A POTTER PERDIDA

Capítulo 21

Novembro havia acabado, o Natal se aproximava cada vez mais, porém o clima na escola não estava nada festivo. Gina ficava mais estranha a cada dia que se passava, evitando sempre a mim e a Luna, então, não sei exatamente quando, acabamos nos acostumando e esquecendo o fato. As provas de fim de ano estavam próximas e na escola não se falava sobre outra coisa que não fosse Harry Potter, os ataques aos alunos e as aulas de duelo.

Desde que encontraram as palavras escritas na parede em sangue, constatou-se que a Madame No-r-ra não estava morta, mas sim petrificada, por um feitiço que ninguém sabia o que era ou como curar, o que só aumentou os murmúrios. Haviam alunos que achavam que aquilo havia sido apenas uma pegadinha e que aquela não era a verdadeira gata; outros que um Comensal havia invadido Hogwarts e fizera aquilo para assustar, ou mandar um aviso; para mim o mais absurdo era aquele que dizia que a escola fora enfeitiçada por uma maldição e tudo o que estava ocorrendo eram consequências daquilo.

Algo que só piorou a situação, foi o fato de pouco tempo depois do ocorrido alunos começaram a ser atacados, foi quando todos se desesperaram de vez, os alunos começaram a andar em grupo, os professores faziam rondas, e alguns pais começaram a reclamar e querer tirar os filhos de lá. Eu já estava acostumada a andar sempre em dupla ou trio, mas quando o desespero tomou conta da escola, aonde quer que eu ia Luna, Emily, Diana, Arthur e Alexa, uma garota da qual eu ficara amiga durante outubro, estavam comigo. Alexa tinha cabelos negros lisos, uma pele avelã, olhos negros e delicados, com um sorriso extremamente gentil.

Como o número de corvinos era maior que o das outras casas, passávamos nas outras turmas antes de nos dirigirmos as nossas, mas o medo era tamanho que aquilo já não nos importava.

Quando tudo aquilo chegou aos ouvidos de meus pais eles falaram que eu devia voltar para casa imediatamente, mas consegui convencê-los de que eu estava bem e que ficaria na escola, na época nem mencionei o convite de Luna para passar o Natal com ela e seu pai, ela já sabia tudo o que havia acontecido com meu irmão e insistiu que aquela era uma maneira de eu me alegrar um pouco, porém ainda não havia pedido aos meus pais.

Durante tudo aquilo, as aulas de duelo eram a melhor parte, eu gostava delas, e até que ia bem, perdi poucas lutas e aprendi diversos feitiços novos. Entretanto, quando, durante um duelo, descobriram que Harry falava com cobras, todos começaram a evitá-lo, achando que ele era o descendente de Salazar Slytherin, e responsável pelos ataques. De meu grupo, Luna e eu fomos as únicas a não evitar o garoto, não falava muito com ele, mas mesmo assim, não temia que ele fosse o responsável pelos ataques, havia algo muito mal contado nessa história.

- Oi Harry, oi Rony, oi Hermione. - disse ao passar pelos garotos, indo para minha próxima aula, que eles retribuíram com um aceno, assim como o que Luna dera para eles.

- Como vocês tem coragem de falar com ele, e como aqueles dois ainda andam com esse garoto! Primeiro ele sobrevive á aquele-que-não-deve-ser-nomeado, e agora isso. Eu já tinha dado fora. - afirmou Diana, fingindo calafrios.

- Ai Di, eles não são maus, e não é só porque o garoto fala com cobras que ele atacou outros alunos.

- Eles estavam primeira cena do crime! Como você pode não achar isso estranho?

- Eu concordo com a Lu, eles já me ajudaram diversas vezes, e vai ver só estavam no lugar errado na hora errada. - me intrometi.

- Não Am, isso não tem cabimento, eu sei que vocês duas procuram sempre ver o melhor nos outros, mas nesse caso acho que vocês estão erradas. - dissera Arthur.

- Vocês quatro veem tudo preto no branco, pra mim o Harry é inocente, mas ainda não confio muito nele. - dissera Emily.

- Ai, vocês se decidam aí, que minha aula é nessa sala, tchau pessoal. - despediu-se Alexa, já abrindo a porta da sala, adentrando a mesma junto com a lufana.

- Tchau Lexie. - nos despedimos.

Eu gostava da forma que eu e meus amigos nos tratávamos, as duas únicas pessoas as quais já dei apelidos foram Will e Noah, e também foram as únicas pessoas que já haviam me chamado por um apelido. Porém, minha amizade com os três havia ficado mais forte, então Luna sugeriu que nos déssemos apelidos, eram abreviações de nossos nomes, mas gostava de como deixava as coisas mais "íntimas" entre nós. Diana, virou Di ou Ana, como Luna a chamava as vezes; Luna, começou a ser chamada de Lu; Alexa, virou Lexie, mesmo sendo nova no grupo, nos aproximamos rapidamente dela; Emily, se tornou Mily; Arthur ficou como Archie e eu, por minha vez, virei Am.

- Certo, já que o clima pesou vamos falar de algo mais leve. A nossa prova de Transfiguração, ela já é semana que vem, e eu acho que ninguém aqui teve algum êxito em transformar uma pedra em uma pena. - lembrei a eles.

- Achei que era pra deixar as coisas mais leves Am. - reclamou Arthur.

- E desde quanto uma pedra que vira uma pena não fica mais leve? - disse rindo da minha própria piada, algo que só levou Diana a me empurrar de leve e esbarrar em um lufano que passava por ali.

- Desculpa. - falei me levantando e pegando os livros espalhados, corada, enquanto via meus amigos rirem de mim.

- Tá tudo bem. - respondeu o garoto, ele era extremamente bonito, parecia ser alguns anos mais velho, tinha cabelos escuros, e olhos com um tom de marrom, tinha um queixo simétrico e um sorriso encantador.

Assim que nos levantamos ele entregou meus livros, pude ver que era um pouco mais alto que eu, o que me obrigava a olhar levemente para cima para vê-lo, ficamos nos encarando, estava hipnotizada por seus olhos.

- Dylan, você não vem? - uma voz o chamou, fazendo ambos olharem para quem havia pronunciado as palavras, cortando o contato.

- Will? - perguntei assim que reconheci o garoto parado ao nosso lado.

- Amy? - respondeu meu primo.

- Espera, vocês se conhecem? - dissera o outro garoto, que agora sabia que se chamava Dylan, olhando de mim para o lufano na minha frente.

- Essa é Amy, minha prima.

- Espera, AQUELA Amy? - a fala me fez olhar para Dylan.

- Então além de me perseguir fala de mim, qual o próximo passo? Roubar uma mecha do meu cabelo? - questionei voltando meus olhos de volta para Will.

- Eu não estou te perseguindo. - retrucou o garoto, mas sem negar o outro fato, provavelmente falou o quão ruim era me ter na escola, mas quem devia reclamar era eu, não ele.

- Você nunca disse que ela era tão bonita. - elogiou o outro lufano.

- Obrigada. - agradeci, virando meus olhos de volta para ele, mas conseguindo reparar na cara feia que meu primo fez.

- Vamos Dylan, temos aula. - falou Will, mais como uma repreensão, sobre o elogio do garoto, do que como um real aviso para a aula.

- Eu também vou indo, tchau Dylan. - me despedi sorrindo - Will. - dessa vez tomei a liberdade de manter minha expressão vazia, dito isso me virei e fui até meus amigos, que pareciam se segurar para rir.

- Não olha agora, mas ele ainda está te olhando - avisou Diana, que estava de frente para mim no círculo que se formou ao meu redor.

- Ai meu Merlin! O que foi isso? - falou Luna quando já tínhamos quase chegado na sala.

- Mas é amigo de Will e, eu não estou dizendo que estou interessada, mas se estivesse, ele é muito velho e eu muito nova, nem beijei ainda! - retruquei.

- Ninguém aqui beijou. - afirmou Arthur, ao que todos balançaram as cabeças concordando.

- E um flerte de leve não mata ninguém.

- Deu Di, você sabe que isso não vai funcionar. E vocês todos deviam se preocupar mais com a aula de hoje, do que com um menino que supostamente flertou comigo. - repreendi eles, enquanto ocupávamos nossos lugares na aula de Levitação.

- Não foi supostamente. - provocou Luna, comentário que eu ignorei, dando apenas um balançar de cabeça negando, pois o professor já estava na sala e explicava sobre a prova, que seria na quinta-feira da semana seguinte.