A POTTER PERDIDA

Capítulo 31

Acordei cedo no dia seguinte, quando desci para o café não havia ninguém na casa, olhei para o relógio e percebi que eram 7 horas ainda, comi e subi de volta para o meu quarto. Só então olhei o calendário, 7 horas da manhã... do dia 18 de dezembro, as férias em Hogwarts haviam começado.

Passei algum tempo imaginando o que meus amigos fariam nessas férias, sabia que para eles seriam apenas duas semanas, mas para mim quase um mês, meus tios haviam pedido para eu ter permissão de só voltar às aulas uma semana depois de todos, algo que eu agradeci, podia aguentar os olhares de canto e os risinhos quando passava por não poder voar, agora os olhares de pena eram horríveis, pareciam facadas em minha pele, tive eles por apenas algumas horas e quase não aguentei, não queria imaginar como seria o resto do ano, esperava que todos esquecessem aquele assunto até lá.

Fiquei em meus devaneios por algum tempo, então olhei para as caixas e resolvi guardar que era a hora de guardar as coisas. Tirei as roupas da cômoda e coloquei no guarda roupa, ajeitei os quadros, pendurei as fotos soltas na parede, guardei meus livros na estante, decorei com os enfeites que tinha e troquei os lençóis da cama. Em 1 hora meu quarto estava pronto, deixei as coisas do meu irmão guardadas em uma caixa embaixo da minha cama, não ia arrumar aquilo ainda.

Coloquei um vestido leve de alcinha roxo com margaridas, um tênis preto e estava na penteadeira, prendendo meu cabelo em uma trança cachoeira, quando bateram em minha porta.

- Entra. - gritei, sem parar o que estava fazendo.

- Amy, tem uma surpresa lá embaixo te esperando. - era meu primo.

- Só um minuto e... pronto! - falei finalizando a trança e prendendo as duas juntas atrás da cabeça, olhei para o menino na minha porta que estava rindo - Que foi?

- Nada, você está linda. - comentou sem tirar o sorriso do rosto, revirei os olhos.

- Então vamos? - questionei, já me levantando.

Ele saiu e eu fui atrás, trancando minha porta.

Descemos a escada, já no final pude reconhecer as vozes que vinham de dentro da sala de estar, adentrei na mesma e confirmei o que já imaginava, Fred e Jorge estavam lá, ao lado de uma mulher ruiva, que lembrei de ter visto com eles na estação, conversando com minha tia.

A ruiva usava um vestido muito colorido, tinha cabelos curtos e um sorriso muito encantador, parecia ser uma pessoa extremamente gentil, nunca havia visto ela pessoalmente, só ouvira histórias de meus pais sobre os Weasly, uma família bruxa com 7 filhos, papai e mamãe gostavam muito deles, nunca entendi o motivo de não terem vindo jantar aqui, e também nunca perguntei.

Os gêmeos olhavam as coisas ao redor e cochichavam entre si, não pareciam estar ali exatamente por vontade própria, mas apenas ignorei o fato, essa devia ser a surpresa que minha tia mencionara no dia anterior.

- Amy! Que bom que você chegou, a Sra. Weasly veio te fazer uma visita, acho que já ouviu falar dela, trabalhava com seu tio e seus pais no Ministério. - apresentou minha tia sorrindo para mim, enquanto eu caminhava em sua direção.

- Amy querida! Prazer em te conhecer, Gina e os meninos falaram muito bem de você para mim. - o comentário me fez corar um pouco e dar um sorrisinho constrangido - Sinto muito pelos seus pais, eles eram boas pessoas, mas saiba que pode contar comigo para o que precisar.

- Obrigada Sra. Weasly, também é um prazer te conhecer. - consegui dar um sorriso mais sincero.

- Vem Molly, vamos tomar um chá e deixar os garotos conversarem um pouco. - a moça ruiva concordou com a cabeça e seguiu minha tia até a cozinha.

- Eu vi. - cochichei para o primo ao meu lado.

- O que?

- O olhar de "tome conta da sua priminha", eu já vi ela lhe lançar esse olhar várias vezes.

- Não sei do que você está falando. - foi a minha vez de lhe lançar um olhar de aviso, um aviso de eu não tenho 5 anos.

- Então meninos, como estão Rony e Gina? - perguntei me aproximando dos gêmeos.

- Estão na escola. Decidiram passar o Natal lá.- comentou Fred.

- Achei que você e Gina não de falavam mais. - disse Jorge.

- É complicado. - afirmei dando de ombros.

- Então você não sabe dos... - começou o primeiro, mas não conseguiu completar, só não sei o motivo disso, imediatamente olhei para trás, meu primo nos encarava.

- Não sei do que? - perguntei me voltando para eles novamente - Fred, o que aconteceu com a Gina?

- Não aconteceu nada com ela. - respondeu o outro.

- Jorge! O que aconteceu com a Gina?

- Eles já disseram Am, não aconteceu nada.

- Não se mete nisso Will! - disse me virando para o menino, eles estavam ali para me alegrar e conseguiram fazer o oposto, me irritar.

- Am... Se acalma. - pediu ele se aproximando.

Saí correndo, esbarrando de propósito em meu primo e subi as escadas, fui em direção ao meu quarto e tranquei a porta. Peguei minha varinha, abri uma mala na cama e comecei a jogar algumas roupas dentro, incluindo o uniforme, lágrimas de ódio corriam por meu rosto. Estava fechando a mala quando ouvi uma batida na porta.

- Amy, abre essa porta, por favor, vamos conversar. - minha coruja piava.

- Amy por favor. - outra voz.

Mais gritos, mais pedidos para eu abrir a porta, as vozes começaram a se misturar, as batidas ficaram mais altar, os pius da minha coruja mais agudos, o quarto começou a girar, minha visão ficava cada vez mais embaçada, minhas pernas cederam e eu caí no chão, olhando para a porta.

- Alohomora! - ouvi uma voz baixa gritar, a porta se abriu, vários pés entraram, e tudo escureceu.