Capítulo 9

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O jantar havia acabado a pouco tempo, e já me encontrava na porta do castelo esperando a chegada de Gina, recebera um bilhete seu durante a minha última aula, a qual também fazíamos juntas, mas como em Trato de Criaturas Mágicas ficamos em grupos diferentes. Luna já estava em nosso quarto, lendo a última edição da revista que o pai mandara para ela, Cleo e Lily também estavam lá fazendo o trabalho de transfiguração juntas, no qual eu prometi ajudá-las, mas primeiro teria que falar com a ruiva, que já estava atrasada.

Estava observando os jardins, quando percebi que uma voz familiar me chamava.

-Amy? O que você está fazendo aqui? – ao me virar percebi que a voz vinha do Draco.

- An, a oi, - digo meio sem jeito, não esperava vê-lo ali, pelo menos não sozinho – estou esperando a Gina, ela disse que queria me encontrar aqui para resolver uns assuntos. E você?

- Eu estou só passeando mesmo.

- Quem é você e o que fez com o antigo Draco?

- Como assim?

- Ele já teria metido um esculacho em mim por estar esperando uma Weasley. – falei a última palavra com a maior voz de nojo que consegui.

- Olha como fala comigo hein.

- Esse é o Draco que eu conheço. – disse sorrindo, fazendo ele dar um sorriso de canto, mas logo depois começou a observar a paisagem que rondava a escola.

- O que ele fez dessa vez?

- Ele quem?

- Não se faz de idiota garoto, o teu pai, o que ele fez?

- Nada.

- Draco não mente pra mim, - falei me aproximando – você me ajuda com tudo que se refere ao meu irmão e eu te ajudo com tudo que se refere ao teu pai.

- ELE NÃO FEZ NADA, OK.

- Certo, já que você tá dizendo. – afirmei, levantando as mãos como se estivesse me rendendo.

- Ele só... – falou ele e abaixou a cabeça – ele continua a me estressar para ser melhor que aquele Potter nojento e aquela Granger Sangue-Ruim.

- DRACO! – o repreendi – Já disse que se você continuar agindo assim, daqui a pouco nem os interesseiros que andam com você vão querer continuar fingindo ser seus amigos. Primeiro, nunca, JAMAIS, chame qualquer pessoa de sangue-ruim na minha frente, ou pelas minhas costas, - meu comentário gerou uma revirada de olhos dramática – e em segundo, eu já disse para você não ligar pro que seu pai fala, ele só tá querendo te deixar para baixo.

- Cala a boca, você não sabe de nada! – ele chegou mais perto e eu também, a amizade passiva-agressiva já se tornando mais agressiva que qualquer outra coisa, mas afinal era sempre assim, Lúcio Malfoy quebra, eu conserto e levo estilhaço no rosto.

- Estou atrapalhando? – a voz doce fez nós dois olharmos para o lado, Gina havia chegado, era minha hora de ir.

- Não, estávamos apenas conversando. – respondi, lançando um olhar de aviso para que o Malfoy não abrisse a boca.

- Vamos então?

- Vamos. – nós duas saímos, deixando o sonserino a porta do castelo, mas logo depois ele entrara, não valia a pena comprar aquela briga com ele, não naquele momento.

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Caminhamos alguns metros até chegar à beira do rio que passava por Hogwarts.

- Achei que você não viria.

- Você me chamou, que motivo teria para não aparecer? – ela parou uns instantes, aparentemente analisando minha pergunta.

- Queria falar sobre a aula de mais cedo.

- Eu não estou zangada nem chateada se é isso que você acha.

- Não está? – havia um incrível tom de surpresa em sua voz.

- Não, você tem o direito de ter outros amigos, e até acho bom que conheça o pessoal da sua casa, afinal terá que passar os próximos anos com a maioria deles.

- Verdade. – respondeu com um sorriso leve se formando nos lábios – Então estamos bem?

- Óbvio que estamos bem! E Luna também não ficou chateada, mas acho que isso você já sabia. – um riso leve vindo dela me confirmou que ela já sabia, afinal, nossa amiga não fica brava com ninguém.

Poucos minutos depois de termos saído já estávamos na escola novamente, a reconciliação havia sido mais rápida do que eu esperava, então me dirigi para meu quarto, onde minhas colegas já estavam no fim de seus trabalhos, resolvi que era minha vez de fazer o meu, e quando podia ajudava elas a complementar algo.

Acabei o trabalho em 30 minutos, não estava complicado como achei que estaria, escrevi uma carta para meus pais contanto sobre os acontecimentos do dia, bom menos a briga e a conversa com o Draco, isso eu manteria para mim, e fui para o corujal, onde uma Snowy aguardava ansiosamente pela sua próxima entrega, havia me acostumado a fazer o envio dessas cartas a noite, pois logo pela manhã já recebia minha resposta. Com muito esforço prendi a carta em sua pequena perna, já que devido a seu entusiasmo ela não conseguia parar de se mexer.

A volta do corujal fora um pouco mais complicada que a ida, já havia passado da hora, então se fosse pega fora da cama, tinha certeza de que seria punida. Ao ouvir a voz de Filch, vinha de longe, mas estava alta o suficiente para chegar em meus ouvidos, o que significava que ele devia estar a uns dois corredores de distância, saí correndo sem ver direito aonde ia, devido a escuridão não conseguia ver muito a minha frente, a única coisa que sabia era que tinha que sair dali.

De repente esbarrei em algo, ou melhor alguém.

- Aí – reclamou a pessoa caindo sentada no chão, na pouca luz que vinha da janela pude ver que se tratava de Gina, mas o que ela estava fazendo ali tão tarde da noite?

- Gina? O que você tá fazendo aqui? – expressei minha dúvida em voz alta, ajudando-a a se levantar.

- Eu... eu não lembro. – ela parecia extremamente confusa e atordoada.

Não tive oportunidade de pensar muito no assunto, pois logo ouvi o ronronar de Madame Nor-r-ra e soube que se ficássemos ali Filch nos pegaria.

- Não temos tempo para isso. Corre! – antes de terminar a frase já estávamos correndo sem rumo em busca de um lugar para nos escondermos, ia puxando minha colega pelo pulso, e ela ainda parecia um pouco aérea.

Enquanto corríamos pensava nas mais diversas possibilidades sobre o que poderia ter ocorrido com ela, entretanto minha atenção foi desviada pelo miado da gata mais odiada de toda a escola, eles estavam cada vez mais perto e eu não conseguiria correr mais rápido, já estava bem cansada, então encontrei nossa salvação, a poucos metros havia uma entrada pequena e sem saída, atrás de uma tapeçaria, descobri ela enquanto ajudava um garoto da Grifinória a procurar seu sapo, era pouco espaçosa, mas teria que servir.

Entrei nela com Gina, ficamos uma apertada contra a outra, nossos rostos quase colados, soltei seu pulso e usei a mão para fechar a tapeçaria. O zelador e sua gata maldita estavam cada vez mais perto, então tampei a boca da garota na minha frente com a mão, sua expressão era de medo, então queria garantir que ela não emitisse nenhum som, ela fez o mesmo comigo. A mão livre estava apoiada na parede a minha frente, apertei os olhos com força como se o fato de eles estarem fechados fosse afastar o faxineiro.

Sentia seus paços cada vez mais perto, menos de 7 metros de nosso esconderijo, 6... 5... 4... 3... 2... 1...

A POTTER PERDIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora