa—cruzo os braços e encosto na parede

—Ta orgulhosa de mim é? —ele sorri todo convencido

—Tô falando do seu sensei, não seja convencido— revirei os olhos

—Eu sei que ele tá orgulhoso de mim, não precisa ser durona admite logo que você também está.— ele fica de frente pra mim

—Que seja Bruce Lee, acho que não vou mais precisa disso —peguei a caneta do bolso e mostrei pra ele

—Uma caneta? Por que você não precisaria mais de uma caneta? —ele sorri irônico

—Pra isso aqui —tiro a proteção da lâmina

—Mas que p- —tampei a boca dele

—Para de escândalo Miguel, você quebrou quatro garotos na porrada isso não deveria nem te assustar— coloquei a proteção da lâmina de novo e mostrei a caneta

—Ta, mas por que você anda com isso por aí?

—Você se garante no soco e eu não —dei de ombros

—Então você não tá afim de "se garantir no soco"? —falou fazendo aspas com os dedos

—Não aguento mais vocês testemunhas de Cobra Kai—encarei ele

—Vai da uma chance, por favor. Prometo que não vai se arrepender—insistiu

—Talvez

—Talvez? —perguntou e eu assenti

—A gente se vê amanhã Bruce Lee, ja deu minha hora— sai de perto dele e ele segura meu braço

—É sério Sol, vem pra o Cobra Kai— ele olha em meu olhos, puta que pariu assim eu não consigo resisti

—Claro —dei um meio sorriso e ele soltou o meu braço e fui para casa.

Entrei em casa e senti um cheiro delicioso de omelete, minha mãe não chega essa hora. Vou até a cozinha.

—Fome? —era Laverne

—Um pouco, não foi trabalhar hoje?— sentei na mesa

—Tenho plantão mais tarde —respondeu colocando uma omelete no prato

—Legal, acontece muitos crimes na madrugada?

—As vezes, costuma ser um turno bem tranquilo— Admitiu enquanto lava as mãos— Sua mãe chega daqui a pouco

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