Valhala é o paraizo e o inferno!

162 25 87
                                    

Pov Jason

Acordei com uma música alta vindo do corredor, achei estranho conseguir escutá-la porque a tempestade, no meio do meu quarto faz muito barulho, me arrumei, coloquei Ivlivis no bolso e abri a porta, adivinha quem tava do lado de fora com um arco e flechas e uma caixa de som no volume máximo.

- Oi, você ouviu a música? - Michael Yew falou, ou melhor, gritou por causa da música e desligou a caixa de som. É claro que tinha que ser um filho de Apolo. - Eles queriam me matar. - Ele indicou uns adolescentes inconscientes presos nas paredes por flexas presas às mangas.

- Oi, sim, eu ouvi. - Respondi, meio assustado, ainda não sabia o que pensar do Michael, tipo ele parecia legal e meio pacífico, mas ele falou que aqueles caras queriam matá-lo como se aquilo não fosse nada e prendeu os eles na parede como se isso fosse o dia a dia daqui.

- Isso! Então funcionou! - Ele olhou para mim e viu a minha cara de confuso. - Ah! Desculpa por te acordar, eu iria deixar uma carta, mas aí lembrei que tinha uma tempestade no meio do quarto e imaginei que a carta ia sair voando, daí eu bati na porta e lembrei que tempestades fazem barulho e que você não ouviria daí usei a música.

- Tá bom, mas de onde você tirou essa caixa de som? E o que você quer?

- Eu vim te chamar pro café da manhã, é aqui no andar. E meu pai é o deus da música então o meu quarto veio com vários instrumentos e a caixa de som tava junto. - Ah claro! Enquanto no quarto dele tem uma sala de música, no meu tem uma tempestade VALEU PAI!

- É, isso tira todas as minhas dúvidas você com certeza é filho de Apolo. Já te contei que ele leva um ukelelê para as batalhas?

- O quê? Pensei que ele usasse arco e flecha. Eu nunca pensei em lutar com um instrumento, música é mais meu hobby mesmo, eu prefiro o bom e velho arco e flecha. Vamos? - Assenti.

Enquanto comíamos o café da manhã perguntei uma coisa que tava me deixando nervoso:

- Por que tá todo mundo armado? Tipo, aqui é costume comer armado?

- Se é costume eu não sei mas eu acho que é por quererem sobreviver mais um pouco, eu quero ficar vivo pelo menos até o primeiro treino de hoje.

- Treino? - Perguntei, pra que nós treinariamos? Já estamos mortos mesmo.

- É, nós somos o exército de Odim, temos que treinar para lutar no Hagnarok. - Michael explicou e eu fiquei contrariado. Até na morte eu tenho que treinar? Eu treino desde meus 2 anos, primeiro por Lupa, depois pelo Acampamento Júpiter, eu treinava para sobreviver e servir ao exército de Nova Roma. Eu cansei de lutar, todos tem um limite e a morte é o meu.

- Já estamos mortos, mesmo lutando no Hagnarok não podemos morrer de novo certo?

- Eu não sei muita coisa sobre isso, só sei que se morrermos fora de Valhala não vai dar coisa boa. Ninguém fala muito comigo, não sei se percebeu, mas todos aqui me acham estranho e diferente, também não é pra menos, né? Esse lugar não é feito pra um semideus grego, muito menos um filho de Apolo, eu uso arco e flechas, eles usam espadas e lutam de um jeito diferente, é uma confusão e todo dia lutamos pela nossa vida, quero dizer, pela nossa morte.

- Você tem certeza que não tem mais ninguém aqui que seja um semideus grego ou romano?

- Certeza eu não tenho de nada, dei sorte de seu quarto ser ao lado do meu, poderíamos ficar aqui em Valhala milhares de anos sem nem saber da existência um do outro, este lugar é gigante e tem muita gente, às vezes eu fico tão perdido aqui quanto no labirinto de Dédalo.

Acabamos de comer e fomos para o treino.

Transformei minha moeda em caneta, o que, estranhamente, não assustou ninguém. Michael me pediu pra não usar meus poderes não importa o que aconteça na batalha, a maioria deles não tem poderes e nenhum filho de Thor tem poderes de lançar raios, achariam estranho um neto de Thor lançando raios e voando.

O Retorno de Jason GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora