Capítulo 30

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3 horas da tarde, e lá estava eu, em meu antigo quarto, já havia encaixotado muitas coisas, porém decidi deixar algumas coisas lá. Já estava guardando as fotos que tinha espalhadas por meu quarto quando dei de cara com uma que me chamou atenção.

Era uma foto do aniversário de 8 anos de Will, estávamos no jardim da Mansão Garden, o Sol brilhava como nunca, a grama estava extremamente verde e o céu azul, várias decorações coloridas estavam espalhadas pelo espaço aberto, meu primo estava na frente, ao lado de uma das irmãs de Petter, logo atrás deles vinha meu irmão, eu e Petter, um pouco mais afastados de nós, na esquerda, estavam Draco e a outra gêmea, todos estávamos extremamente sujos e com os pés descalços, os sorrisos em nosso rosto evidenciavam nossa diversão, Draco de cara fechada claro, mas o resto se divertiu.

Fiquei então "meu trio", Noah sempre se dera bem com Petter, mas eu era mais próxima dele, devido a nossa idade semelhante creio eu. Desde pequenos o menino sempre fora mais alto que eu, seus cabelos morenos claros, pele clara e olhos amendoados o destacavam na paisagem, não havia mudado nada, quem sabe ficara um pouco musculoso.

Lembrei-me de ir visitar meu primo, ele estava no jardim com um menino e duas meninas, imediatamente fiquei amiga dos três, pensei nas tardes jogando quadribol, 3Ms contra os 3 Harrisons, foram tardes divertidas.

Coloquei a foto na caixa e fui em direção a minha penteadeira. Abri a primeira gaveta, dentro havia algumas joias, um caderninho pequeno, fotos antigas, as quais eu coloquei na caixa, e no fundo dela, uma pequena caixinha preta aveludada, como a de um anel, abri a pequena caixinha, dentro dela existia uma chave de metal, pequena, de uma fechadura específica.

Guardei aquela pequena chave na caixinha a muito tempo, sabia bem de onde era.

Ainda com a chave na mão me dirigi a porta que ficava ao lado da minha, na sala meus tios corriam de um lado para o outro, organizando alguns detalhes da casa, coloquei a chave na fechadura e girei, o barulho da tranca abrindo foi extremamente fraco, porém me pareceu mais um estrondo.

Empurrei a porta, o quarto estava escuro, empoeirado devido a tantos meses sem que entrassem lá, fui imediatamente em direção as cortinas, o Sol adentrou no cômodo, tudo continuava igual.

A mesma cama de madeira, com lençóis e travesseiros azuis, o mesmo pôster na parede, o mesmo armário, a mesma escrivaninha, os mesmos livros, as mesmas paredes brancas, mas acima de tudo, as mesmas fotos. Segurei uma em especial, ficava em um pequeno móvel do lado da cama, uma foto minha pequena, e do dono do quarto, estávamos voando de vassoura, fazendo círculos até o ar, olhei por vários minutos a foto, então voltei ao meu quarto e peguei a caixa em cima da cama.

Voltei para o quarto, e comecei a guardar as fotos, com muito cuidado, junto com as minhas, em seguida peguei outra caixa e coloquei umas blusas e uns livros, saí e tranquei a porta.

- Ei, o que estava fazendo aí? - perguntou minha tia aparecendo de surpresa.

- An? A nada tia. - respondi fechando a caixa.

- Era o quarto do seu irmão, não era?

- Era.

- Quer conversar? - ela aparentava preocupação em seu rosto.

- Não, agora não, licença. - dito isso desci até o primeiro andar e coloquei a caixa junto com as outras, a chave já em meu bolso.

- Já pegou tudo Amy?

- Já tio.

- Então podemos ir? - observei a porta de meu antigo quarto, havia sido fechada, provavelmente por minha tia, então afirmei com a cabeça.

- Elizabeth, vamos. - gritou meu tio - Will nos aguarda em casa.

- Estou indo querido. - respondeu minha tia descendo as escadas.

Acendeu-se a fogueira, e com o Pó de Flu voltamos para a casa.

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Era o meu quarto dia naquele quarto, as caixas ainda estavam jogadas em um canto, não tive coragem de abri-las, meus móveis já haviam chegado a poucos minutos, estava apenas de short olhando para a blusa em minhas mãos, blusa do meu irmão.

No dia anterior observei as roupas dele por muito tempo, peguei algumas que sabia que me serviriam, apesar de um pouco grandes ainda, no momento não soube o motivo daquilo, nunca havia feito algo assim, acho que foi por saber que em algum momento toda aquela casa, todas aquelas coisas iriam sumir, assim como meus pais e meu irmão.

Ouvi uma batida na porta, me levantei em um pulo e olhei pela janela, já estava escuro, devia ser hora do jantar.

- Só um minuto. - gritei jogando a camisa embaixo da cama e colocando uma minha - Entra!

- Oi Amy, só vim ver como você estava. - era minha tia.

- Eu tô bem.

- Hum, e pode me contar o que estava fazendo no quarto do seu irmão?

- Nada... - tentei fingir que precisava ajeitar umas almofadas para não olhar diretamente para ela.

- Amy, - pousou a mão em meu ombro, me fazendo parar a "arrumação" - sua mãe era minha melhor amiga, eu sou sua tia, sua tutora e sua amiga, do quero o seu melhor, - olhei para ela - mas se não quiser falar sobre isso agora eu entendo, desde que saiba que um dia terá que falar. - concordei com a cabeça.

- Obrigada tia.

Ela já ia saindo quando lembrei de uma pergunta que rondava minha mente a algum tempo.

- Tia.

- Sim? - disse ela virando-se.

- Tem algo que eu queria saber.

- Pode perguntar, se eu tiver a resposta lhe darei.

- Você e mamãe eram melhores amigas, - ela concordou com a cabeça - porém, ela e Narcisa Malfoy também são... eram - me corrigi - melhores amigas. Isso sempre me deixou confusa, quer dizer que vocês três eram melhores amigas?

- Essa realmente é uma pergunta complexa, apesar de não parecer. Como você sabe, a família Malfoy tem diversas ideologias com as quais sua mãe não concordava, - balancei a cabeça, afirmando que sabia sobre o que ela falava - bom eu também não concordo com tais ideologias. De fato, eu era melhor amiga de sua mãe, e por ter crescido com Narcisa elas também se tornaram melhores amigas, entretanto eu e Narcisa apenas frequentávamos o mesmo círculo de amizades, o que nos tornou "amigas", por isso ela vinha frequentemente para cá junto com sua mãe.

- Então mamãe tinha duas melhores amigas, você e a senhora Malfoy, sendo que você e Narcisa são apenas amigas, que devido a longa amizade de mamãe com a mesma, acabaram ficando próximas?

- Exatamente.

- Entendi, obrigada tia.

- De nada querida, agora venha, vamos jantar, amanhã você terá um dia cheio.

- Como assim?

- É uma surpresa. - afirmou ela com um sorriso provocante no rosto.

Dito isso seguimos até a sala de jantar, onde uma deliciosa refeição nos aguardava, me deliciei até a última garfada. Já satisfeita ajudei a tirar a louça da mesa, a qual foi lavada com um feitiço, e subi para meu quarto, não demorou muito peguei no sono.

Desde o pesadelo de outra noite não sonhava, porém aquela noite foi diferente, tive um sonho, um sonho bom, era mais uma memória do que um sonho. Nele eu era pequena, apenas uma criança, com não mais de 6 anos, voava de vassoura ao lado de meu irmão, juntos nós ríamos, o céu escureceu, a chuva começou a cair, descemos até o chão e corremos para dentro de casa.

Nossa mãe nos esperava com um sorriso no rosto, lhe entregamos as vassouras, colocamos galochas e fomos de volta para o quintal, passamos o resto do dia pulando em poças de lama, indo de lá para cá e observando o arco-íris que se formava.

Foi um belo sonho...

A POTTER PERDIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora