O irmãozinho veio salvar, mas não havia o que ser salvo

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Eu tava caindo. Sim, no passado.

Meu pai me jogou para fora da carruagem do Sol antes dela colidir com o chão e eu não morri, mas era pra eu ter morrido mesmo assim, afinal eu tava caindo no ar...

Depois de uns dois minutos de olhos fechados eu abri os olhos, olhei para frente, que engraçado, eu acho que estou mais alta e... brilhando.

Olhei para o chão e quase caí.

Eu estou voando, isso, você ouviu bem: VOANDO!

Eu estou voando e brilhando, como se eu tivesse cercada por alguma espécie de aura, sabe? Tipo a Rajada.

Mas estou só a uns dois centímetros do chão. Ou seja, eu quase morri! Mas eu estou tão feliz que nem ligo.

Vi duas manchas brilhando e, não, eu não fechei os olhos porque, no momento eu estou cercada de brilho e, se eu fosse ficar cega, eu ficaria cega com meu próprio brilho então minha "aura" é tipo um escudo para os meus olhos, mas eu não fazia idéia disso, eu só descobri depois que percebi que eu não tava cega. Eu não fechei os olhos porque estava tão tonta que nem lembrei que eu deveria fechar os olhos.

Vi duas pessoas, ou melhor, deuses criando forma na minha frente.

Adivinha quem eram.

Sim, um deles era o papai.

E o outro não era Ártemis, era...

Avancei no ser na minha frente, dando um abraço nele, o que foi meio estranho e deve ter parecido com um ataque, porque eu tava voando e não sabia como parar.

- O que que... - O outro deus falou e se virou para Apolo. - Você falou que o caso era sério, que ela estava morrendo e provavelmente com muitos ossos quebrados! Quando me falou que ela havia caído da carruagem, achei que ela não podia voar.

- Caído? - Falei. - Não, eu não caí. O louco do nosso pai me jogou da carruagem caindo!

- Nosso?!

- É, Apolo é meu pai.

- Isso eu sei, da para ver. - Ele apontou para eu brilhando. - Mas você sabe quem sou eu?

- Você é Esculápio, né? Depois que eu ajudei uma garotinha comecei a ler uns livros sobre medicina e em um livro sobre medicina nos mitos descobri você! Eu sempre quis conhecer o deus da medicina ao vivo! Ainda não acredito que o Apolo recebeu a maioria dos créditos pelo seu trabalho.

- Ah! Deixa ele, eu não ligo muito para a fama e ele precisa disso.

- Ei! Será que vocês podem parar de falar de mim como se eu não tivesse aqui? - Meu pai falou e se virou para mim. - Agora, me explica como você tá fazendo isso? - Apontou para eu voando.

- Eu... achei que você tivesse planejado isso.

- Já teria te empurrado da carruagem a muito tempo se eu soubesse que isso era possível. Eu trouxe Esculápio para tentar colar seus ossos de volta, mas como você não tá precisando dele é melhor voltarmos.

- Para onde? - Preguntei e me lembrei que o Esculápio tava tipo preso. - Peraí, como você conseguiu sair... Pai, você tirou ele de lá só para me salvar?

- Você me chamou de pai? Mais de uma vez? Sem ser irônica? Me chamou diretamente de pai? Sem estar contando para ninguém? - Apolo perguntou, o pior é que eu nem percebi que tava chamando ele assim.

- Climão, acho melhor eu sair e...

De repente um monte de raios começou a cair. Eu olhei para cima, as nuvens estavam cinzas e jorrando raios.

O Retorno de Jason GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora